O Nordeste brasileiro já se destacou como a principal região produtora de algodão no País. A partir dos anos 1980 essa produção entrou em decadência graças a fatores econômicos, como a abertura de mercado, e agronômicos, como a introdução do bicudo-do-algodoeiro. Hoje, a produção da pluma se concentra no Cerrado, tendo os estados de Mato Grosso, Bahia e Goiás como os maiores produtores. O estado do Ceará, terceiro maior polo têxtil do Brasil, tem investido na retomada do cultivo do algodão como uma forma de atender à demanda interna e gerar renda para seus agricultores. O estado importa quase 100% da fibra utilizada na sua indústria têxtil.

Em 2017, o governo do estado criou o programa de Modernização do cultivo do algodão, aportando recursos e mobilizando agentes de pesquisa e assistência técnica. O projeto tem alcançado bons resultados, principalmente na região do Cariri Cearense, onde há mais de 20 anos não se cultivava algodão. Em 2018, foram 30 hectares, que evoluíram para 800 hectares em 2019 e 2.500 hectares na safra 2020. Devido ao sucesso do Cariri, surgiu a demanda para realização do mesmo tipo de inciativa na região da Chapada do Apodi, que contempla os estados do Rio Grande do Norte e Ceará.

Este projeto tem por objetivo desenvolver o sistema de cultivo para o algodoeiro em condição de sequeiro e irrigado para a chapada do Apodi e Cariri Cearense com foco em fibra de algodão com qualidade diferenciada como forma de otimizar os recursos naturais disponíveis promovendo sustentabilidade para o sistema. Serão avaliadas cultivares e genótipos com características de fibras diferenciadas para incremento de renda dos produtores, bem como, a necessidade hídrica para as cultivares e genótipos a serem avaliados. O projeto ainda visa desenvolver ou adaptar o manejo integrado de pragas para as condições locais, considerando os aspectos econômicos, sociais e ambientais, de forma a promover menores custos fitossanitários para os produtores.