O melão é a principal fruta fresca nacional exportada, em volume, gerando mais de US $160 milhões em divisas, a maior parte destinada à Europa. A participação do Nordeste é expressiva, pois Rio Grande do Norte, Ceará, Pernambuco e Bahia são responsáveis por 95% da produção e pela totalidade das exportações nacionais. Apesar desse cenário, a significativa redução no ciclo de cultivo e os níveis de produtividade e qualidade de frutos demonstram que avanços em termos de adaptação às altas temperaturas e limitação hídrica do Semiárido são necessários. As mudanças climáticas têm causado impactos diretos à produção, tanto pela elevação da temperatura (e evapotranspiração) quanto pela diminuição do nível das reservas hídricas. Nesse contexto, o Programa de Melhoramento Genético de Meloeiro da Embrapa buscará genótipos produtivos e mais adaptados ao clima quente e seco do Nordeste, de modo a desenvolver híbridos BRS mais competitivos. Em associação ao germoplasma já trabalhado no Programa, será utilizada a variabilidade genética da espécie, com ênfase na Agrobiodiversidade conservada nos BAGs da Embrapa para obtenção de novas combinações genotípicas superiores. A fim de que o genótipos produtivos e adaptados ao cultivo no Semiárido sejam mais competitivos, esses deverão produzir frutos de melhor qualidade e, devido à abertura de novos mercados, com maior vida pós-colheita (até sete semanas). Além da adaptação às altas temperaturas e limitação hídricas do Semiárido brasileiro, nas estratégias de seleção e cruzamentos também serão considerados frutos com qualidade e maior vida pós-colheita e a resistência às principais pragas e doenças dos polos agrícolas do Nordeste, sendo priorizados os tipos Amarelo e Cantaloupe.