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22/09/17 |   Agroenergia  Agroindústria  Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação

Pesquisadores da Embrapa participam de eventos ligados ao setor de biocombustíveis em São Paulo e Campinas

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Foto: Nilza Ramos

Nilza Ramos - Colheita mecanizada de cana.

Colheita mecanizada de cana.

O NovaCana Ethanol Conference 2017, evento internacional que discute o futuro do mercado de etanol e açúcar no Brasil, será realizado em São Paulo de 25 a 26 de setembro, e terá a participação da Embrapa, por meio de sua Unidade de Pesquisa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP). Esta será a 2ª edição do evento com expectativa de participação de representantes do governo, usinas, investidores, traders e comunidade científica.

O 2º Painel, que tem como tema Calculadora do RenovaBio, contará com a participação da pesquisadora da Embrapa Marília Folegatti-Matsuura, que  apresentará  o funcionamento da RenovaCalc – a ferramenta de cálculo de emissões do RenovaBio – programa do Governo Federal lançado em dezembro de 2016 para incentivo à produção sustentável de biocombustíveis no Brasil. Também participarão da apresentação os pesquisadores Joaquim Seabra (Faculdade de Engenharia Mecânica/Unicamp) e Mateus Chagas (Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol - CTBE).

Serão abordados o método e as principais premissas que embasam a calculadora, assim como os seus parâmetros de entrada e resultados. A contabilidade da intensidade de carbono do biocombustível envolve todo o ciclo de vida do produto, do “berço ao túmulo”.

A pesquisadora também apresentará a RenovaCalc no Workshop Estratégico CTBE RenovaBio: Modelagem Econômica , a ser realizado na próxima sexta-feira, 29 de setembro, no auditório do CTBE em Campinas, SP. Órgãos públicos e empresários estarão reunidos para estruturar a modelagem econômica do programa, além de discutir, dentre outros assuntos, os indicadores e metodologias que poderão ser aplicados na avaliação de impactos sociais, econômicos e ambientais; a comercialização dos combustíveis renováveis; a projeção da oferta e demanda; e sistemas de financiamento para biocombustíveis.

Marília vai abordar a interação da modelagem econômica com a ambiental, no âmbito do RenovaBio. No evento também serão discutidos os mecanismos de mercado, por meio dos quais será possível transformar índices de reduções de intensidade de carbono em títulos de ativos financeiros, valorizando empresas que optarem por investimentos em processos mais limpos.

Também estão confirmadas palestras da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Ministério de Minas e Energia (MME), Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Unica, Petrobras, Unicamp, Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA), entre outros.

RenovaBio
Lançado dezembro de 2016 pelo Governo Federal, o Programa RenovaBio busca expandir a produção de biocombustíveis no Brasil, baseado na previsibilidade, na sustentabilidade ambiental, econômica e social, compatível com o crescimento do mercado. Foi em fevereiro deste ano objeto de Consulta Pública, para análise e validação pela sociedade brasileira.

O Governo Federal prevê assim o avanço do setor de biocombustíveis até o ano de 2030, destacando o seu papel na matriz energética brasileira. O Programa deve estimular investimentos em modelos de produção mais sustentáveis, promovendo o desenvolvimento de novas tecnologias para biocombustíveis, como o etanol de segunda geração, o biometano, o biodiesel HVO (óleo vegetal hidrotratado), o diesel de cana-de-açúcar e o bioquerosene  . Para o etanol, a previsão é de que o Brasil venha a produzir 54 bilhões de litros em 2030. A produção atual é de cerca de 28 bilhões de litros de etanol por safra.

Os quatro principais eixos do Renovabio são: o desenvolvimento de novos biocombustíveis, sustentabilidade ambiental, confirmação do papel dos biocombustíveis na matriz energética brasileira e regras de comercialização desses produtos. O Programa alinha-se à meta de redução das emissões de gases do efeito estufa (GEE), firmada na COP21, em Paris, em 37% dos níveis de 2005 até 2025, e em 43% dos níveis de 2005 até 2030.

Para incentivar o aumento da produção nacional de biocombustíveis, o RenovaBio deve trazer uma vantagem competitiva para as empresas que apresentarem processos produtivos com menos emissão de carbono. Para este cálculo entra a RenovaCalc.

Marília coordena o Grupo Técnico responsável pela elaboração do protocolo de desempenho ambiental dos biocombustíveis, dentro do Programa e acredita que “este será um importante estímulo à melhoria dos processos produtivos agrícolas e agroindustriais para fins energéticos, com vistas à sustentabilidade ambiental”.

Participam também do Grupo Técnico, pela Embrapa, a pesquisadora Nilza Patrícia Ramos, presidente do Portfólio de Projetos para o Setor Agroindustrial Sucro-Alcooleiro Energético (SASE); o pesquisador Marcelo Morandi, chefe-geral da Embrapa Meio Ambiente e o analista Renan Novaes. Para Morandi, a construção do RenovaBio “tem sido um marco no processo de elaboração de políticas públicas no Brasil, por promover a interlocução entre o Poder Público, as instituições de C&T e o setor produtivo”. Destaca ainda que “o desenvolvimento do protocolo de avaliação de desempenho ambiental para os biocombustíveis, com forte base científica, assim como a RenovaCalc, são importantes contribuições que a Embrapa e seus parceiros – FEM/Unicamp, CTBE e Agroícone – dão ao país, como retorno do investimento do dinheiro público em ciência e tecnologia”.

 

Eliana Lima (MTb 22.047/SP)
Embrapa Meio Ambiente

Cristina Tordin (MTb 28.499/SP)
Embrapa Meio Ambiente

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