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Embrapa, Mapa e Indea alinham ações de controle do Amaranthus palmeri
Uma reunião realizada nesta terça-feira, na Embrapa Agrossilvipastoril, em Sinop (MT), fez um alinhamento das ações que vem sendo desenvolvidas no monitoramento, controle e tentativa de erradicação do Amaranthus palmeri em Mato Grosso. O encontro buscou aproximar as instituições e atualizar o grupo, formado por representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, do Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea) e de três Unidades da Embrapa sobre a situação da praga e sobre os trabalhos realizados.
O Amaranthus palmeri foi identificado há dois anos em seis propriedades na região de Ipiranga do Norte e Tapurah, no Médio-Norte mato-grossense. A ocorrência se dá numa área de 8 a 10 mil hectares, num raio de 10 Km.
Desde então, uma força tarefa encabeçada pelo Mapa e pelo Indea, com apoio da UFMT, Univag, IMAmt e Embrapa vem atuando em diferentes frentes visando a contenção da praga, o estudo de formas de controle e, em um cenário ideal, até mesmo sua erradicação.
Para isso, o grupo tem feito visitas regulares às fazendas e determinou procedimentos a serem seguidos para evitar a disseminação para outras áreas. O Indea também mobilizou toda a sua rede de fiscais para monitorar possível aparecimento de novos focos da planta. Por meio desse trabalho foi possível identificar outras duas propriedades com ocorrência no estado, uma no município de Sapezal e outra em Campos de Júlio.
O fiscal do Indea Rogaciano Arruda explica que os dois novos casos são muito pontuais e também estão sendo controlados. Em ambos, a disseminação ocorreu pelo uso de colheitadeiras provenientes da área do foco inicial.
Com base nisso, uma normativa do Indea determinou que a saída de máquinas agrícolas dessas propriedades deve ser feita mediante a uma limpeza criteriosa e ao acompanhamento da fiscalização agropecuária. O mesmo critério tem sido adotado na importação de maquinário usado proveniente de países com incidência da planta daninha. A importação de máquina contaminada é a principal tese para a entrada do Amaranthus palmeri no país.
De acordo com Rogaciano Arruda, as medidas tomadas visam limitar a disseminação da planta. Nesse sentido, todo o esforço tem como meta a total erradicação, mesmo considerando a dificuldade desse processo.
"O que nós já verificamos é que já houve uma supressão da praga bem acentuada. Eu diria que mais de 50%. Hoje você vai à região de foco e praticamente não vê mais a presença da planta. Nosso objetivo nos próximos anos é baixar a população num nível muito pequeno. Agora, o trabalho de erradicação é muito difícil", explica o fiscal do Indea.
Para o pesquisador da Embrapa Soja Dionísio Gazziero o trabalho de contenção feito até agora é exemplar e não só evitou a disseminação do Amaranthus palmeri como também deu tempo para que as instituições possam se organizar para enfrentar o problema.
"Esse trabalho de contenção foi fantástico. É exemplar. E isso vai permitindo a gente se organizar. Todas as instituições envolvidas têm dado a sua contribuição. As instituições de pesquisa e de defesa estão conhecendo e alertando sobre o problema. Estão se preparando de todas as formas para que esse problema não aumente. Mas, se aumentar, que possam levar uma solução conjunta", afirma Gazziero.
Controle químico
Uma das principais preocupações em relação ao Amaranthus palmeri é o fato da planta ser resistente ao glifosato e a alguns inibidores de ALS, o que dificulta o controle químico, sobretudo em lavouras com uso de cultivares RR. Atualmente, nas áreas onde foram encontradas, as plantas menores tem sido controladas com outros herbicidas, porém a partir de certo porte, o controle somente tem sido eficiente com a capina.
Como forma de encontrar alternativas, pesquisadores de diferentes Unidades da Embrapa, como a Embrapa Agrossilvipastoril, Embrapa Algodão e Embrapa Soja, estão trabalhando de maneira integrada. Um exemplo é a pesquisa iniciada nesta safra em uma das propriedades rurais com ocorrência do problema.
"Estamos avaliando diferentes formas de manejo químico, combinando herbicidas pré e pós-emergentes na sucessão soja-algodão. Depois também vamos fazer um estudo para a sucessão soja-milho", explica a pesquisadora da Embrapa Agrossilvipastoril responsável pelo trabalho, Fernanda Ikeda.
O Amaranthus palmeri é um dos principais problemas em áreas produtoras de algodão dos Estados Unidos. Na Argentina também está disseminada em grandes áreas.
Estima-se que essa planta daninha tem potencial de reduzir a produtividade de lavouras de soja, milho e algodão em até 90%.
Saiba mais sobre o Amaranthus palmeri
Gabriel Faria (mtb 15.624/MG JP)
Embrapa Agrossilvipastoril
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