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Embrapa Hortaliças instala nova estação agrometeorológica
Embrapa Hortaliças instala nova estação agrometeorológica
Com o intuito de fornecer dados meteorológicos precisos e confiáveis para as pesquisas desenvolvidas pela Embrapa Hortaliças (Brasília-DF), uma nova estação agrometeorológica foi instalada no início de abril. Denominada EMA (sigla para Estação Meteorológica Automática), o novo equipamento promove a modernização do setor de agrometeorologia.
De acordo com Carlos Eduardo Pacheco, pesquisador responsável pelo setor, a antiga estação já não estava trabalhando da maneira adequada. "A estação convencional estava com estrutura obsoleta e materiais sucateados e, por isso, era preciso modernizar o setor. Uma empresa que queira estar na vanguarda de pesquisa agropecuária tem que ter um setor de agrometeorologia funcional. E agora a Embrapa Hortaliças não somente possui um setor funcional como também um equipamento de ponta", acentua.
Avaliada em cerca de 120 mil reais e adquirida com recurso de emenda parlamentar, a nova estação tem a vantagem da automação. Se anteriormente era preciso um funcionário para realizar três medições diárias (manhã, tarde e noite), com a EMA há a possibilidade de armazenar as informações em seu próprio sistema. "A estação vem acompanhada de um sistema de rádio que permite a transferência dos dados armazenados no sistema da estação diretamente para um computador", explica.
A nova estação agrometeorológica é constituída por um tripé que sustenta diversos sensores e a caixa com o sistema de armazenamento de dados. Há sensores específicos para medir: temperatura e umidade do ar, radiação líquida, radiação global e ultravioleta, velocidade do vento, temperatura e umidade do solo, evaporação (sensor ligado ao tanque classe A) e quantidade de chuva. Outra vantagem da nova estação agrometeorológica é que seu funcionamento não depende de energia elétrica, uma vez que funciona à base do painel solar.
Transição e benefícios
O pesquisador informa que, nesta fase de transição, é interessante manter as duas estações funcionando como forma de correlacionar os dados obtidos pela convencional e pela automática. "O ideal é que sempre se mantenham as duas funcionais. Claro que em uma fazenda o agricultor não faz isso, mas em um centro de pesquisa é adequado manter ambas as estações funcionais. Na eventualidade de uma falha em um sensor da EMA, obtêm-se os dados gerados pela convencional", exemplifica.
A comparação dos dados também é válida para manter a calibração da estação automática. "A calibração do sensor eletrônico tem um período de validade, embora em um material de ponta os períodos para variação são longos e a própria variação não é muito grande com o tempo", assinala.
Em relação aos benefícios que a EMA pode trazer para as pesquisas, Pacheco aponta a densidade de dados como o maior deles. Segundo ele, "além de informações agroclimáticas mais confiáveis, os pesquisadores podem contar com dados atualizados a cada 10 segundos".
Especializado em impactos ambientais das mudanças climáticas, o pesquisador também celebra a possibilidade de instalar sensores mais específicos na estação automática de acordo com as necessidades das pesquisas. "Será possível traçar uma série histórica de dados que é muito importante para averiguar se já estamos sofrendo influências das mudanças climáticas e comparar com dados de outros locais", ressalta.
Os dados fornecidos pela EMA também podem embasar estudos em outras áreas que não mudanças climáticas. Por exemplo, os fitopatologistas podem utilizar as informações para associar a variação climática com a ocorrência de pragas e doenças e os melhoristas podem usar os dados para saber em quais condições determinada variedade se desenvolve melhor. Para Pacheco, "as informações agroclimáticas são a base para a pesquisa agropecuária e, sem isso, é pesquisar no escuro", finaliza.
Paula Rodrigues (61.403/SP)
Embrapa Hortaliças
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