A expansão da área plantada e de produtividades no Brasil estão associadas ao uso de fertilizantes importados. Adsorção, lixiviação, desnitrificação e volatilização são responsáveis pela baixa eficiência de uso destes fertilizantes. Um microbioma sintético compreendendo bactérias, fungos e algas representa uma ferramenta promissora para o desenvolvimento sustentável da fertilidade do solo, preservação da água e crescimento das plantas, especialmente sob condições de estresse. A bananeira é cultivada em uma área total de 456 mil ha no Brasil e a produtividade varia nas unidades da federação entre 24,8 e 7,9 toneladas por ha. A demanda nutricional da bananeira na fase de produção é da ordem de 200 kg ha de nitrogênio, 200 kg ha de potássio e 50 kg ha de fósforo e os principais cultivares sofrem com o mal do panamá, doença fúngica de difícil manejo. Neste projeto, nós definimos como questão específica que a co-inoculação de micro-organismos homólogos da bananeira, multifuncionais para promoção do crescimento vegetal e controle biológico, colabora para a nutrição nitrogenada, melhoria do status nutricional da planta e convivência com patógenos de solo e pode contribuir para redução de despesas e emissões associadas ao uso de fertilizantes. Isolados bacterianos fixadores de nitrogênio, solubilizadores de fosfato, sintetizadores do ácido indolacético e inibidores do crescimento micelial de Fusarium têm sido obtidos de bananeiras e alguns desses têm promovido o crescimento da planta em condições controladas. Ensaios em casa de vegetação e em campo serão conduzidos para avaliação do crescimento da bananeira inoculada com uma comunidade microbiana diversa, composta por isolados previamente selecionados. Os efeitos serão avaliados sobre o desenvolvimento e alterações no perfil metabólico e proteico das plantas e os mecanismos de interação planta-micro-organismos serão avaliados pela abundância relativa de colonização.