Embrapa Agrossilvipastoril
Livro reúne receitas e capítulos sobre segurança alimentar, hábitos e biodiversidade
Livro reúne receitas e capítulos sobre segurança alimentar, hábitos e biodiversidade
A perda da biodiversidade e a relação da humanidade com a comida foram temas abordados pela pesquisadora da Embrapa Agrobiologia Mariella Uzêda em seu capítulo no livro Isto não é (apenas) um livro de receitas, lançado pelo Instituto Comida do Amanhã em parceria com a Unirio e a Fundação Heinrich Böll Brasil. A obra reúne receitas diversas, com foco na sustentabilidade, no reaproveitamento e no uso de ingredientes incomuns, além de textos escritos por profissionais ligados de uma forma ou de outra à alimentação, como nutricionistas, cozinheiros, biólogos, engenheiros de produção, professores, especialistas em sistemas alimentares urbanos e segurança alimentar, entre outros.
De acordo com a FAO/ONU, 75% da diversidade genética das culturas agrícolas foram perdidas durante o século 20. “Arroz, milho e trigo suprem 60% das calorias e proteínas que a população mundial necessita”, aponta a pesquisadora. “Muitos estudos reconhecem que, de forma geral, a biodiversidade e sua conservação estão profundamente enraizadas nos sistemas agrícolas e alimentares das comunidades tradicionais em todo o mundo e, portanto, sua perda leva a uma preocupante erosão cultural”, escreve.
Mariella também descreve, no Brasil, o processo de importação de uma cultura alimentar exótica, que foge às tradições locais e ao uso de plantas nativas – hoje muitas vezes rebaixadas para a categoria de ‘mato’. “O potencial da biodiversidade local é pouco reconhecido pelas ciências agrárias e florestais, e grande parte do patrimônio cultural das populações locais é pouco valorizado, o que reforça a atribuição de rótulos pejorativos a esses alimentos”, explica. “É necessário repensar todo o sistema agroalimentar, desde a semente até a mesa, para que se possa garantir alimentação de qualidade à população”, acrescenta.
O livro Isto não é (apenas) um livro de receitas é uma extensão do trabalho já desenvolvido para a produção do relatório Comida, Saúde, Planeta, lançado pela comissão Eat-Lancet, um documento mundial sobre alimentação e problemas alimentares recorrentes atualmente. “Hoje vemos falta de acesso à comida e fome, ao mesmo tempo em que temos altos índices de obesidade e desperdício. A isso tem-se dado o nome de sindemia – e esse relatório fala muito disso e do quanto os sistemas produtivos simplificados acabam contribuindo para isso, uma vez que são atrelados à indústria”, aponta Mariella.
O Instituto Comida do Amanhã faz o convite à leitura do livro a partir de uma visão aberta. O prefácio já alerta: “Isto é um livro de receitas, porque a monocultura da terra vem acompanhada com a monocultura da mente e do sabor. Receitas nos convidam à ação, ao retorno à cozinha, ao convívio, a tocar e conhecer seus alimentos. Mas isto não é (apenas) um livro de receitas. Expandimos o alcance e misturamos, ao longo de nove capítulos, alguns dos principais impactos do sistema alimentar vigente no brasil, trazendo desafios e soluções, misturando a ciência com a cozinha, o conteúdo técnico com as tradições alimentares.”
Para saber mais sobre a iniciativa e fazer o download do livro, clique aqui.
Liliane Bello (MTb 01766/GO)
Embrapa Agrobiologia
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