O estado do Mato Grosso possui uma das agriculturas mais pujantes do Brasil, considerando-se a área ocupada com cada uma das espécies cultivadas e o volume da produção. Dentre as espécies cultivadas destacam-se a soja com 8.788.000 de hectares; o milho com 3.230.200 de hectares e o algodoeiro com 643.100 de hectares. Aproximadamente 70% do algodão é semeado após a colheita da soja. A produtividade destas três culturas no Mato Grosso é semelhante à obtida nos demais estados do Brasil, mas é possível aumentá-la significativamente implantando tecnologias já geradas pela pesquisa agropecuária.

Embora as produtividades sejam muito altas, o custo de produção, especialmente o do algodão, está crescendo continuamente arriscando tornar a cultura inviável. Os altos custos de produção são devidos especialmente ao grande volume de produtos destinado ao controle de insetos, ácaros, fungos e plantas daninhas. O IMEA (2014) estimou que na safra 2014/2015 o custo de produção do algodão em Mato Grosso foi de R$ 6.800,00, sendo que 37,5% deste custo corresponde a inseticidas, fungicidas e herbicidas. O uso excessivo de produtos fitossanitários também está ocorrendo nas culturas da soja e do milho. Este cenário é muito preocupante quando se sabe da necessidade de aumentar a produção de alimentos, fibra e energia para atender a crescente demanda da população mundial.

Este projeto consiste na avaliação e validação em lavouras comerciais de um conjunto de tecnologias e conhecimentos que possibilitem o manejo das pragas, doenças e plantas daninhas com menor custo e reduzido impacto ambiental. O objetivo é transferir conhecimentos e tecnologias que venham a contribuir para a redução dos custos de produção do sistema algodão- soja-milho em Mato Grosso. A estratégia de atuação consiste em acompanhar os técnicos de uma propriedade agrícola na implantação e aperfeiçoamento de diversas práticas agronômicas como rotação de culturas, Sistema Plantio Direto, adequação dos atributos químicos, físicos e biológicos do solo, e redução de nematoides que causam danos a essas culturas. Estas são práticas indispensáveis para que a agricultura seja rentável e com baixos impactos ambientais.