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Sistematização de experiências e formação de profissionais para apoiar as catadoras e o extrativismo sustentável de mangaba no norte e nordeste do Brasil
Após oito anos de atuação juntamente com as catadoras da mangaba, uma equipe interinstitucional e interdisciplinar no Nordeste e Norte do Brasil mapeou as áreas extrativistas, escreveu sobre a importância das suas práticas para à conservação da biodiversidade e da cultura, apoiou a fundação do Movimento das Catadoras de Mangaba (MCM), capacitou lideranças das catadoras e sistematizou conhecimentos essenciais à compreensão dos seus modos de vida. Além disso, elaborou com elas cartas às instituições, solicitações de participação das suas representações em diferentes fóruns (Comissão Nacional de Desenvolvimento Sustentável de Povos e Comunidades Tradicionais-CNPCT) e documentos para diferentes interlocutores com argumentos visando o impedimento do cortes das plantas, dentre os quais, o Ministério Público Federal em Sergipe. Por último, assessorou à elaboração do Projeto de Lei nº 051 do Estado de Sergipe. Mais recentemente, face às ameaças de expropriação que as catadoras têm enfrentado com a persistência do corte das plantas e expansão das infraestruturas turísticas, novos tipos de alternativas têm sido reivindicadas, dentre as quais: o acesso à terra em lotes em que têm plantas nativas e o acesso coletivo em áreas de uso comum secularmente utilizadas. Em qualquer um dos casos, a continuação da condição de catadoras, a conservação das plantas nativas em áreas de uso comum e privadas e a agregação de valor ao fruto constituem as suas principais demandas e, como tal, representam um desafio aos serviços convencionais de assistência técnica e extensão historicamente marcados pelo atendimento a um público que pratica a agricultura. No Brasil, apenas recentemente, um conjunto de iniciativas valorizam a ação de grupos locais com os recursos naturais num dado território (extrativismo) e os novos modos de fazer a agricultura (a agroecologia, a agricultura orgânica, etc.). Neste sentido, urge formar profissionais para a atuação com populações extrativistas valorizando a perspectiva étnica, a rentabilização do saber, a conservação dos recursos ambientais e culturais e a conservação da biodiversidade. Tendo em conta esta problemática, o objetivo deste projeto é formar profissionais para atuar com e para as catadoras de mangaba no que concerne: i) exercício da atividade extrativista com maior volume e qualidade dos frutos, paralelo à conservação das plantas mantendo áreas de grande interesse ambiental protegidas; ii) a agregação de valor ao fruto pela produção de balas, biscoitos, bombons; polpas e licores; iii) comercialização dos produtos extrativistas (Programa de Aquisição de Alimentos do Governo Federal - PAA e mercado local e regional); e iv) participação nos espaços de diálogo e decisão sobre iniciativas que lhes dizem respeito visando o seu reconhecimento como grupo étnico, a garantia do acesso aos recursos que conformam os seus modos de trabalho e vida e a conservação da biodiversidade. A importância desta iniciativa justifica-se pelo fato das catadoras hoje constituírem um segmento reconhecido e demandado a opinar sobre as ações que lhes dizem respeito nacionalmente.
Ecossistema: Floresta Atlântica
Situação: concluído Data de Início: Tue Mar 01 00:00:00 GMT-03:00 2011 Data de Finalização: Fri Feb 28 00:00:00 GMT-03:00 2014
Unidade Lider: Embrapa Amazônia Oriental
Líder de projeto: Dalva Maria da Mota
Contato: dalva.mota@embrapa.br
Palavras-chave: Capacitação, sistematização, catadoras de mangaba