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Embrapa participa de intercâmbio em Honduras na área de cajucultura
Os pesquisadores Luiz Serrano e Marlon Valentim, da Embrapa Agroindústria Tropical, retornaram esta semana de uma temporada em Honduras onde participaram da primeira fase da missão técnica do projeto "Reforço à Cadeia Produtiva de Caju". A ação é resultado de uma cooperação técnica trilateral entre Honduras, Brasil e Estados Unidos, coordenado pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC), vinculada ao Ministério das Relações Exteriores (MRE), e executado pela Embrapa. A visita dos pesquisadores teve como objetivo contribuir com o desenvolvimento da cajucultura em Honduras. Durante o intercâmbio, os pesquisadores visitaram os Departamentos (o equivalente hondurenho a Estado) de Lempira e Choluteca, onde ministraram cursos de capacitação a produtores, técnicos e estudantes e conheceram três diferentes áreas produtoras de castanha-de-caju: Mapulaca e Las Flores (Lempira) e Namasigue (Choluteca).
Qual é a atual situação da cajucultura em Honduras?
Marlon Valentim: A cajucultura em Honduras ainda precisa de muitas melhorias. A maioria das áreas que a gente visitou possui sistema extrativista, a partir de um programa de reflorestamento feito no passado. Honduras possui grande potencial para a cajucultura, pois possuiu áreas com clima semelhante ao nosso, porém com melhor índice pluviométrico. A atividade é uma excelente opção para a economia do país. Observamos que a castanha ainda passa por um processamento muito rudimentar. São donas de casa que torram a castanha para que seja vendida. É um trabalho que ainda precisa ser melhorado. Já o pedúnculo é usado para fazer sucos e vinhos, mas sempre em um processamento que precisa ser melhorado. Umas das principais dificuldades da cajucultura em Honduras é a ausência de material genético de qualidade para melhorar o sistema de cultivo deles. Em relação a pragas e doenças o que se pôde observar é que existem principalmente duas doenças que afetam os plantios: a antracnose e a resinose.
Quais foram as atividades desenvolvidas durante o intercâmbio?
Luiz Serrano: Nós visitamos algumas áreas que exploram a cajucultura e dois campos experimentais. Ministramos dois cursos de capacitação que abordaram temas como: botânica, fenologia, propagação, manejo e doenças do cajueiro. Fizemos também um dia de campo sobre produção de mudas enxertadas. Estivemos em duas regiões importantes, uma no departamento de Lempira e outra no departamento de Choluteca. Em ambas, recomendamos algumas práticas que podem resultar em ganhos econômico e social à cajucultura local.
Qual é a perspectiva para a continuação desse projeto?
Marlon Valentim: Os planos para o desenvolvimento da cajucultura em Honduras devem ser continuados, principalmente na área de melhoramento genético. A intenção é selecionar os materiais genéticos que já existem em Honduras para identificar o que melhor se adapta a região. Essa Cooperação Trilateral entre o Brasil, Honduras e Estados Unidos está no seu segundo ano, e deve ter duração de pelo menos cinco anos. A gente espera poder dar assistência para a cajucultura de Honduras e pretendemos retornar para acompanhar os trabalhos que estão sendo desenvolvidos. Existe também a possibilidade de alguns técnicos vinculados a Cooperação Trilateral residentes em Honduras vir ao Brasil para participar de treinamentos e capacitações necessárias.
Qual é a visão que produtores de caju de Honduras têm da Embrapa?
Luiz Serrano: É uma visão muito positiva. Várias unidades da Embrapa estão envolvidas nesse projeto, cada uma com sua respectiva especialidade. Eles são muito gratos à Embrapa pelo trabalho que estamos realizando.
Qual é a avaliação que o senhor faz sobre essa experiência do intercâmbio?
Marlon Valentim: Foi uma experiência muito promissora. Tivemos contato com outra cultura totalmente diferente da nossa e pudemos ver como o país tem potencial para desenvolver a agricultura tanto em relação à fruticultura quanto em relação às hortaliças. Poder contribuir com os nossos conhecimentos para o desenvolvimento da cajucultura em Honduras é para a gente uma experiência muito gratificante.
Ricardo Moura e Alice Sales (estagiária)
Embrapa Agroindústria Tropical
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