Com o objetivo de compartilhar a metodologia e divulgar os principais resultados da experiência de formação continuada em estratégias de comunicação para a convivência com o Semiárido, a Embrapa lançou a Série Documentos - Ações de Comunicação para a convivência com o Semiárido brasileiro - publicação técnica que detalha as ações de comunicação desenvolvidas por Unidades Descentralizadas do Nordeste e pela Embrapa Informação Tecnológica (Brasília, DF), no âmbito do Plano Brasil Sem Miséria (PBSM). O PBSM foi executado pela Embrapa de 2011 a 2016 e trabalhou com agricultores e técnicos de extensão rural - a partir do intercâmbio de conhecimentos, a identificação de demandas e a implementação de tecnologias que pudessem contribuir para a melhoria da renda e da qualidade de vida das famílias inseridas no PBSM. “Nessa direção, as ações de comunicação fortaleceram o trabalho da Embrapa e de instituições parceiras nos territórios onde o intercâmbio entre pesquisadores e agricultores já acontecia, ao mesmo tempo em que estimularam o protagonismo comunicacional das comunidades, incentivando-as a produzirem e a divulgarem suas próprias histórias”, explica Selma Lúcia Beltrão, gerente-geral da Embrapa Informação Tecnológica e uma das autoras da publicação. Dividida em 6 capítulos, com 62 páginas, ilustrações, fotografias e depoimentos, a publicação apresenta ao leitor a experiência realizada pela Embrapa a partir de 4 oficinas de comunicação promovidas no Agreste Alagoano e no Alto Sertão Sergipano, territórios da cidadania onde atuaram pesquisadores e técnicos do Núcleo de Agroecologia da Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju, SE), além de diversos parceiros locais, no âmbito do PBSM. Além de apresentar a metodologia de comunicação elaborada especificamente para as oficinas, o livro traz abordagens conceituais sobre Comunicação Comunitária, Comunicação para o Desenvolvimento, Educação Popular, Sistematização de Experiências e Agroecologia. O texto também relata a experiência-piloto desenvolvida no Território Alto Oeste Potiguar, pela Embrapa Agroindústria Tropical (Fortaleza, CE). “Nossa intenção é mostrar ao leitor as dinâmicas e os métodos adotados nas oficinas, os quais possibilitaram que a Embrapa estabelecesse um diálogo mais direto com público alvo das oficinas de comunicação, ou seja, as lideranças dos territórios, entre elas, agricultores experimentadores, radialistas, técnicos da extensão rural e os comunicadores das organizações não governamentais”, explica Selma, lembrando que neste caso específico, o tema gerador e integrador de todo o processo foi a Agroecologia. Para o pesquisador da Embrapa Tabuleiros Costeiros, Fernando Fleury Curado, também autor da publicação, outro diferencial do trabalho foi a participação dos movimentos sociais na elaboração dos textos. “Importante destacar que foi um processo de construção coletiva, desde a discussão das dinâmicas e conteúdos compartilhados nas oficinas até a elaboração da publicação”. As oficinas de comunicação contaram com a parceria de movimentos sociais, tais como Articulação Semiárido Brasileiro (ASA); Coletivo Macambira de Comunicação e Cultura (AL); Centro Dom José Brandão de Castro - instituição com atuação em assessoria técnica em agropecuária e comunicação popular; a Rede Nordeste de Núcleos de Agroecologia, liderada pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE); entre outros parceiros. Entre os autores da publicação estão jornalistas e pesquisadores da Embrapa Informação Tecnológica e da Embrapa Agroindústria Tropical (Fortaleza, CE), além de jornalistas, historiadores e cientistas sociais da ASA, Coletivo Macambira e do Centro Dom José Brandão de Castro. “Nossa expectativa é que essa experiência sirva de motivação para novos projetos, arranjos e articulações envolvendo a pesquisa, a assistência técnica e a extensão rural e os agricultores, em outras regiões do País, no campo do desenvolvimento territorial”, finaliza Selma. A publicação está disponível para download no Portal da Embrapa. Acesse aqui para baixá-la.