Embrapa Agroindústria Tropical
Seminário Regional incentiva recuperação da cajucultura no Noroeste do Ceará
Produtores e técnicos participaram do Seminário Regional sobre Cajucultura, que ocorreu no ultimo dia 23, no município de Bela Cruz (CE). O evento contou com palestras ministradas pelos pesquisadores da Embrapa Luís Serrano, Antônio Teixeira, Afrânio Arley, Emilson Cardoso, Lindemberg Mesquita e Antônio Calixto Lima.
O Seminário Regional sobre Cajucultura teve como objetivo expor técnicas que podem auxiliar na recuperação da cultura do cajueiro na região Noroeste do estado do Ceará. A região possui grande potencial na produção de castanha, mas apresenta problemas como pomares antigos com predominância de cajueiros gigantes, que são menos produtivos que os clones de cajueiro-anão da Embrapa. Além disso, os produtores enfrentam doenças como a antracnose, que causa a queda das flores e frutos jovens, provocando grandes prejuízos aos pomares.
Temas como clones e produção de mudas de cajueiro, manejo da cultura, aspectos fitossanitários, substituição de copas e processamento da castanha e do pedúnculo foram abordados no seminário. Houve, ainda, debates e apresentação sobre o Programa de Expansão e recuperação da Cajucultura do Ceará, proferida pelo técnico da Ematerce, Egberto Targino.
O prefeito do município de Bela Cruz, Carlos Antônio Vasconcelos, planeja adotar as soluções apresentadas no seminário. Segundo ele, 200 mil mudas de cajueiro anão precoce serão produzidas e distribuídas para os produtores, no próximo inverno. Além disso, a prefeitura de Bela Cruz pretende firmar convênios com órgãos como o Sebrae, Ematerce e Embrapa para oferecer assistência técnica permanente aos agricultores da região. "As tecnologias apresentadas no seminário são fundamentais para o avanço da cajucultura. Bela Cruz já esteve à frente da produção de castanha. A queda da produtividade se deve ao fato de que essas tecnologias não foram assimiladas pelos nossos produtores. Queremos recuperar a produtividade e trazer mais renda para os agricultores da região," enfatiza.
Para Lindemberg Mesquita, pesquisador da Embrapa Agroindústria Tropical, o seminário é uma forma de fornecer as informações mais recentes, geradas pela Embrapa, com o intuito de aproveitar o período da safra que se inicia. O engenheiro agrônomo destaca ainda que além da substituição de cajueiros gigantes por cajueiros-anões, medidas para controlar pragas e doenças, como o oídio, a mosca branca e a traça da castanha, devem ser adotadas para melhorar o sistema de produção. "Os problemas fitossanitários são um dos grandes obstáculos que afetam a cajucultura. O oídio, por exemplo, pode inviabilizar a produção, causando perda de grande parte da produção," destaca.
A produtora Maria de Lourdes Pontes, que produz e comercializa produtos derivados do caju, considera que as informações oferecidas no seminário são de grande importância para os produtores de caju, no sentido de incentivar a comercialização de produtos feitos a partir do aproveitamento da castanha e do pedúnculo. "Acredito que se os produtores tiverem acesso a técnicas para melhorar a produção dos cajueiros, a comercialização de produtos derivados do caju, como doces, cajuína, compotas e licores, será consequentemente beneficiada, trazendo mais renda para toda a comunidade," enfatiza.
O encerramento do seminário contou com exposição e degustação de produtos oriundos do caju. O evento, que precede a 47ª Festa do Caju, atendeu produtores e técnicos dos municípios cearenses de Acaraú, Itarema, Cruz, Marco, Jijoca de Jericoacoara, Morrinhos e Bela Cruz. Essa foi uma realização da prefeitura municipal de Bela Cruz em parceria com a Embrapa, Delegacia do Desenvolvimento Agrário no Ceará, Secretaria Estadual do Desenvolvimento Agrário, Banco do Nordeste, Sebrae, Instituto Agropolos do Ceará e Ematerce.
Ricardo Moura e Alice Sales (estagiária)
Embrapa Agroindústria Tropical
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