Embrapa Agrossilvipastoril
Exportações da piscicultura brasileira continuam crescendo, mesmo com efeitos da pandemia do novo coronavírus
Exportações da piscicultura brasileira continuam crescendo, mesmo com efeitos da pandemia do novo coronavírus
Foto: Manoel Pedroza
A tilápia deverá permanecer como a principal espécie exportada pelo Brasil nos próximos anos
A piscicultura brasileira apresentou crescimento de 4,4% nas exportações de 2020 com relação ao ano anterior. Mesmo com queda no quarto trimestre do último ano comparando-se com o terceiro trimestre, no acumulado de todo o ano o país exportou mais peixes que em 2019. Esse é um dos dados divulgados em informativo que vem, desde o início de 2020, acompanhando o comércio exterior da piscicultura brasileira.
O trabalho é desenvolvido pela Embrapa Pesca e Aquicultura (Palmas-TO) em parceria com a Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR). É um dos resultados do projeto “Ações estruturantes e inovação para o fortalecimento das cadeias produtivas da aquicultura no Brasil”, o BRS Aqua. Mais informações sobre esse projeto no final do texto.
Quem coordena esse trabalho de acompanhamento das exportações da piscicultura brasileira é Manoel Pedroza, pesquisador da Embrapa Pesca e Aquicultura. Segundo ele, “existe uma tendência de crescimento das exportações da piscicultura nos próximos anos. Desde 2017, as exportações vêm crescendo em taxas superiores a 20% ao ano. A menor taxa de crescimento em 2020 (4,4%) foge da padrão verificado nos últimos quatro anos e tem relação direta com a pandemia do novo coronavírus e seus efeitos”.
Em 2020, o total exportado pelo Brasil envolveu U$ 11,690 milhões. No ano anterior, o volume movimentou U$ 11,197 milhões. A tilápia permanece como a principal espécie exportada, com mais de 88% do volume ao longo de todo o ano passado. Os curimatás e o tambaqui vêm na sequência; juntos, foram responsáveis por quase 10% das exportações.
Com esse indicador, fica claro o destaque da tilápia nas exportações brasileiras de peixe. Assim como ocorre na produção. Manoel explica que “a tilápia respondeu por quase 90% das exportações da piscicultura brasileira em 2020 e é muito provável que essa posição de destaque se mantenha no médio prazo. Apesar de outras espécies nativas, como curimatás, tambaqui e surubins, fazerem parte da pauta de exportações da piscicultura, não há evidências de que essas espécies venham a atingir volumes superiores aos da tilápia nos próximos anos”.
Para onde vão nossos produtos – Os Estados Unidos, no último trimestre de 2020, foram o principal destino das exportações brasileiras da piscicultura. Ao todo, mais de U$ 1,44 milhão estiveram envolvidos nessa relação no período. No entanto, esse volume de dinheiro foi 20% menor do que o verificado no trimestre anterior. O segundo maior importador de produtos da piscicultura brasileira, de outubro a dezembro, foi o Chile, que também apresentou queda considerável em reação ao trimestre compreendido entre julho e setembro: 25%.
Especificamente sobre as exportações de tilápia, a principal categoria foi a de filés frescos ou refrigerados, tanto no último trimestre como em todo o ano passado. Mais da metade do que foi exportado dessa espécie correspondeu a tal categoria em ambos os recortes de tempo. E o Mato Grosso do Sul manteve a dianteira entre os estados exportadores, mesmo com queda maior do que 32% no quarto trimestre de 2020 em relação ao terceiro. Confira esses e outros dados na publicação que acaba de ser disponibilizada – basta acessar este link.
Sobre o BRS Aqua – Esse projeto envolve mais de 20 Unidades e cerca de 270 empregados da Embrapa e conta com recursos financeiros de três fontes: o Fundo Tecnológico do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Funtec / BNDES); a Secretaria de Aquicultura e Pesca do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SAP / Mapa), recurso que está sendo executado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq); e a própria Embrapa.
O BRS Aqua é um projeto considerado estruturante, tem ações em várias áreas do conhecimento relacionadas à aquicultura e possui forte caráter de capacitação de recursos humanos especializados. Liderado pela pesquisadora e chefe-adjunta de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Pesca e Aquicultura Lícia Lundstedt, está dividido em oito grandes temáticas, consideradas projetos componentes. Uma dessas áreas é economia aquícola, à qual está ligado o trabalho publicado. Outro resultado do projeto componente de economia é o Centro de Inteligência e Mercado em Aquicultura (CIAqui), que pode ser acessado neste link.
Clenio Araujo (6279/MG)
Embrapa Pesca e Aquicultura
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