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29/06/23 |   Segurança alimentar, nutrição e saúde

Embrapa Alimentos e Territórios completa 5 anos de atuação

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Foto: Elias Rodrigues

Elias Rodrigues - Chefe-geral da Unidade, João Flávio Veloso, e secretária de Agricultura, Carla Dantas, assinam prorrogação de cessão do imóvel para a Embrapa

Chefe-geral da Unidade, João Flávio Veloso, e secretária de Agricultura, Carla Dantas, assinam prorrogação de cessão do imóvel para a Embrapa

No ano em que a Embrapa comemora o seu 50° aniversário, a Embrapa Alimentos e Territórios – o mais novo Centro de Pesquisa da  Empresa – completa 5 anos de atuação. A criação da Unidade ocorreu em 29 de junho de 2018, com apenas 4 pessoas, e atualmente já são 40 empregados desenvolvendo atividades de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I), especialmente voltadas para a prospecção e valorização da biodiversidade, dos territórios alimentares e das identidades culturais.

Para celebrar esses marcos, a Unidade promoveu, em 28 de junho, no Centro de Inovação do Jaraguá, uma celebração comemorativa, que contou com a participação de lideranças políticas e representantes de instituições parceiras como universidades e associações de produtores. O governador de Alagoas, Paulo Dantas, foi representado pela secretária de Agricultura e Pecuária, Carla Dantas, que, na ocasião, assinou a prorrogação do termo de cessão do imóvel no prédio da Secretaria, onde a Embrapa Alimentos e Territórios se localiza.

A secretária parabenizou a equipe da Embrapa pela intensa participação em projetos relevantes “tanto nacionais como internacionais, sempre buscando novas práticas e novas tecnologias para trazer para a agricultura e para a pecuária”. Segundo ela, a Seagri não tem só o endereço em comum com a Embrapa, mas, com o Governo do estado, também tem a preocupação em ligar a agricultura ao alimento, à produção saudável, à segurança alimentar.

Para Carla Dantas, as soluções avançam quando há parcerias. Por isso, elogiou o modelo de trabalho colaborativo feito em rede pela Embrapa, que, em sua visão, é muito rico tanto como filosofia de trabalho, como de vida, “essa generosidade, essa preocupação em ajudar e em fazer a diferença”, reforçando o relacionamento entre os órgãos. “Cada vez mais eu quero estreitar esse laço porque sei a importância do trabalho de vocês, da ciência, da pesquisa para a agricultura, e dizer que vamos continuar trabalhando e nos aproximando”, concluiu.

A presidente da Embrapa, Silvia Massruhá (foto), deu as boas-vindas aos presentes por meio de um vídeo especial, em que ressaltou o diferencial na atuação da Embrapa Alimentos e Territórios. “É um modelo de Unidade para o momento atual da agricultura brasileira”, afirmou Silvia. “Essa Unidade já foi desenvolvida no modelo novo da Embrapa, de pensar além da produção. Pensar no alimento, na questão da visão do consumidor, numa visão mais multifuncional sobre os sistemas agroalimentares, associação do alimento com a comunidade local, com o turismo, com a identificação geográfica.” 

Ela aproveitou para agradecer “os produtores rurais, que sempre foram parceiros da Embrapa e nos apoiam no estado de Alagoas, para que a gente possa avançar cada vez mais com a ciência e tecnologia voltada a essa visão dos sistemas agroalimentares com base na produção de alimentos saudáveis, nutritivos, com bases sustentáveis, tanto ponto de vista ambiental, como econômico e social. Parabéns a todos e todas que fazem com que a nossa agricultura avance cada vez mais na Região Nordeste”, enfatizou.

Patrimônio cultural, biodiversidade e alimentos
Um dos principais objetivos da Unidade é apoiar o fortalecimento das políticas públicas voltadas à alimentação saudável, além de gerar pesquisas e iniciativas que agreguem valor à produção agropecuária brasileira, promovendo a inclusão social, produtiva e econômica. O nexo: patrimônio cultural, biodiversidade e alimentos norteia a atuação do Centro, cujo foco está, principalmente, na segurança alimentar e no olhar do consumidor para os produtos alimentícios.

O deputado federal Paulo Fernando dos Santos, o Paulão (PT-AL), coordenador da bancada federal do estado no Congresso Nacional, destacou a necessidade de investimentos em ciência e tecnologia, fundamentais para o desenvolvimento do País. Ele lembrou que foi o único deputado federal a apresentar uma emenda impositiva para apoiar a Embrapa Alimentos e Territórios, no valor de R$ 3,8 milhões.

Paulão disse que acredita na importância da ciência e da Embrapa para equacionar problemas concretos, como é a fome do mundo, pois o problema principal não é a falta de alimentos e sim a distribuição que é inadequada. “Agora qual ciência?”, questionou. “Temos que ter uma ciência voltada para o social.” Ele ainda abordou a necessidade de reforma tributária para combater a desigualdade social e garantir recursos para políticas públicas que fortaleçam as instituições. “Esse é o debate que a gente tem que fazer, que é a reforma tributária, senão não vamos ter recursos para a Embrapa”, alertou.

Vinícius Lages, diretor-superintendente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae Alagoas), falou sobre a trajetória do agro brasileiro ao longo das últimas cinco décadas e do orgulho da Embrapa, uma “instituição pública que tem um compromisso com o desenvolvimento de longo prazo”, apesar dos diversos desafios que enfrenta, principalmente no momento atual em que se busca uma agricultura de baixo carbono, com mais sustentabilidade e inclusão. Lages também chamou a atenção para os trabalhos da Unidade, relacionados aos alimentos que se articulam com o território, produzindo segurança alimentar e saúde.

O chefe-geral da Embrapa Alimentos e Territórios, João Flávio Veloso, fez um agradecimento especial aos empregados deste Centro de Pesquisa e da Unidade de Execução de Pesquisa (UEP) da Embrapa Tabuleiros Costeiros, sediada em Rio Largo, AL. “Mais do que comemorar, temos que agradecer e dizer que a Embrapa é feita por pessoas”, enfatizou, destacando o trabalho também das equipes técnica, administrativa e de apoio à gestão. Ainda agradeceu aos presentes, pelo apoio para a consolidação da Embrapa em Alagoas que visa, principalmente, contribuir com o bem-estar da população brasileira.

“Havia uma demanda da sociedade de Alagoas pela presença de um centro nacional da Embrapa no estado”, contou. Em 2016, a Empresa fez um trabalho pioneiro que identificou temas emergentes para fazer “essa conexão com o alimento  não só a partir da produção, mas como motor de desenvolvimento territorial, como fator preponderante na manutenção da sociobiodiversidade, como inovação; um olhar do alimento a partir da identidade e da brasilidade”, disse Veloso. 

A proposta apresentada pelo grupo de trabalho composto pelos pesquisadores Antonio Santiago, Ricardo Elesbão, Tenisson Waldow e Veloso foi aprovada, mas a criação efetiva se deu apenas em 2018. “E assim nasceu a Embrapa Alimentos e Territórios”, comemorou o chefe-geral, lembrando que ainda há grandes desafios pela frente. “Precisamos olhar para os novos tempos, melhorar também nossos processos internos e cuidar da nossa sede, com a construção de laboratórios modernos”, enfatizou. “Não tenho dúvida de que esse centro vai ser uma grande referência nacional e, vocês, nos ajudem nessa construção”, solicitou.  

De forma emocionante e contagiante, o chefe-adjunto de Administração, Fábio Soares Silva, manifestou o seu agradecimento e o orgulho em liderar a equipe que, “ao longo do tempo, tem mostrado comprometimento, resiliência e tenacidade invejáveis”. Ele relembrou as dificuldades associadas à pandemia, à carência de infraestrutura, ao quadro de empregados reduzido, dentre outras tantas, mas que não foram capazes de desanimar a equipe, que manteve a teimosia e a insistência de, mesmo contra todas as probabilidades, avançar firme no propósito de implantar e desenvolver uma nova Unidade, de acordo com Silva.

“Apesar de sermos a mais nova e a menor Unidade da rede Embrapa, hoje podemos comemorar uma carteira de projetos robusta e comparável às grandes Unidades da Empresa, com processos capazes de apoiar, de forma segura, a execução das ações necessárias para atingirmos os resultados esperados. Sigamos então firmes no propósito, porque tenho certeza de que o futuro nos reserva grandes conquistas associadas à consolidação de uma Unidade que dará muito orgulho para Alagoas e para o Brasil”, finalizou.

O chefe-adjunto de PD&I, Ricardo Elesbão Alves, fez questão de apontar que, apesar de contar com uma equipe pequena, a Unidade já tem 20 projetos em andamento, nas mais diferentes temáticas e com forte reconhecimento por instituições governamentais e até internacionais. Muitos temas ainda são novos até para a Embrapa, como gastronomia e turismo rural. “Quem pensaria que a Embrapa trabalharia com temáticas como essas?”, questionou. “São várias temáticas que se casam a partir desse olhar que vai no passado, também da nossa tradição, da nossa cultura, nosso patrimônio alimentar. Tudo isso está sendo feito com o objetivo, principalmente, de inclusão sócio produtiva dos nossos agricultores, povos e comunidades tradicionais.”

Elesbão agradeceu aos agricultores, aos parceiros do Sistema S (Sebrae, Senac), às universidades e aos institutos federais de Alagoas, como a Ufal, o Ifal, e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que contribuíram para que a Unidade, em tão pouco tempo de existência, pudesse ter uma carteira de projetos e atividades tão sólida que impactam bastante o estado, mas que também irradiam, a partir de Alagoas, uma série de temáticas que podem ser trabalhadas pela Embrapa de forma corporativa, na visão do gestor.

Homenagens
Os empregados pioneiros na gestão do Centro de Pesquisa, que ajudaram a construir as bases para a consolidação da Unidade, foram homenageados no evento. Tenisson Waldow de Souza, o primeiro chefe administrativo, mencionou como foi difícil o começo. “Passamos por essa etapa. Fomos na luta para abrir a propositura da Unidade, mas, mais do que isso é: a nossa vida é feita de sonhos, a nossa vida é feita de ideais a serem construídos por uma sociedade melhor. A nossa vida é feita de responsabilização”, ponderou. 

Para ele, responsabilização é a obrigação de fazer bem feito, a obrigação de garantir a vida a todos e o direito a todos à sobrevivência humana, uma palavra que deve ser objeto de reflexão no estado e no País. “Buscamos isso o tempo todo, a responsabilização de permitir que todo e cada brasileiro tenha saúde, alimento e a nutrição necessária à construção dos seus sonhos”, frisou.

Tenisson Waldow ainda chamou a atenção para a responsabilização pelos setores políticos do País, lembrando que a construção da ciência passa pela conscientização da sua necessidade. “E cabe a vocês, todos os políticos que governam e contribuem nessa governança, dar apoio à ciência e fazer com que a ciência passe a ser um instrumento de qualidade de vida de todos nós”, ressaltou.

Representando todos os empregados da Embrapa Alimentos e Territórios, a pesquisadora Patrícia Goulart Bustamante agradeceu pelos sonhos renovados. “Nós tivemos aqui os sonhos renovados de uma Embrapa totalmente diferente para os próximos 50 anos, no sentido do olhar para a sociedade, para chegarmos até o alimento, para chegarmos até a saúde das pessoas também”, enfatizou.  “A Embrapa foi muito mais focada na questão da produção. E hoje, com essa Unidade, inauguramos os próximos 50 nesse sentido da pesquisa renovada, e eu não poderia deixar de agradecer às instituições e a todo o povo alagoano que nos recebeu com muita confiança, com muita receptividade.”

No encerramento da cerimônia, houve a exibição do teaser do documentário “Cara nova ao velho”, produzido pela equipe de comunicação da Embrapa com o objetivo de resgatar as memórias da antiga Cia de Fiação e Tecidos Norte Alagoas, localizada no distrito de Ipioca, região norte de Maceió, onde será instalada a sede do Centro de Pesquisa. Além dos chefes da Embrapa, o vídeo traz depoimentos da família Nogueira, antiga proprietária da fábrica, de pessoas que lá trabalharam e de parentes de ex-empregados que vivem no Povoado Saúde.

Nadir Rodrigues (MTb 26.948/SP)
Embrapa Alimentos e Territórios

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