O Estado da Bahia possui 422 Assentamentos de Reforma Agrária implantados com aproximadamente 37.311 famílias assentadas numa área total de 1.262.056,03 hectares, sendo que tem havido no um expressivo crescimento do número de famílias assentadas com boa parte desse contingente em áreas da região semi-árida.A disponibilidade de água é fator crucial nos assentamentos instalados no semi-árido. Vários assentamentos foram estabelecidos no semi-árido, próximo de rios sem, entretanto qualquer adução de água aos mesmos nem mesmo para consumo humano, fazendo com que os assentados comprem ou percorram diariamente alguns quilômetros carregando água. Os assentados, muitas vezes nem sabem da potencialidade da água que possuem próximo de seus assentamentos e que pode ser a razão de uma alavancagem econômica dos mesmos. Situações piores são encontradas em assentamentos localizados em áreas do semi-árido sem fonte de água próximo, isto é, sem rios ou açudes, sendo tais situações encontradas em toda a região semi-árida.O agricultor assentado descapitalizado e sem perspectiva, onde água é de difícil acesso, ficam impossibilitados de trabalhar na terra que recebem durante pelo menos oito meses, que corresponde ao período seco do ano condicionando-os a ficarem a mercê de auxílios governamentais para subsistência, visto que não podem trabalhar a terra, às vezes, mesmo para criação de ovinos e caprinos. No caso, são obrigados a trabalhar em fazendas como diaristas ou retornar ao meio urbano. O objetivo geral do projeto é avaliar por meio de pesquisa participativa focada em sistemas de produção irrigados com grupos de produtores familiares de assentamentos no semi árido da Bahia, inovações que permitam potencializar as características locais dos DRS nas suas dimensões econômica, social e ambiental. Os objetivos especificos são: (i) Identificar os principais limitantes econômicos, sociais e ambientais para a adoção de inovações em sistemas de produção irrigados por produtores familiares de assentamentos na Bahia;(ii)adaptar os sistemas de produção convencional, orgânico e agroflorestais existentes associados a um manejo de sistemas de irrigação à realidade econômica, social e ambiental da agricultura familiar que permitam despertar a necessidade dos assentados de procurarem meios de inserirem tais sistemas em seus assentamentos;(iii) estabelecer de forma participativa, estratégias comunitárias para viabilizar a adoção dos sistemas e manejos dos sistemas de produção pelos agricultores familiares dos assentamentos do semi árido baiano; (iv) viabilizar de forma participativa a adoção de inovações em conservação de água em condições de escassez da mesma em sistemas produtivos irrigados do semi-árido. O projeto será executado numa parceria da Embrapa MAndioca e Fruticultura com a Empresa Baiana de Deswenvolvimento Agrario-EBDA por meio de sete planos de ação: (i) Plano Gerencial; (ii) Diagnóstico, Planejamento Estratégico Participativo, qualificação e monitoramento de adoção de tecnologias de irrigação para agricultores familiares; (iii) Unidades de observação de captação de água de chuva para consumo humano, animal ou vegetal; (iv) Avaliação de técnicas de sistemas de produção em culturas de ciclo curto e longo em assentamentos do semi-arido da Bahia; (v) Tecnicas de Conservação da água no solo em sistemas produtivos irrigados; (vi) Avaliação de sistemas de irrigação em culturas de ciclo curto e longo em assentamentos do semi-arido da Bahia; (vii) Capacitação dos agricultores familiares para a agricultura irrigada. Com a execução dos planos de ação, espera-se: (i) estabelecer e validar sistemas de produção diversificados sob condições irrigadas adequado a condição de assentamentos da região semi árido da Bahia; (ii) validar três praticas de irrigação de baixo custo para agricultor de base familiar de assentamentos do semi árido da Bahia; (iii) validar três praticas de redução de perdas de água no solo com sistemas de produção irrigados.