Embrapa Agrossilvipastoril
Sistemas integrados contribuem para redução de emissões de Gases de Efeito Estufa
Sistemas integrados contribuem para redução de emissões de Gases de Efeito Estufa
Especialistas que participaram da sexta sessão plenária do Congresso Mundial sobre Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta, na tarde de quinta-feira (16), foram unânimes em afirmar que os sistemas de integração ao promoverem a intensificação sustentável da produção agropecuária contribuem para a redução das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEEs).
Para responder a questão "os sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta promovem mais acúmulo de carbono no solo do que monoculturas ou pastagem contínua?", Alan Franszluebbers, professor da USDA- ARS, da Carolina do Norte (EUA), apresentou resultados de estudos realizados nos estados de Virgínia, Illinois e Geórgia. Nessas áreas está sendo possível aumentar a concentração de carbono no solo com a adoção de sistemas silvipastoril, plantio direto e rotação de cultura.
"Com os dados que já temos podemos afirmar que os sistemas ILPF são os mais indicados ambientalmente. Porém precisamos desenvolver mais experimentos de longa duração para validar todos os conceitos relacionados ao acúmulo de carbono no solo", ressaltou Franszluebbers.
Emissões de GEEs – As emissões de gases de efeito estufa (GEEs) provenientes de fertilizantes e de excretas (urina e fezes) animais são uma grande preocupação. As excretas representam a maior parte das emissões de óxido nitroso (N2O). O N2O é considerado um gás trezentas vezes mais danoso que o gás carbônico (CO2) e que traz grande impacto nas emissões totais de GEE.
O professor Oene Oenema, da Universidade de Wageningen, na Holanda, apontou duas estratégias para reduzir a emissão de N2O: aumentar a eficácia do uso de nitrogênio e melhorar o manejo animal. "Em uma estimativa otimista, precisamos reduzir 50% das emissões de óxido nitroso até 2050. Para isso vamos ter que trabalhar duro. E não são só os cientistas. Será necessário o envolvimento de todas as pessoas, produtores e consumidores", destacou.
O aumento da produtividade da pastagem é outro fator que contribui para a redução das emissões de GEEs. O pesquisador Bruno Alves, da Embrapa Agrobiologia (Seropédica, RJ), relatou resultados de estudos com avaliações de cinco cenários diferentes na pecuária brasileira, desde a condição de pasto degradado até a pastagem adubada combinada com confinamento.
"A baixa produtividade do pasto reduz a matéria orgânica no solo, provocando maior eliminação de CO2 na atmosfera. A solução é elevar o rendimento do pasto e consequentemente aumentar o estoque de carbono no solo", explicou Alves. O pesquisador acrescentou ainda que o aumento da produção da pastagem nos sistemas mais intensivos permite sequestrar carbono no solo pela maior produção de resíduos de parte aérea e raízes das plantas.
De acordo com os resultados da pesquisa, se comparar os cenários de pasto degradado ao de maior intensificação (com ILPF) é possível produzir a mesma quantidade de carne e reduzir em 44% os gases de efeito estufa. A intensificação na produção de bovinos também tem importante efeito de redução na pressão pela abertura de novas áreas para expansão agrícola. Com maior intensificação reduz-se em mais de 80% a área necessária para produzir a mesma quantidade de carne e com a pastagem consorciada, a redução é de 78%.
Liliane Castelões (16613 MTb/RJ)
Embrapa Cerrados
Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/