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Projeto Balde Cheio em Rede articula parceiros em Sergipe
O estado de Sergipe, famoso, entre outras riquezas, pela sua expressiva produção leiteira em municípios do sertão, foi palco, na quarta e quinta (11 e 12), de encontros e visitas para articular parcerias e alavancar o Projeto Balde Cheio em Rede, liderado pela Embrapa.
Criado e desenvolvido pela Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos, SP) há mais de 20 anos, o Balde Cheio conquistou grande reconhecimento por contribuir para o desenvolvimento sustentável da pecuária leiteira, principalmente dos pequenos produtores. Em 2016, a ação se tornou um projeto institucional em rede da Embrapa, envolvendo 17 Unidades de todo o país e cerca de 80 profissionais.
O projeto consiste numa metodologia de transferência de tecnologia para a cadeia produtiva do leite que tem o objetivo de capacitar profissionais da assistência técnica, extensão rural e pecuaristas em técnicas, práticas e processos agrícolas, zootécnicos, gerenciais e ambientais.
As tecnologias são adaptadas regionalmente em propriedades que se transformam em salas de aula, que são monitoradas quanto aos impactos ambientais, econômicos e sociais no sistema de produção após a adoção das tecnologias.
Na quarta (11), o líder do projeto, o pesquisador e chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos, SP), André Novo, acompanhado do instrutor João Rosseto Júnior e pesquisadores da Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju, SE) e Embrapa Semiárido (Petrolina, PE), apresentou e discutiu o Balde Cheio com assistentes técnicos, extensionistas e consultores que atendem o arranjo produtivo do Alto Sertão Sergipano.
O encontro aconteceu no Campus do Sertão da UFS em Nossa Senhora da Glória, com reunião no auditório da instituição e visita em seguida à propriedade do produtor Ismar Farias, que também é técnico do Senar. André Novo destacou que nessa fase de reposicionamento do Balde Cheio é importante desconstruir alguns mitos que ganharam força nessas duas décadas.
Ele explicou que o projeto não se trata de um pacote de assistência técnica, nem tem como ser introduzido em áreas onde não há um arranjo local de produção leiteira minimamente estruturado, frisando que a implantação e a forma como se desenvolve depende das características de cada localidade, e que produtores pequenos, médios e grandes são atendidos com a mesma qualidade.
Rosseto Júnior, um dos mais antigos instrutores do Balde Cheio e um dos responsáveis pela sua implantação em estados do Sul e Nordeste, contou a sua experiência no projeto e relatou como as propriedades atendidas tiveram grandes avanços de qualidade e produtividade. Tanto ele quando Novo reforçaram que os impactos positivos do Balde Cheio dependem diretamente do nível de comprometimento dos assistentes e produtores, bem como do envolvimento dos parceiros institucionais municipais, estaduais, federais e associações, cooperativas e ONGs.
Parcerias e AgroNordeste
A reunião da quinta (12), ocorreu na Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju, SE) e teve foco na articulação das parcerias institucionais para implantação efetiva do Balde Cheio em Sergipe. Participaram do encontro representantes do Ministério da Agricultura no estado, Sebrae de Sergipe e Alagoas, BNB, Conab, Senar-SE e consultores técnicos.
Coincidentemente, um dos pontos positivos para fortalecer a adoção do Balde Cheio em Sergipe é a inclusão da cadeia produtiva de leite do Sertão Sergipano como um dos territórios contemplados no AgroNordeste, programa lançado em 2019 pelo Ministério da Agricultura para impulsionar o desenvolvimento da agricultura e pecuária na região, com maior concentração de iniciativas no Semiárido.
De acordo com o chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Tabuleiros Costeiros, Alexandre Nizio, que conduziu a reunião ao lado de André Novo, a integração dos parceiros nas ações de transferência combinando as diretrizes, metas e recursos aportados para o Balde Cheio e Agronordeste deve potencializar ainda mais os resultados junto aos produtores sergipanos.
A Unidade da Embrapa com sede em Aracaju deve apresentar ao Ministério na próxima semana um plano de trabalho para atuação na bacia leiteira do Sertão Sergipano no âmbito do Agronordeste a partir de 2020, e as instituições parceiras deverão incluir nos seus planejamentos ações e captação de recursos para implantação conjunta do Balde Cheio.
Saulo Coelho (MTb/SE 1065)
Embrapa Tabuleiros Costeiros
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