Resultado de mais de 19 anos de pesquisas, esta tecnologia foi gerada a partir de duas cepas de bactérias: Bacillus subtilis (CNPMS B2084) e Bacillus megaterium (CNPMS B119) _selecionadas a partir dos acessos da Coleção de Microrganismos Multifuncionais e Fitopatógenos (CMMF) da Embrapa Milho e Sorgo (MG) por apresentarem aptidão para solubilizar ou tornar disponível o elemento fosfato e melhorar o sistema radicular das plantas.

O fósforo (P) é um mineral indispensável para o crescimento e a produção vegetal, já que interfere nos processos de fotossíntese, respiração, armazenamento e transferência de energia. Porém, a necessidade de altas doses e as perdas associadas na aplicação oneram os custos de produção, especialmente porque o Brasil importa cerca de 70% dos fertilizantes fosfatados utilizados atualmente. A partir de microrganismos tropicais com alto valor agregado e know how da Embrapa, foram desenvolvidos novos produtos comerciais para solubilização de fosfatos em cultivos agrícolas.

O primeiro produto comercial inoculante em milho e soja no Brasil foi o BiomaPhos®, desenvolvido em 2019, inoculante líquido, recomendado para o tratamento de sementes ou aplicação via jato dirigido no sulco de semeadura. Omsugo P, Omsugo Eco, Biagro e Solubphos são outros novos produtos comerciais desenvolvidos para a solubilização de fosfatos em soja, milho e cana-de-açúcar.

Os Bacillus presentes no produto são esporulantes, se multiplicam mais facilmente e colonizam de forma mais eficiente a rizosfera da planta, iniciando a produção de diferentes substâncias solubilizadores de fósforo, tornando-o prontamente disponível para a absorção e assimilação pela planta. Além disso, atuam na mineralização do fósforo presente na matéria orgânica do solo pela liberação de enzimas fitases pelos Bacillus, dando maior aporte desse elemento para o cultivo.

Nas avaliações realizadas em áreas de produção de milho, a aplicação do Biomaphos resultou em ganho médio de produtividade de milho de 8,9% e um aumento de 19% de P exportado para os grãos. Para a soja, a média de produtividade saltou de 67,2 sacas por hectare para 71,6 sacas, além do aumento de 14% do conteúdo de P nos grãos. Avaliações em áreas produtoras brasileiras comprovaram a eficiência do Omsugo ECO, com ganhos médios de cerca de 12 toneladas por hectare. Foram avaliados os índices de toneladas de cana por hectare (TCH); açúcar total recuperável (ATR), e toneladas de açúcar por hectare (TAH). A maior média de produtividade observada coincidiu com a parcela que recebeu a maior dose do inoculante líquido. A produtividade em TCH foi 20% superior ao tratamento que não recebeu aplicação do inoculante ou adubo fosfatado.

Esta solução tecnológica foi desenvolvida pela Embrapa em parceria com outra(s) instituição(ões).