Há mais de uma década, as áreas irrigadas do Submédio do Vale do São Francisco respondem por mais de 90% das uvas exportadas pelo Brasil. O mercado interno também é o destino de um percentual importante das uvas produzidas no vale. É um negócio que movimenta recursos de mais de R$ 300 milhões. A Produção Integrada de Uvas Finas de Mesa (PI-Uva) incrementa a colheita de frutos com alta qualidade que atende exigências do mercado internacional, em especial com relação à sanidade, e estabelece metodologia constituída por um conjunto de práticas agronômicas e normas legais que prevê uma certificação onde se possa atestar a isenção de resíduos tóxicos nos frutos e a produção no contexto de uma convivência harmônica com a natureza.

O grande desafio do Sistema PI-UV é implantar um processo de gestão ambiental que facilita a inserção dos produtores do Vale do São Francisco, principalmente no mercado Europeu.

A tecnologia visa assegurar uma cuidadosa utilização dos recursos naturais, uso mínimo de agrotóxicos e insumos e o uso de medidas preventivas de pragas e doenças, tendo-se como base as Diretrizes Gerais para a Produção Integrada de Frutas, estabelecidas pela Instrução Normativa nº 20, do MAPA.

Quem ganha com isso

A exploração da uva fina de mesa baseada na produção integrada beneficia todos os segmentos da cadeia produtiva.

Abrangência geográfica

Perímetros irrigados da região Nordeste, principalmente o Vale do São Francisco, Vale do Parnaíba, de Mossoró e Açu no Rio Grande do Norte e Sudoeste da Bahia.

Benefícios econômicos e sociais

No caso dos parreirais manejados de acordo com as técnicas de Produção Integrada – 13.520 ha – o ganho total no ano de 2015 foi estimado em R$ 137 milhões. Além disso, em áreas onde a Produção Integrada está implantada há registros de incrementos significativos na oferta de emprego qualificado – com aumento de capacitação tanto ao nível de trabalhadores de campo e de packing house (unidade de beneficiamento), quanto de técnicos agrícolas e de nível superior – além de melhoria das condições de vida dos trabalhadores.

A exploração da uva nos perímetros irrigados do Vale do São Francisco gera por hectare em torno de dois empregos diretos (produção) e cinco indiretos (demais elos da cadeia). Como, atualmente, há cerca de 13.520 hectares de uva de mesa explorados em sistema de PI, na região Nordeste, pode-se dizer que essa metodologia gerou, no ano de 2015, para a cadeia produtiva da uva, em torno de 94.640 empregos.

A tecnologia da produção integrada de uva fina de mesa produz impactos positivos em todos os segmentos da cadeia produtiva da videira. A eficiência técnica da produção integrada dessa fruta possibilitou a redução de cerca 60% nas quantidades de pulverizações e de insumos químicos; menor quantidade de combustível diesel empregada nas operações mecanizadas de aplicação de insumos; e o uso racional da água de irrigação das plantas. O cultivo baseado nas orientações previstas no PI-Uva registra uma redução no custo de produção da ordem de 10%.

Os procedimentos que são utilizados na produção integrada de uva de mesa acarretam uma melhor segurança e saúde ocupacional (capacitação em saúde, segurança no trabalho e prevenção de acidentes) além de gerar um produto com um alto grau de segurança alimentar (treinamento em higienização de produto tanto no processo de produção e beneficiamento).

Atualmente, o crescimento anual da área manejada com produção integrada é previsto em 10% e a atividade possui um grande potencial de expansão, principalmente, para outros mercados como Estados Unidos e Europa. Isso devido ao alto valor agregado e à produção de qualidade que ampliam a aceitação desses consumidores.

Parceiros

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Valexport, Distritos dos Perímetr