Apresentar e discutir perspectivas e processos relacionados ao cultivo de hortaliças em ambiente protegido, em condições edafoclimáticas da região Centro-Oeste, e suas adequações aos diversos sistemas de produção da cadeia produtiva. Esses foram os principais objetivos do I Workshop de Cultivo Protegido de Hortaliças – Centro-Oeste: Desafios e Oportunidades, realizado no auditório da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Brasília-DF), no período de 25 a 27 de outubro. Promovido pela Embrapa Hortaliças (Brasília-DF), com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF), o evento traçou um amplo diagnóstico acerca dos diversos cenários envolvendo o uso da tecnologia, assim como estratégias que podem ser utilizadas para a sua expansão, por se tratar de “uma importante ferramenta para minimizar os efeitos das mudanças climáticas, uma realidade que não pode ser ignorada”, de acordo com o pesquisador e chefe-geral da Embrapa Hortaliças Warley Nascimento. Ao longo do seu pronunciamento durante a abertura do workshop, Nascimento relacionou as condições relativas ao cultivo protegido no Centro-Oeste com a experiência em outros países. Como exemplo, ele apontou as províncias espanholas de Murcia e Almería, destino da visita técnica capitaneada pela Embrapa Hortaliças, realizada entre os dias 12 e 16 de junho último, e que contou com a participação de pesquisadores, técnicos da Emater-DF, professores de ciências agrárias e produtores. “Naquela visita, foi demonstrado que bons resultados podem ser obtidos independentemente de grandes investimentos - a área destinada ao cultivo protegido naquela região não passa de 40 mil hectares, nada é muito tecnificado, mas a produtividade é expressiva”, anotou o pesquisador. Segundo ele, muitas das práticas de manejo observadas durante a visita “poderiam ser copiadas na nossa região e, nesse sentido, a pesquisa tem muito a contribuir”. A visão de Nascimento foi compartilhada pelo pesquisador e coordenador do workshop Marcos Braga, para quem ainda há muitos pontos a que avançar no uso da tecnologia, um caminho que a Embrapa vem percorrendo por meio da força-tarefa do arranjo Agriproteg (Agricultura em Ambiente Protegido), que reúne diversas Unidades com projetos de pesquisa dentro da mesma temática. “Como o cultivo protegido é utilizado em várias culturas, o arranjo propicia o compartilhamento de experiências, o que favorece a eficiência dos trabalhos sobre cultivo protegido”, sublinha Braga, que também coordena o Agriproteg. DESAFIOS Os desafios e as oportunidades para “acelerar o passo” com relação à tecnologia foram a tônica das palavras do presidente da Emater-DF José Guilherme Leal. Na opinião do presidente, os entraves para alavancar a prática do cultivo protegido pelos pequenos e médios produtores de hortaliças do Distrito Federal não são pequenos – o mercado não tem assegurado preços frente aos custos de produção e ainda existe a restrição ao uso da água pela redução da outorga, entre outros. Por outro lado, reconhece Leal, a situação poderia ser mais grave sem a atuação da Embrapa Hortaliças junto a esses produtores. “Temos muitos meeiros e assentados que conseguiram alavancar suas condições de emprego e renda com o uso do cultivo protegido a partir do conhecimento desse sistema de produção, tornado possível pelas atividades de transferência de tecnologia inseridas nos projetos de pesquisa da Embrapa”, ressalta o presidente. A programação do workshop contou ainda com a participação de Paolo Prada, do Comitê Brasileiro de Desenvolvimento e Aplicação de Plásticos na Agricultura (Cobapla), para quem “maiores produtividade, rentabilidade e sustentabilidade são as vantagens mais significativas do uso da cobertura de plástico na agricultura”. Nos dois últimos dias dedicados ao evento, destaque para as oficinas sobre vários tipos de manejo sob cultivo protegido e para a visita na região do Distrito Federal a uma área de produção de hortaliças com o emprego da tecnologia.