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Embrapa Agroenergia possui 11 patentes de invenção depositadas junto ao INPI
A Embrapa Agroenergia possui 11 tecnologias em desenvolvimento com pedidos de patente de invenção depositados junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Os ativos tecnológicos já estão aptos para serem negociados em parceria, com a finalidade de avançar na escala de maturidade tecnológica. Os públicos-alvo incluem produtores de cana-de-açúcar, indústria de enzimas, leveduras, tintas, vernizes e os setores de saúde.
Patentes são uma das mais antigas formas de proteção da propriedade intelectual e têm por objetivo incentivar a recompensa pela criatividade dos inventores a partir de desenvolvimento econômico e tecnológico. No Brasil, elas protegem as invenções (novas soluções para problemas técnicos específicos, dentro de um determinado campo tecnológico) e garantem aos seus titulares os direitos exclusivos para usar sua invenção por um período mínimo de 20 anos, a contar da data do depósito do pedido.
As parcerias podem ser firmadas na lógica de inovação aberta, adotada pela Embrapa Agroenergia desde 2017, com o apoio da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii). "Atualmente dispomos de 92 soluções tecnológicas, sendo que mais da metade da carteira está comprometida com parceiros tanto para transferência quanto para adoção dessas tecnologias”, relata Patrícia Abdelnur, chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Agroenergia.
Entre 2017 e 2022, foram firmados 27 acordos de cooperação técnica e disponibilizadas 70 soluções tecnológicas para o setor produtivo, atingindo 11 diferentes mercados.
Veja quais são as principais características e benefícios de cada um dos pedidos de patente de invenção cujas pesquisas foram realizadas pela equipe da Embrapa Agroenergia.
1) Métodos de alteração da estrutura da parede celular de plantas
BR 10 2017 023837 7 A2
Titulares: Embrapa (Pesquisador Ponto Focal: Hugo Molinari), Universidade Estadual de Maringá (UEM) e Rothamsted Research (Reino Unido).
Depositada em 2017 e publicada em 2019, a patente de invenção pertence ao campo da genética vegetal e descreve um novo e inventivo método de produção de plantas com a estrutura da parede celular alterada.
Aplicada à cana-de-açúcar, a técnica inventada pela Embrapa é fruto do silenciamento do gene responsável pela rigidez da parede celular da planta, o que faz aumentar o acesso das enzimas aos açúcares presos nas células, facilitando a extração dos compostos da biomassa vegetal.
A cana com maior digestibilidade da parede celular foi chamada de Cana Flex I e é uma aposta para a indústria de biocombustível (etanol de primeira e segunda geração) e também para a extração de diversos bioprodutos, como ração animal.
Além do método de alteração da estrutura da parede celular da planta, o pedido de patente cobre a produção de qualquer célula, semente, planta ou parte da planta capaz de suprimir a expressão de genes tipo BAHD.
2) Construção gênica e microrganismo fotossintetizante geneticamente modificado para produção de enzimas Betaglicosidases
BR 10 2017 012753 2 A2
Titulares: Embrapa (Pesquisador Ponto Focal: Bruno Brasil) e Fundação Universidade Federal do Rio Grande (FURG)
Depositada em 2017 e publicada em 2019, a invenção refere-se à modificação genética de microrganismos fotossintetizantes para aumento da produção de enzimas do tipo betaglicosidases, que desempenham uma posição importante no mercado de enzimas devido à sua alta versatilidade, criando a possibilidade de inseri-las em muitas áreas do mercado.
O mercado industrial de enzimas cresce em bilhões de dólares todos os anos de acordo com a empresa Business Communication Company Research (BCC), pois as enzimas desempenham papel importante na catálise de muitas reações químicas em processos industriais.
Em projetos anteriores da Embrapa Agroenergia, foram construídas bibliotecas metagenômicas e sequência dos genomas de microrganismos da biodiversidade brasileira. A partir dessas bibliotecas, foi possível fazer triagens funcionais na busca de atividade betaglicosidase.
Durante a pesquisa, uma das betaglicosidases estudadas apresentou alta atividade sobre o substrato sintético pNPG (p-nitrofenil-Beta-D-glucopiranosídeo), podendo ser eficiente no processo de degradação de celulose.
O pedido de patente reivindica a invenção da construção gênica, compreendendo o gene codificador para a enzima betaglicosidase e as que apresentarem similaridades entre 70% e 90%, além do método de produção de microrganismo recombinante.
3) Coquetel enzimático obtido por meio de cocultivo de fungos
BR 10 2018 068511 2 A2
Titulares: Embrapa (Pesquisador Ponto Focal: Félix Siqueira) e Universidade Federal do Tocantins (UFT)
Depositado em 2018 e publicado em 2020, o pedido de patente solicita a proteção de um coquetel enzimático obtido a partir de extratos provenientes do cocultivo de macrofungos e fungos filamentosos, e de sua aplicação na hidrólise (quebra) de biomassa vegetal para a obtenção de monômeros de carboidratos.
Os extratos são obtidos por meio de nova abordagem metodológica de cocultivo entre organismos que apresentam afinidades e/ou sinergismo quando cultivados simultaneamente. O coquetel enzimático pode ser utilizado na hidrólise enzimática de biomassa vegetal para conversão de polissacarídeos em açúcares fermentescíveis (glicose, por exemplo), que podem ser usados para produzir biocombustíveis e produtos químicos renováveis, como álcoois, ácidos orgânicos, polióis e biopolímeros.
4) Molécula de proteína variante da betaglicosidase AMBGL18 tolerante à retroinibição por glicose, construção gênica, vetor, microrganismo transgênico, método de produção de microrganismo transgênico e uso de molécula proteica modificada
BR 10 2021 018917 7
Titulares: Embrapa (Pesquisador Ponto Focal: Letícia Jungmann) e Fundação Universidade Federal do Rio Grande (FURG)
Depositada em 2021, a invenção refere-se a uma enzima betaglicosidase originalmente isolada de microrganismo de solo da Amazônia e que passou por um processo de melhoria da atividade enzimática por uma metodologia conhecida como engenharia de enzimas.
As betaglicosidases consistem em enzimas do tipo glicosilhidrolases que quebram ligações β-D-glicosídicas em uma variedade de compostos, liberando glicose como produto final.
Possuem aplicações biotecnológicas diversas, que incluem utilidades médicas, detoxificação de glicosídeos (como compostos cianogênicos da mandioca), acentuação de aromas na produção de sucos e vinhos pela liberação de agliconas aromáticas e desconstrução da biomassa vegetal para, por exemplo, produção de etanol de segunda geração.
As betaglicosidases são naturalmente retroinibidas pela glicose, gargalo tecnológico de natureza bioquímica já bem conhecido pela indústria. Nesta invenção, foram usadas ferramentas de engenharia genética, bioinformática e bioquímica para identificar aminoácidos-chave na enzima AMBGL18, propor mutações específicas no gene desta enzima e promover alterações nestes aminoácidos, o que resultou no aumento tanto da tolerância à glicose quanto da atividade catalítica da enzima.
A enzima mutante apresentou boa tolerância à retroinibição pela glicose em relação à enzima selvagem, além de aumento de 26 vezes na sua atividade catalítica em relação à forma selvagem da enzima.
Além disso, o gene desta enzima foi introduzido em uma cianobactéria fotossintetizante geneticamente modificada, que passou a funcionar como uma biofábrica para a produção desta enzima. A presente invenção fornece, portanto, tanto a enzima melhorada, quanto o sistema para produção desta enzima.
A tecnologia foi desenvolvida no âmbito de uma colaboração entre a Embrapa e a Rede BaBEL (Bioinformática Estrutural de Proteínas: Modelos, Algoritmos e Aplicações Biotecnológicas) de pesquisa em biologia computacional para a engenharia de enzimas.
Trata-se de uma rede multidisciplinar composta por cientistas da computação, matemáticos, físicos, engenheiros, químicos, farmacêuticos, biólogos e oceanólogos, pesquisadores da Embrapa e professores de sete universidades federais dos estados da Paraíba, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, que envolve 10 programas de pós-graduação.
5) Nanodispersões aquosas de resinas alquídicas baseadas em óleo de chia, seu processo de obtenção e suas aplicações
BR 10 2020 010389 0 A2
Titulares: Embrapa (Pesquisador Ponto Focal: Sílvia Belém) e Fundação Universidade de Brasília (UnB)
Depositada em 2020 e publicada em 2022, a invenção situa-se no campo de composições de revestimento e refere-se a nanodispersões aquosas de resinas alquídicas curtas, médias e longas sintetizadas a partir de óleo e ácidos graxos de chia, um produto obtido a partir de fonte renovável que substitui fontes não renováveis e contaminantes como derivados do petróleo.
Tais nanodispersões aquosas apresentam elevada estabilidade coloidal, o que favorece o seu armazenamento e posterior aplicação, com possibilidade de controle de espessura e grau de reticulação do filme polimérico em aplicações como tintas e vernizes.
Por se tratar de um óleo secativo, apresenta maior habilidade para formação de filmes, necessitando de uma menor fração de aditivos (ou nenhum) contendo metais pesados para promover a formação de ligações cruzadas entre as cadeias de óleo presentes na estrutura alquídica.
Além disso, são caracterizadas pelas propriedades de molhabilidade e adesão, brilho, secagem, nivelamento e excelente compatibilidade com muitos tipos de resina, possibilitando o seu uso em aplicações no segmento de tintas e adesivos.
6) Micropartículas de terpolímeros, seu processo de obtenção e sua aplicação como suporte para imobilização de enzimas para reações de transesterificação
BR 10 2020 009167 0 A2
Titulares: Embrapa (Pesquisador Ponto Focal: Thaís Salum) e Fundação Universidade de Brasília (UnB)
Depositada em 2020 e publicada em 2022, esta invenção situa-se no campo da química aplicada e refere-se à produção de materiais poliméricos microparticulados e multifuncionais, de morfologia esférica, obtidos a partir da polimerização dos monômeros vinílicos metacrilato de metila, pivalato de vinila e metacrilato de glicidila.
Outra modalidade da presente invenção diz respeito ao processo de síntese de micropartículas esféricas de terpolímeros, caracterizados pela reação de polimerização em suspensão de monômeros vinílicos, sendo possível a incorporação do monômero multifuncional dimetacrilato de etilenoglicol como agente de ligação cruzada para a obtenção de superfícies porosas.
Esta invenção apresenta como diferencial o fato de o material polimérico ser composto por micropartículas de morfologia esférica podendo conter superfícies lisas ou porosas. Ainda, por apresentarem o grupo epóxido, oriundo do metacrilato de glicidila, em sua composição, estes materiais se tornam interessantes para serem aplicados como suportes para a imobilização de enzimas tanto por ligação covalente quanto por adsorção física, visto que apresentam uma certa hidrofobicidade.
Dessa forma, a presente invenção contempla também a aplicação desses terpolímeros microparticulados como suporte polimérico na imobilização de enzimas, sendo obtidas micropartículas de terpolímeros que contêm em sua superfície e/ou seus poros enzimas imobilizadas, e o seu uso em reações de transesterificação enzimática de óleos vegetais, visando à obtenção de ésteres etílicos de ácidos graxos.
7) Leveduras recombinantes compreendendo gene de transportador de pentoses, usos das mesmas e método de fermentação
BR 10 2020 004695 0 A2
Titulares: Embrapa (Pesquisador Ponto Focal: João Ricardo Almeida) e Fundação Universidade de Brasília (UnB)
Depositada em 2020 e publicada em 2022, a invenção apresentada ensina leveduras recombinantes que expressam gene de transportador de pentose.Compreende ainda o uso do gene de transportador de pentose para obtenção de linhagens de leveduras recombinantes capazes de cofermentar pentoses e hexoses, em especial xilose e glicose.
As leveduras da presente invenção são especialmente úteis na fermentação de um mosto compreendendo pentoses, reduzindo o tempo total de fermentação e chances de contaminações bacterianas, bem como aumentando a produtividade do processo.
Possui ainda métodos de obtenção de composto com valor agregado a partir da fermentação de fonte de carbono e uso de proteínas transportadoras de pentose para promover aumento do uso de pentose por levedura recombinante.
8) Polinucleotídeos codificando expansinas de cana-de-açúcar, microrganismo geneticamente modificado, processo para produzir uma expansina, preparação proteica, uso da preparação proteica, e processo para produzir um microrganismo geneticamente modificado
BR 10 2019 021480 5 A2
Titulares: Embrapa (Pesquisador Ponto Focal: Léia Fávaro) e Fundação Universidade de Brasília (UnB)
Depositada em 2019 e publicada em 2021, esta invenção refere-se a um método para a produção de duas expansinas do colmo (ß-expansinaSacEXP49 e ß-expansina SacEXP82) e de folhas (ß-expansina SacEXP4 e a-expansina SacEXP7) da cana-de-açúcar, mais especificamente das cultivares RB867515 e SP80-3280, envolvendo o uso de um microrganismo modificado, a levedura Komagataellaphaffii (Pichia pastoris) cepa X-33, utilizando o vetor pPICZB e as sequências de nucleotídeos e proteínas das referidas expansinas.
Ainda, a presente invenção refere-se ao uso das expansinas recombinantes pelo microrganismo modificado como aditivos para alteração das propriedades físicas da celulose.
9) Formulação de coquetel enzimático otimizado e seus usos
BR 10 2019 008031 0 A2
Titulares: Embrapa (Pesquisador Ponto Focal: Félix Siqueira) e Fundação Universidade de Brasília (UnB)
Depositada em 2019 e publicada em 2021, a invenção refere-se à formulação de coquetel enzimático estruturada pelo consórcio de fungos dos gêneros Trichoderma e Aspergillus cultivados, por fermentação submersa, em fontes de carbono provenientes de resíduos agrícolas.
A formulação da presente invenção é complementada por um surfactante e uma enzima ligninolítica. Adicionalmente, destina-se ao uso da formulação de coquetel enzimático para solucionar o entrave de desconstrução da biomassa lignocelulósica por meio da hidrólise para posterior utilização dos açúcares, bem como aditivo em processos de degradação de biomassa lignocelulósica e em processos de silagem.
Destina-se, também, ao uso do coquetel enzimático como aditivo suplementar de coquetéis já amplamente comercializados.
10) Copolímeros de derivados acrílicos do glicerol, seu processo de obtenção e sua aplicação como adesivos sensíveis à pressão (PSA) e como catalisadores em reações de transesterificação e esterificação de ácidos graxos.
BR 10 2019 004347 4 A2
Titulares: Embrapa (Pesquisador Ponto Focal: Rossano Gambetta) e Fundação Universidade de Brasília (UnB)
Depositada em 2019 e publicada em 2021, a invenção trata-se da obtenção de materiais poliméricos microparticulados com estruturas do tipo poliHIPE, obtidos a partir de processos de polimerização em suspensão do estireno e de um macromonômero (n-acilglicerol) obtido a partir de um processo de esterificação do glicerol com o ácido acrílico.
A presente invenção também descreve as aplicações das micropartículas porosas em diferentes áreas e apresenta seu uso como catalisador, após modificação via sulfonação da estrutura polimérica, em processos de transesterificação e esterificação de ácidos graxos.
Além da obtenção e uso das micropartículas poliméricas, alterações na composição de monômeros (estireno e n-acilglicerol) levam à obtenção de materiais que se comportam como filmes adesivos, que com frações superiores a 15% de n-acilglicerol exibem aderência (tack) que são típicas de adesivos sensíveis à pressão (PSA).
Apresenta ainda um processo e o uso de um macromonômero obtido a partir de um material proveniente de matriz renovável (glicerol), a obtenção de partículas do tipo poliHIPE a partir de um processo de polimerização em suspensão e sem o uso de agentes pirogênicos, além da obtenção de filmes poliméricos baseados em estireno e n-acilglicerol que são utilizados como adesivos sensíveis à pressão (PSA).
11) Komagataellaphaffii recombinante produtora de ácido xilônico e método para a produção de ácido xilônico a partir de xilose
BR 10 2018 001359 9 A2
Titulares: Embrapa (Pesquisador Ponto Focal: João Ricardo Almeida) e Fundação Universidade de Brasília (UnB)
Depositada em 2018 e publicada em 2020, a invenção descreve um novo e inventivo método de produção de ácido xilônico a partir de xilose utilizando microorganismos recombinantes.
Provê ainda moléculas de ácido nucleico e outros elementos, método de produção de microrganismos recombinantes, assim como os microrganismos que incorporem tais elementos, demonstrando sua efetividade na síntese de ácido xilônico e ilustrando uma das diversas possibilidades de aplicação.
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Mais detalhes sobre os pedidos de patentes depositados pela Embrapa Agroenergia junto ao INPI estão disponíveis na página Portas Abertas para Inovação, no site Embrapa Agroenergia.
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Irene Santana (Mtb 11.354/DF)
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