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06/05/16 |   Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação  Produção animal  Agricultura de Baixo Carbono

BeefExpo mostra resultados de pesquisa sobre emissão de GEE na pecuária

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Foto: Nadir Rodrigues

Nadir Rodrigues - O aumento da demanda, aliado às políticas de controle do desmatamento, causa intensificação das áreas de pastagens

O aumento da demanda, aliado às políticas de controle do desmatamento, causa intensificação das áreas de pastagens

 
Os resultados de uma pesquisa inovadora que mostrou ser possível reduzir a emissão de gases de efeito estufa (GEE) no Brasil a partir do aumento da produção de bovinos de corte, realizada por pesquisadores da Embrapa e outros cientistas brasileiros e internacionais, serão apresentados no BeefExpo 2016 & II Congresso Latino Americano de Pecuária de Corte. O evento ocorrerá de 14 a 16 de junho, em São Paulo.
 
A apresentação será feita em 15 de junho, às 16h30, no Centro de Eventos Pro Magno, pelos pesquisadores Luís Gustavo Barioni, da Embrapa Informática Agropecuária (Campinas, SP), e Rafael de Oliveira Silva, da Universidade de Edimburgo e da Scotland's Rural College (SRUC). Silva, ex-estagiário de graduação e bolsista de mestrado na Embrapa Informática Agropecuária, atualmente cursa doutorado na Escócia.
 
A equipe de estudo desenvolveu um modelo matemático para avaliar os impactos ambientais da pecuária bovina. Com essa análise, foi possível verificar que, ao contrário do que se imaginava, a diminuição da produção de carne no Cerrado pode aumentar a emissão de gases de efeito estufa, sendo que a situação contrária, de crescimento da produção, é capaz de reduzir as emissões.
 
Esse resultado ocorre porque, segundo o trabalho, o aumento da demanda, aliado às políticas de controle do desmatamento, causa a intensificação das áreas de pastagens. Se essa intensificação se der por recuperação de pastagens degradadas, há aumento dos estoques de carbono no solo, o que seria suficiente para contrabalancear o aumento das emissões dos animais.
 
Desta forma, os pesquisadores estimam que uma demanda 30% maior em 2030 em relação a uma projeção de referência causaria uma diminuição de 10% nas emissões totais. Por outro lado, uma diminuição de 30% na demanda por carne em relação ao valor projetado para 2030 causaria um aumento de 9% nas emissões. Mas, se o desmatamento aumentar na mesma proporção da demanda, a emissão crescerá com o consumo, mostra o estudo.
 
O principal diferencial da pesquisa foi a utilização de um método inovador, chamado de avaliação do ciclo de vida consequencial. Essa técnica permite calcular as alterações das emissões em resposta à variação na demanda, considerando as emissões em todas as etapas de produção, desde os insumos até o transporte da carne bovina em cada cenário trabalhado pelo modelo.
 
Destaque internacional
 
Os resultados estão no artigo "Increasing beef production could lower greenhouse gas emissions in Brazil if decoupled from deforestation" ou, em português, "O aumento da produção de carne bovina pode reduzir as emissões de gases de efeito estufa no Brasil se dissociado do desmatamento". Publicado na revista Nature Climate Change, referência mundial em assuntos relacionados ao meio ambiente, o trabalho foi divulgado na versão digital da revista em janeiro e estampa a capa da edição impressa de maio.
 
Os autores do artigo são Rafael de Oliveira Silva, Luís Gustavo Barioni, Julian A. J. Hall, da Universidade de Edimburgo, Marília Folegatti Matsuura, da Embrapa Meio Ambiente, Tiago Zanetti Albertini, da Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" da Universidade de São Paulo (Esalq/USP), Fernando Antonio Fernandes, da Embrapa Pantanal e Dominic Moran, da Scotland's Rural College (SRUC).
 
A pesquisa integra a Rede Pecus, liderada pela Embrapa, e o projeto internacional "An Integration of Mitigation and Adaptation Options for Sustainable Livestock Production under Climate Change", coordenado pelo Instituto Nacional de Pesquisa Agronômica da França (Inra). Conhecido como AnimalChange, este projeto tem como objetivo avaliar o futuro da pecuária até 2050 e traçar metas que garantam maior sustentabilidade. Os estudos são realizados por uma equipe de cientistas de 25 instituições pertencentes a 18 países da Europa, da África e do Brasil.
 

Nadir Rodrigues (MTb/SP 26.948)
Informática Agropecuária

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Beatriz Guimarães (Colaboradora)
Informática Agropecuária

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