Embrapa Agroindústria Tropical
Tecnologias que conjugam sustentabilidade e produtividade estarão à disposição do público na AgroBrasília 2017
Foto: Carmen Pires
A diversidade de abelhas que visitam as flores do algodoeiro impacta diretamente na produção, que pode ser até 27% superior aos plantios que não tiveram contato com esses insetos.
Restauração ecológica, serviços de polinização no cultivo de algodão e extrativismo sustentável serão alguns dos destaques na Casa da Embrapa. Confiram!
Uma das prioridades da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia é desenvolver soluções tecnológicas que adequem os sistemas de produção tradicionais às bases ecológicas exigidas pelo mercado atual. O objetivo é ajudar os produtores brasileiros na adoção de modelos de agricultura de alto padrão tecnológico, socialmente justos, economicamente viáveis e ecologicamente sustentáveis. Quem quiser conhecer algumas das pesquisas desenvolvidas nesse sentido pode visitar a Casa da Embrapa na AgroBrasília 2017 – Feira Internacional do Cerrado, que acontece no período de 16 a 20 de maio, no Parque Tecnológico Ivaldo Cenci (BR 251 km 05, sentido Brasília - Unaí-MG).
Estarão à disposição do público tecnologias de restauração ecológica de áreas degradadas, serviços de polinização no cultivo de algodão e extrativismo sustentável. Todas têm em comum o potencial de agregar sustentabilidade às práticas agrícolas.
Confiram, em detalhes, as tecnologias que serão apresentadas na Casa da Embrapa:
Sustentabilidade na produção da castanha-do-Brasil
Uma novidade este ano será a participação da Embrapa Acre, com a apresentação de boas práticas para a produção da castanha-do-brasil em florestas naturais da Amazônia. Trata-se de um dos resultados do projeto Bem Diverso, desenvolvido em parceria entre a Embrapa e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), com recursos do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF).
O projeto Bem Diverso, liderado pelo pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia Aldicir Scariot, tem como premissa básica promover a conservação da biodiversidade através do uso sustentável, contribuindo também para a valorização dos meios de vidas das comunidades tradicionais e agricultores familiares. Para isso, desenvolve ações em seis (6) Territórios da Cidadania – Alto Acre e Capixaba, Alto Rio Pardo, Marajó, Sobral e Sertão do São Francisco – de três biomas brasileiros: Cerrado, Caatinga e Amazônia.
A produção extrativista da castanha-do-brasil, espécie nativa da Amazônia recomendada em dietas alimentares devido ao seu alto teor de proteína e presença de antioxidantes, requer a aplicação de boas práticas para atender aos padrões de qualidade do mercado nacional e internacional. Um exemplo é a exigência de produtos livres de aflatoxinas, que são substâncias produzidas por alguns fungos presentes naturalmente no solo da floresta.
O modelo de extrativismo tradicional, que domina o sistema produtivo da castanha-do-brasil, apresenta alguns problemas que comprometem a qualidade do produto final, como por exemplo, oxidação, podridões causadas por microrganismos e a contaminação por microtoxinas, prejudicando a comercialização.
A Embrapa desenvolveu e validou boas práticas com o objetivo de melhorar a qualidade da castanha-do-brasil e garantir a segurança do alimento. A recomendação é que sejam usadas ao longo de todo o processo de produção, desde o planejamento antes da coleta dos frutos na floresta até a secagem, armazenamento e transporte do produto coletado. As boas práticas geram renda ao produtor e garantem segurança aos consumidores.
Tecnologias para baratear a restauração ecológica do Cerrado
Definida no dicionário como “processo de alteração intencional de um habitat que visa restabelecer um ecossistema a fim de imitar a estrutura, função, diversidade e dinâmica do ecossistema original”, a restauração ecológica do bioma Cerrado é uma das prioridades da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia. O objetivo final é recuperar as funções ecológicas desse ecossistema, que é hoje o que mais sofreu alteração com a ocupação humana. Nos últimos 30 anos, a pecuária extensiva, as monoculturas e a abertura de estradas destruíram boa parte do Cerrado. Hoje, menos de 2% está protegido em parques ou reservas.
A ideia é desenvolver técnicas para tornar a restauração ecológica mais eficaz e barata. Atualmente, os métodos de restauração utilizados ainda são muito caros e nem sempre são eficientes.
Quem visitar a Casa da Embrapa na Agrobrasília vai conhecer métodos de recomposição da vegetação nativa do Cerrado, que abrangem diversas opções, de acordo com a necessidade e perfil dos produtores. As práticas de restauração ecológica que serão demonstradas incluem: regeneração natural sem manejo, controle das plantas competidoras, adensamento, enriquecimento, nucleação, semeadura direta e plantio por mudas.
Serviços de polinização no algodoeiro
A presença de abelhas nos cultivos agrícolas está diretamente relacionada ao aumento de produtividade. Cerca de 70% das plantas utilizadas no consumo humano dependem em diferentes graus da polinização animal. Existem cerca de 1.700 espécies de abelhas que atuam como polinizadoras em 89% da flora nativa. O comportamento das abelhas em ambientes naturais já é bastante conhecido no Brasil, mas de alguns anos para cá, tornou-se necessário investir em ações para avaliar a importância desses polinizadores em ambientes agrícolas.
O projeto “Rede de Pesquisa dos Polinizadores do Algodoeiro (PoAL) ”, executado pela Embrapa e instituições parceiras, comprovou que quanto maior a diversidade de espécies de abelhas que visitam as flores do algodoeiro, maior o rendimento na produção, que pode ser até 27% superior aos plantios que não tiveram contato com esses insetos.
Os resultados mostraram ainda que em propriedades nas quais é praticada a agricultura orgânica, sem utilização de agrotóxicos, foram encontradas mais de 30 abelhas da espécie Apis melífera (abelha europeia) por hora, enquanto nas fazendas convencionais, essa quantidade foi de cerca de três insetos.
O objetivo da Embrapa e das instituições parceiras é incentivar os produtores a adotarem práticas agroecológicas que beneficiem os serviços ecossistêmicos, incluindo a polinização. “Na luta pela preservação das abelhas, os produtores têm que ser os nossos aliados mais fortes. É premente que eles percebam que o pagamento pelo serviço de polinização será o retorno advindo da sua própria produção, proporcionado pelas melhorias de produtividade que as abelhas promovem”, ressalta a pesquisadora da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia Carmen Pires, que participou da PoAL.
Todas essas tecnologias estarão à disposição do público na Casa da Embrapa durante a AgroBrasília 2017 – Feira Internacional do Cerrado, que acontece no período de 16 a 20 de maio, no Parque Tecnológico Ivaldo Cenci (BR 251 km 05, sentido Brasília - Unaí-MG).
Fernanda Diniz (MTb 4685/DF)
Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia
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