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Brasil apto para a bioeconomia
Desenvolvimento sustentável é tema central de abertura do II SIGEE
A agricultura é a nova economia e o caminho mais curto e seguro para que o País seja o grande protagonista da bioeconomia, constatações apresentadas pelos pesquisadores Maurício Lopes, presidente da Embrapa, e Renato Roscoe, superintendente de Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul, durante o painel de abertura (7) do II Simpósio Internacional sobre Gases de Efeito Estufa na Agropecuária (II SIGEE), realizado pela Embrapa e Sistema Famasul.
Maurício Lopes abriu o evento abordando o desenvolvimento sustentável e a busca por uma nova economia e segundo o presidente da estatal, a agricultura tem a capacidade de incorporar o grau de multifuncionalidade que este novo paradigma econômico exige, saindo de um conceito linear para circular, no qual o uso dos recursos naturais é priorizado, reciclado e respeitado. O novo modelo provoca ainda rupturas e, consequentemente, transformações nos conceitos de clima, tecnologia e urbanização.
Para o cientista, a agricultura e a pecuária atuam, integram e provêm vertentes, como: alimentos, fibra e energia; alimentação, nutrição e saúde; biomassa, biomateriais e química verde; serviços ambientais e ecossistêmicos; inclusão e qualidade de vida no meio rural; e cultura, tradição e turismo, "sendo capaz de levar uma agenda de inclusão, agregação de valor, produção sustentável e diversificação, principalmente, diante de um futuro tão desafiador com uma agricultura mais complexa, reflexo da nova sociedade".
Este futuro, cada vez menos previsível, tem, conforme Lopes, na água, no alimento, na energia, no meio ambiente e na pobreza seus maiores desafios e uma sociedade ativa que exige informações e respostas a tais provas, em velocidade alucinante. Tão veloz quanto à transformação digital e muito disso está relacionado ao perfil do consumidor, que hoje interage, comunica, cobra e valoriza.
"Migremos com mais rapidez na direção da sustentabilidade. O Brasil tem hoje, talvez, as melhores ferramentas e argumentos para trabalhar uma agricultura sustentável e está na hora de pensar um novo conceito de produto, unir esforços e buscar sinergia", provoca o presidente da Embrapa. Em resposta, o superintendente de C&T de MS, Renato Roscoe apresentou o MS Carbono Neutro, política pública em fase de estruturação, a ser implementada pelo governo sul-mato-grossense que terá no desenvolvimento sustentável um de seus pilares.
Roscoe explica que o objetivo da proposta é ter um Estado no qual as emissões de gases de efeito estufa (GEE) serão compensadas por atividades de agricultura com práticas sustentáveis, como sistemas integrados e Sistema Plantio Direto, e geração de bioenergia. O MS Carbono Neutro é uma das bases metodológicas do ProClima, Programa Estadual de Mudanças Climáticas, em estágio final de elaboração.
Durante sua apresentação, o superintendente apresentou o cenário de mitigação do Estado, localizado no coração de áreas aptas para produção de eucalipto do País, a partir da adoção de medidas conservacionistas, como a recuperação de solos degradados ou com baixos índices de produtividade. A primeira etapa do MS Carbono é quantificar, cientificamente, em parceria com a Embrapa e a WRI Brasil, as emissões reais de GEEs em Mato Grosso do Sul. "A sociedade moderna concilia os conceitos de progresso e sustentabilidade e é isso que buscamos", enfatizam os pesquisadores Roscoe e Lopes.
Simpósio - O II Simpósio Internacional sobre Gases de Efeito Estufa na Agropecuária (II SIGEE) segue até o dia 9 de junho e é realizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, e Sistema Famasul, com patrocínio do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Sicredi e Associação Sul-Mato-Grossense de Produtores e Consumidores de Florestas Plantadas (Reflore MS).
O evento conta com o apoio da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul (Fundect), da Rede de Fomento ILPF, da Associação para o Fomento à Pesquisa de Melhoramento de Forrageiras (Unipasto), da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), da Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso do Sul (Fiems), do Sindicato e Organização das Cooperativas Brasileiras no Mato Grosso do Sul (OCB/MS), do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), da Caixa Econômica Federal, do Banco do Brasil e WRI Brasil.
Dalízia Aguiar (DRT/MS 28/03/14)
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