Depois da parceria para implantação de uma fábrica de inoculantes em Gana, na África, e da consultoria à empresa Geoclean para instalação de uma planta para produção de inoculantes na cidade paulista de Araraquara, entre os anos de 2016 e 2017, a Embrapa Agrobiologia (Seropédica, RJ) está apoiando a construção de mais uma biofábrica em terras brasileiras. O contrato de prestação de serviços firmado com a Innova Agrotecnologia, empresa localizada em Foz do Iguaçu, no Paraná, está dando andamento à construção de uma unidade de fabricação de insumos biológicos que pretende alcançar o mercado paraguaio, onde há muita produção de soja, e também toda a região que se estende do Rio Grande do Sul ao Mato Grosso. Desde o ano passado, os pesquisadores Luís Henrique Soares e Jerri Zilli estão acompanhando a implantação da fábrica, que tem a intenção de se inserir no mercado com uma produção inicial de 1 milhão de doses de inoculantes por ano, com possibilidade de ampliar esse número até 5 milhões de doses anuais. “Eles começaram como uma empresa de químicos, insumos para adubação, micronutrientes, e aí decidiram montar uma unidade de biológicos. Nos procuraram há cerca de dois anos, pois tinham interesse em produzir seu próprio inoculante bacteriano”, conta Luís Henrique. O papel da Embrapa Agrobiologia no convênio é dar o suporte para a configuração da biofábrica, desde o dimensionamento até a definição dos equipamentos necessários para a demanda atual e a possibilidade de expansão, passando também pela escolha dos fornecedores. “Além disso, estamos repassando o conhecimento para desenvolver os inoculantes. A equipe deles é pequena e já veio aqui para fazer um treinamento inicial, devendo retornar em breve”, adianta o pesquisador. A previsão é de que a biofábrica esteja pronta para começar a fabricação inicial ainda neste semestre, após o Carnaval. Parceria também em pesquisa Além de atestar a expertise da Unidade na prestação desse tipo de serviço, a parceria com a Innova também rendeu outro fruto: o fomento de um projeto de pesquisa para desenvolvimento de um novo produto biológico. “Paralelamente à instalação da biofábrica, assinamos um contrato para pesquisar o desenvolvimento de um novo produto”, antecipa Luís Henrique. A pesquisa está sendo conduzida a partir da seleção de bactérias na coleção de culturas do Centro de Recursos Biológicos Johanna Döbereiner. “Estamos dando o apoio para fazer a parte industrial da produção e a formulação. Uma empresa contratada pela Innova fará os testes de validação agronômica no campo, considerando áreas de teste em várias regiões do País. Acompanharemos os resultados e, se forem positivos e houver viabilidade, a empresa poderá lançar o produto em seu portfólio”, explica o pesquisador. Luís Henrique deverá retornar a Foz do Iguaçu em março para iniciar os testes de funcionamento da biofábrica.