Um grupo de 43 técnicos da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará (Ematerce) teve capacitação, nesta semana, sobre resultados de pesquisa e orientações de manejo nutricional e sanitário para incrementar a resiliência de ovinos contra a verminose. O evento, que teve dois dias de módulos teóricos e um Dia de Campo, entre 25 e 27 de outubro, foi promovido pela Embrapa Caprinos e Ovinos em seu Núcleo de Treinamento e Capacitação (Nutec), em Sobral (CE). O treinamento contou com a presença de extensionistas de diversas regiões do Estado e demonstrou que a combinação entre ajustes na formulação das dietas e orientações para manejo sanitário podem favorecer a resiliência em rebanhos de ovinos. Para isso, a capacitação teve abordagem multidisciplinar, com demonstração de resultados nas áreas de Nutrição Animal, Sanidade Animal, Forragicultura, Melhoramento Vegetal e Sistemas de Produção que podem ser aplicados à realidade do campo. Entre as inovações apresentadas, estão as recomendações de formulações de dietas para equilíbrio entre nutrientes que favorecem a resiliência, além das diretrizes para o controle integrado de verminose, que incluem a atenção com tipos de vermífugos, orientações para aplicação destes medicamentos e aplicação do método Famacha para selecionar animais que necessitem da vermifugação, para evitar o surgimento de resistência dos parasitas. A equipe da Embrapa também abordou aspectos sobre produção de plantas forrageiras, alternativas de controle parasitário – como a estratégia de pesquisa com adubos nematicidas orgânicos para combater os vermes em sua fase de vida livre [Econemat] - e manejo de pastagens. No grupo de extensionistas participantes, estavam diferentes perfis de profissionais, desde técnicos em início de atividade até veteranos que destacaram a oportunidade de reciclar conhecimentos. Este foi o caso do médico-veterinário Jorge Loureiro, que atua no escritório regional do Sertão de Crateús da Ematerce. “Estávamos precisando nos renovar sobre este tipo de conteúdo. É necessário, sempre, que Embrapa e Ematerce estejam próximas para levar estes resultados de pesquisa ao homem do campo”, afirmou ele. Para Iara Oliveira, médica-veterinária do escritório regional da Ematerce na Zona Norte do Ceará, os participantes saem da capacitação com o desafio de levar a agricultores conhecimentos que permitam um manejo diferenciado de seus rebanhos, para permitir maiores ganhos na produção. “A gente percebe, por exemplo, que não existe uma só fórmula para controlar a verminose, é o conjunto de várias técnicas que, até agora, muitos produtores ainda não praticam. Nosso objetivo é resgatar estes conhecimentos, para chegar até eles”, destacou ela. Aproximação entre pesquisa e extensão rural A capacitação dos técnicos da Ematerce foi coordenada pelo pesquisador Marcos Cláudio Rogério, da área de Nutrição Animal da Embrapa Caprinos e Ovinos, que viu no contato entre pesquisadores e extensionistas uma importante oportunidade de troca de conhecimentos. “Estes profissionais podem trazer do campo muitas informações sobre o que devemos pesquisar. Queremos que esta interação entre as duas empresas seja mais frequente, ela pode ser fundamental para aplicação da informação de pesquisa no campo”, destacou ele. Cícero Lucena, chefe adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Caprinos e Ovinos, endossou a importância da interface entre pesquisa e extensão rural, como alternativa para disseminar conhecimento qualificado para a produção de ovinos e de caprinos no Semiárido. “Problemas como a verminose são complexos, exigem dos técnicos extensionistas uma formação multidisciplinar, um olhar transversal”, exemplificou ele. Além da participação dos técnicos da Ematerce, o Dia de Campo desta quinta-feira (27), que encerrou a programação da capacitação, teve a presença de estudantes do curso de Zootecnia da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA).