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Artigo: Considerações sobre a queda prematura de flores e frutos do coqueiro
A queda prematura de flores e frutos do coqueiro está associada a diversos fatores, tais como planta em início de produção, material genético de baixa qualidade, deficiência nutricional e hídrica da planta, manejo inadequado da plantação; aspectos climáticos desfavoráveis, a exemplo de mudanças bruscas de temperatura, temperaturas baixas (< 15º), baixa (< 60%) ou alta umidade relativa do ar (acima de 90%), precipitação pluvial intensa após período de longa estiagem, período de chuvas em excesso devido à redução da radiação solar no período, afetando a polinização e fecundação das flores; bem como menor aeração do solo e maior lixiviação dos nutrientes. Outro fator importante é o ataque de pragas e doenças.
No início da fase produtiva, que corresponde em média a dois a três anos de idade (coqueiro anão) e três a quatro anos (coqueiro híbrido), é muito comum as plantas apresentarem poucas flores femininas, ocorrendo secamento e queda, e a perda parcial ou total da produção. Esta situação tende a se normalizar com o passar dos anos quando são adotadas práticas de manejo culturais e fitossanitárias adequadas.
Nas plantas em plena produção, além dos fatores enumerados acima, ocorrem períodos em que a planta apresenta um alto índice de emissão de flores femininas. Neste caso, as flores femininas secam, ficando presas na inflorescência, o que evidencia mais a perda ao produtor – perda esta que poderá ser total ou parcial, a depender das condições nutricionais, climáticas e fisiológicas das plantas. Após esse período a situação volta ao normal sem que nenhuma medida específica tenha que ser tomada.
Estima-se que 30% a 70% das flores femininas abortem e caiam nas primeiras seis semanas após a abertura natural da inflorescência.
É comum, também, após uma safra abundante, o índice de pegamento de frutos nas inflorescências diminuir em consequência de uma condição nutricional exaurida das plantas.
Recomendamos a seguir algumas práticas de manejo cultural e fitossantário, que poderão ser adotadas com o objetivo de minimizar os danos causados pela queda prematura de frutos:
1- Realizar o monitoramento fitossanitário da plantação para identificação de pragas, com destaque para o ácaro da necrose (Aceria guerreronis) e a traça das flores e dos frutos novos (Atheloca subrufella) e ou doenças, como as foliares fúngicas que chegam a reduzir até 50% da área foliar da planta provocando a quebra e consequentemente a queda total do cacho, ou os cachos quebram, ficam pendurados na planta e caem antes de completarem a maturação. Para o ácaro da necrose, recomenda-se a pulverização dos cachos recém-formados com a mistura óleo de algodão (1,5%) mais detergente neutro (1,0%), aplicada quinzenalmente nos primeiros 45 dias, e posteriormente a cada 30 dias. No caso de alta infestação, recomenda-sea realização de tratamento com aplicações mensais de produto químico já registrado para a praga. Para a traça das flores e dos frutos novos recomendam-se coletas semanais e o enterrio de flores e frutos caídos no chão.
2- Manter os coqueiros em bom estado hídrico, através da irrigação ou, nos plantios realizados em sequeiro, garantir o fornecimento suplementar de água principalmente durante o período seco do ano.
3- Manter as plantas em bom estado nutricional através da adubação química ou da adubação orgânica (estercos, tortas etc). Tanto a adubação quanto o fornecimento de água devem ser feitos na área do coroamento da planta.
4- Utilizar uma cobertura morta com folhas secas ou casca de coco na zona de coroamento, facilitando a retenção de água no solo, reduzindo a competição com as plantas daninhas, consequentemente proporcionando melhoria do estado hídrico e nutricional do coqueiro.
5- Manter os tratos culturais adequados com a realização do coroamento do coqueiro, utilizando a capina manual ou química, com herbicidas registrados para a cultura. A área do coroamento deve alcançar um raio de aproximadamente 2,0 a 2,5 metros a partir do tronco do coqueiro, acompanhando a projeção da copa das plantas.
6- Substituir a vegetação de cobertura nas entrelinhas, constituída predominantemente de gramíneas, por leguminosas ou culturas consorciadas, reduzindo a competição por água e nutrientes.
Humberto Fontes e Joana Ferreira (Engenheiros-agrônomos, pesquisadores)
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