O processo de produção de tomate cereja sob cultivo protegido e em substrato de fibra de coco, foi validado em ambiente de produção na Estufa Timbaúba, em Guaraciaba do Norte-CE, região da Ibiapaba, no projeto de pesquisa Tipo III “30.20.90.016.00.00 - Validação em escala comercial do cultivo protegido e sem solo de tipos especiais de tomate e pimentão na região da Ibiapaba-CE”. Nesse projeto, foram realizados dois ciclos de cultivo do tomate cereja híbrido “Sweet Heaven”, com duração de 180 dias cada, em uma estufa com 2.500 m2 e densidade de cultivo de 16.666 plantas ha-1. O cultivo foi realizado em vasos contendo substrato de fibra de coco, fertirrigados com uma solução nutritiva própria para o tomate cereja e sem o reaproveitamento da solução drenada (sistema aberto). A produtividade comercial média obtida foi de 83 t ha-1 por ciclo (180 dias) e 166 t ha-1 ano-1, obtendo-se frutos de excelente qualidade, comercializados na sua totalidade com preços acima dos obtidos com o tomate produzido no sistema tradicional. Nesses cultivos a eficiência de uso da água variou de 16,0 a 18,9 kg de tomate cereja por m3 de água aplicado. Uma das características desse sistema é a necessidade de aplicar diariamente uma fração de lixiviação da solução nutritiva, a fim de manter a salinidade do substrato dentro dos limites tolerados pela cultura. No caso, a porcentagem de solução nutritiva lixiviada dos vasos variou de 21% a 33%, no primeiro e segundo ciclos, respectivamente. Com base nesses resultados, estima-se que o reuso da solução nutritiva lixiviada dos vasos no próprio cultivo do tomate (sistema fechado) pode aumentar a eficiência de uso da água e reduzir o gasto com fertilizantes de 20 a 33%, em relação ao sistema atual, o que representaria uma redução de custos para o produtor da ordem de R$ 12,8 mil a R$ 19,3 mil por estufa, por ano, com base nos preços dos fertilizantes em 2022. Além disso, estima-se que haveria uma redução de mais de 95% do descarte de solução nutritiva no solo contendo íons potencialmente poluentes para o lençol freático tais como nitratos, fosfatos, etc.. Nesse contexto, a empresa Estufa Timbaúba manifestou o interesse em firmar nova parceria com a Embrapa, no sentido de adaptar e validar uma solução de baixo custo, visando reutilizar de forma segura para o cultivo do tomate, a solução lixiviada dos vasos e que hoje é descartada na propriedade. O objetivo geral da proposta é desenvolver um sistema de cultivo protegido de tomate em substrato, com recirculação da solução nutritiva e uso de água captada da chuva, que reduza o uso de água subterrânea para a irrigação e maximize a eficiência de uso da água e dos fertilizantes, em relação ao sistema de cultivo atualmente utilizado na Estufa Timbaúba. O processo de produção de tomate cereja em cultivo protegido e substrato de fibra de coco, com reuso da solução nutritiva, será adaptado e validado em ambiente de produção na Serra da Ibiapaba-CE.