A soja é uma das principais commodities da produção agrícola nacional, sendo o Brasil o maior produtor mundial, com uma produção de 135,4 milhões de toneladas, produtividade 3.517 kg/ha. Com área plantada 38,5 milhões de hectares é ainda o maior exportador mundial do grão. Entre os principais estados produtores, Mato Grosso se destaca como o maior produtor brasileiro de soja, com produção de 35,9 milhões de toneladas, área plantada de 10.374.861 hectares e produtividade de 3492 kg/ha. A ocorrência do nematoide das hastes verdes (NHV), Aphelenchoides besseyi, começou a ser observada em lavouras de soja nos estados do Maranhão e do Tocantins, desde a safra 2005/2006, causando os sintomas denominados popularmente de Soja Louca II. O agente causal só foi identificado em 2015 e a descrição da doença na cultura da soja foi realizada em 2017. As culturas do algodão, feijão, caupi e arroz também são atacadas. Favorecido pela capacidade de se comportar tanto como fitoparasita quanto como saprófita, A. besseyi é comumente encontrado nos solos de vários agroecossistemas, mas tem causado maiores prejuízos nas regiões quentes e chuvosas do norte de Mato Grosso e nos estados de Rondônia, Amapá, Pará, Tocantins e Maranhão, estimando-se uma área infestada de aproximadamente cinco milhões de hectares. Os sintomas de deformação de folhas, hastes e vagens provavelmente são desencadeados por distúrbios fisiológicos na planta, cujos mecanismos não são conhecidos. Pode causar redução de produtividade de até 100% na cultura da soja, com perdas médias variando entre 40% e 60%. Na cultura do algodão, as reduções médias de produtividade variam de 35% a 50%. Representa também uma ameaça à produção de feijão comum e de caupi, se inseridos no sistema de produção em áreas infestadas pelo NHV.O monitoramento das populações de nematoides no campo é essencial no manejo das culturas, entretanto, ainda é um processo trabalhoso. O método de amostragem utilizado para o monitoramento de nematoides de modo geral, consiste na coleta de amostras de solo e raízes na área, utilizando caminhamento em zig-zag, de forma radial ou por quadrantes; ou mesmo de forma direcionada nas reboleiras presentes na área. Esses métodos de amostragem são desafiadores, considerando a vasta extensão das áreas produtoras de soja na região Centro-Oeste do Brasil. A implementação de tecnologias de sensoriamento remoto ou proximal, traz como benefício o potencial de tempo economizado ao automatizar o monitoramento de culturas, como observado em avaliações de pragas. Acredita-se que o sensoriamento hiperespectral pode potencialmente ser usado para monitorar os sintomas desse nematoide no campo, indicando as áreas de ocorrência. Assim, o objetivo deste estudo será investigar e discriminar as características de reflectância de soja, infestada e não infestada com Aphelenchoides besseyi, utilizando dados de sensoriamento hiperespectral.