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Projeto de aquicultura da Embrapa agora tem Comitê Assessor Externo
Foi instaurado em Brasília na última terça-feira, 26 de fevereiro, o Comitê Assessor Externo do projeto BRS Aqua, que vem trabalhando com quatro espécies importantes para a aquicultura brasileira, é coordenado pela Embrapa e conta com diversos parceiros, tanto públicos como privados. Esse comitê é formado por representantes de instituições com atuação direta no mercado, como a Associação Brasileira de Criadores de Camarão (ABCC) e a Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR).
Entre as atribuições do grupo, estão aconselhar o Comitê Gestor do projeto no sentido de facilitar a transferência de inovações tecnológicas (nas formas de produtos e processos) para o setor produtivo e indicar possíveis parcerias com organizações públicas ou privadas que aumentem a sinergia entre as instituições executoras do BRS Aqua e o ambiente externo. É um comitê de caráter consultivo que acompanhará o desenvolvimento dos trabalhos previstos pela equipe do BRS Aqua, sugerindo eventuais ajustes que contribuam para a melhoria do projeto.
Um dos membros do grupo é Eduardo Ono, da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Ele vê duas frentes de colaboração com o BRS Aqua: “a primeira delas é na própria organização dessa governança do projeto; essa interlocução, os mecanismos, como fazer, como prestar contas à sociedade civil tendo a gente como um dos porta-vozes desse processo, divulgação de resultados, uma série de coisas”. Eduardo segue afirmando que “a outra frente é no aspecto técnico dos projetos de pesquisa em si. A ideia é que a gente possa colaborar, reunindo com cada líder dos componentes (são oito Projetos Componentes ao todo) pra que a gente possa, de fato do ponto de vista já mais técnico dos assuntos em pauta, colaborar de alguma forma pra que a gente não perca o foco final de todo esse processo, que é dar mais competitividade pro setor brasileiro”.
Também membro do comitê, Diego Duque é do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), principal financiador do BRS Aqua. “A gente está entendendo que o projeto está andando de forma adequada. Continuamos fazendo alguns ajustes no sentido de mostrar pra sociedade o que vai ser entregue a ela. A gente está satisfeito que os pesquisadores, a equipe toda envolvida da Embrapa está entendendo esse nosso compromisso em mostrar pra sociedade a importância do projeto”, explica.
Além do BNDES, financiam os cerca de R$ 57 milhões nos quatro anos do projeto a Secretaria de Aquicultura e Pesca (SAP), órgão ligado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), e a própria Embrapa. João Crescêncio Marinho é o secretário adjunto da SAP: “o BRS Aqua é um projeto bastante importante. Desde 2015, a SAP apoia esse projeto. A importância da pesquisa, da inovação tecnológica para a aquicultura é primordial pra gente poder efetuar ações de políticas públicas. Todos os projetos (chamados PCs – Projetos Componentes) são bastante importantes no nosso conhecimento, no nosso ver”, afirma.
Embrapa e parceiros – O BRS Aqua tem mais de 50 parceiros públicos e mais de 10 privados. A liderança do projeto é de Lícia Lundstedt, pesquisadora da Embrapa Pesca e Aquicultura (Palmas-TO). Segundo ela, “o Comitê Assessor, previsto desde a concepção do BRS Aqua, é um comitê consultivo, cuja premissa é apoiar no balizamento de decisões estratégicas do Comitê Gestor. As instituições que o compõem, e que representam significativamente o setor aquícola no país, acompanharão a execução das ações previstas no projeto”. Ela reforça as atribuições do grupo, dizendo que “este acompanhamento periódico auxiliará, quando pertinente e em atendimento à segurança da informação, na identificação e em oportunidades de parcerias com organizações públicas e privadas, de modo a aumentar a sinergia existente entre as Unidades da Embrapa executoras do projeto e o ambiente externo. Espera-se ainda que esse acompanhamento facilite o processo de transferência das inovações tecnológicas na forma de produtos e processos para o setor produtivo”.
Miriam Eira é pesquisadora e trabalha com articulação de redes na Secretaria de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa, sediada em Brasília-DF. Sobre a contribuição do comitê para o projeto, ela entende que “a questão principal que eles trazem é a visão externa do desafio de inovação e eles nos ajudam principalmente a avaliar se as respostas que a gente está tentando obter pra resolver esses desafios estão corretas ou se esses desafios estão bem colocados”. Para a pesquisadora, “é muito interessante você trabalhar junto com o setor produtivo; não só porque ele ajuda na questão do recurso, mas também ele ajuda que a gente ande no funil de inovação e chegue bem mais longe, bem mais fundo nesse funil porque ele está lá na ponta puxando a gente”. Dessa maneira, um projeto como o BRS Aqua conta, além do aval técnico-científico proporcionado pela Embrapa e seus parceiros, com um aval de mercado, conferido pelo grupo recentemente instaurado.
Cabe ao chefe geral da Embrapa Pesca e Aquicultura a responsabilidade de presidir o Comitê Assessor Externo do projeto. Atualmente, esse papel está sendo desempenhado por Alexandre Freitas. Ele reforça que “a ideia do Comitê Assessor é ser um colegiado que ajude no balizamento do Comitê Gestor no âmbito estratégico do projeto. Seja de ajustes, seja da própria execução, de ações de comunicação e transferência de tecnologia que são importantes, da viabilização de parcerias para possibilitar negócios com as tecnologias que estão sendo desenvolvidas e não aguardar por exemplo que todos os ativos sejam entregues para, a partir daí, se pensar num processo de transferência de tecnologia”. Ele completa acrescentando: “e obviamente dar eco a uma discussão, às demandas que os setores trazem que, muito provavelmente, não serão todas atendidas pelo projeto. Mas que o projeto também pode criar uma condição de solução – ou abrindo outras possibilidades de projeto, ou articulando com instituições”.
O BRS Aqua possui forte caráter estruturante nas diferentes Unidades da Embrapa envolvidos. Lícia explica que “um dos principais objetivos do projeto é ampliar a capacidade instalada de pesquisa científica e tecnológica em aquicultura na Embrapa, seja para atender as ações previstas neste projeto, seja para atender ações futuras e demandas do setor de aquicultura”. E detalha: “atualmente, a estrutura física (sobretudo laboratórios e campos experimentais) na área de aquicultura na Embrapa é insuficiente. Dada a crescente importância do tema na empresa, é necessário que essa estrutura seja ampliada para que haja melhores condições de desenvolver as pesquisas e, assim, colaborarmos de maneira ainda mais efetiva com o crescimento da aquicultura brasileira. O projeto vem, em boa medida, nesse sentido de permitir a ampliação e a modernização dessa infraestrutura, espalhada por diversos centros de pesquisa da Embrapa”.
Sobre a infraestrutura que deve ser aprimorada por meio do projeto, Eduardo Ono, da CNA e membro do Comitê Gestor, concorda e acrescenta um desdobramento esperado. “Essa estruturação das Unidades de pesquisa da Embrapa é fundamental. Agora, o que nós precisamos realmente de garantias no futuro, dentro desse projeto, é que outras entidades em colaboração possam ter acesso a toda essa infraestrutura moderna que está sendo criada”, afirma.
Sobre o projeto – O BRS Aqua envolve mais de 20 Unidades da Embrapa, cerca de 270 empregados da empresa e recursos financeiros da ordem de quase R$ 45 milhões do Fundo Tecnológico do BNDES / Funtec, R$ 6 milhões do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (que estão sendo executados pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, o CNPq) e, como contrapartida, R$ 6 milhões da própria Embrapa. Em termos percentuais, cerca de 10% de todo o valor a ser investido no projeto refere-se a bolsas para capacitação de mão-de-obra qualificada no setor e outros 40% a melhorias em termos de infraestrutura.
O projeto, intitulado “Ações estruturantes e inovação para o fortalecimento das cadeias produtivas da aquicultura no Brasil”, trabalha com quatro espécies que estão em diferentes estágios de evolução em termos de cadeia de valor no Brasil: a tilápia; o tambaqui; o camarão marinho; e o bijupirá. Hoje no Brasil, em termos numéricos o peixe mais cultivado é a tilápia e o peixe nativo mais cultivado é o tambaqui. O BRS Aqua está buscando refinar tecnologias para tilápia e camarão marinho, gerar pacote tecnológico para tambaqui e preencher lacunas de conhecimento para bijupirá.
Confira abaixo a composição do Comitê Assessor Externo do BRS Aqua:
Presidência: Chefe geral da Embrapa Pesca e Aquicultura (atualmente Alexandre Freitas)
Secretária Executiva: Líder do projeto Lícia Maria Lundstedt
Fundação Eliseu Alves (FEA)
Titular: Suelma Cardoso Martins; Suplente: Clebia Sobrinho de Oliveira
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)
Titular: Artur Milanez; Suplente: Diego Duque
Secretaria de Aquicultura e Pesca (SAP/Mapa)
Titular: Juliana Lopes Silva; Suplente: Shayene Agatha Marzarotto
Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR)
Titular: Francisco Medeiros
Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA)
Titular: Eduardo Akifumi Ono; Suplente: Lilian Azevedo Figueiredo
Associação Brasileira de Criadores de Camarão (ABCC)
Titular: Cristiano Maia; Suplente: Antônio Albuquerque
Suporte interno na Embrapa:
Diretoria Executiva de Pesquisa e Desenvolvimento (DE-PD);
Secretaria de Pesquisa e Desenvolvimento (SPD);
Secretaria de Inovação e Negócios (SIN);
Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas (Sire);
Presidente do Portfólio de Aquicultura.
Clenio Araujo (MTb 6.279/MG)
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