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15/04/25 |

20ª Reunião Técnica da Embrapa Semiárido reforça agenda de P&D voltada à inclusão socioprodutiva

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A Embrapa Semiárido promoveu, entre os dias 7 e 11 de abril, sua 20ª Reunião Técnica Anual. Com a participação de pesquisadores e equipes de apoio, o encontro consolidou-se como espaço estratégico para avaliar ações, alinhar diretrizes e planejar a pesquisa e o desenvolvimento (P&D) da Unidade. A inclusão socioprodutiva, em especial no contexto do Semiárido, permeou os debates.

Na abertura, a diretora-executiva de Inovação, Negócios e Transferência de Tecnologia da Embrapa, Ana Euler, ressaltou a relevância do encontro para alinhar a produção científica às demandas reais do campo. “Este é um momento estratégico, em que a Embrapa Semiárido avalia e propõe ajustes na sua agenda de pesquisa e desenvolvimento, buscando ampliar as contribuições para o desenvolvimento sustentável da região”.

Carlos Gava, chefe interino de P&D da Unidade, destacou o caráter integrador da Reunião Técnica. “Mais do que uma etapa de avaliação e planejamento, esse encontro é uma oportunidade valiosa para socializar resultados, refletir sobre os desafios enfrentados e construir caminhos colaborativos”, pontuou.

 

Inclusão e os novos portfólios

A programação de abertura contou com a palestra “Inclusão Socioprodutiva”, ministrada por Evandro Holanda Vasconcelos, gerente-geral de Inovação da Embrapa. Em sua fala, ele destacou a necessidade de aproximar ciência, inovação e políticas públicas para ampliar oportunidades no meio rural.

Na sequência, foram apresentados dois novos portfólios da Embrapa. O primeiro, Agroecologia e Inclusão Socioprodutiva, foi detalhado por seu presidente, o pesquisador Mauro Sérgio Vianello Pinto. Ele explicou que o portfólio visa fomentar sistemas agroecológicos e orgânicos de produção, conciliando saúde, preservação ambiental e desenvolvimento territorial. A iniciativa aposta na articulação com redes sociotécnicas e plataformas colaborativas regionais para impulsionar transformações sociais e ampliar a sustentabilidade da agricultura.

O segundo, Bioeficiência na Agropecuária, foi apresentado por sua presidente, a pesquisadora Alineurea Florentino Silva. Ela destacou o papel do portfólio na promoção de uma agricultura mais eficiente e sustentável, com foco em segurança alimentar, saúde única (integração entre saúde humana, animal, vegetal e ambiental) e redução do uso de insumos químicos. As ações abrangem desde o fortalecimento da resistência das plantas a pragas e doenças até a revitalização dos solos e o apoio à defesa zoofitossanitária.

O primeiro dia do evento contou ainda com a participação de técnicos da 3ª Superintendência Regional da Codevasf, parceira estratégica da Embrapa em ações voltadas ao desenvolvimento regional.

Durante a semana, workshops temáticos mobilizaram pesquisadores e analistas em torno das áreas como: mangicultura, viticultura, olericultura, convivência com a seca e recursos naturais, diversificação de culturas irrigadas e produção animal. Além de avaliar ações em andamento, os grupos discutiram oportunidades de financiamento e estratégias para fortalecer a inclusão socioprodutiva nos projetos atuais e futuros.

A reunião foi encerrada com a apresentação de dados dos Observatórios do Mercado da Uva e da Manga, além dos resultados do Projeto Lagos do São Francisco.

 

Discussões

Na área de diversificação de culturas irrigadas, foram destacados projetos como o que visa o uso de resíduos do coco na produção de um bioinsumo organo-mineral. Foram apresentados ainda os avanços nos projetos de melhoramento da goiabeira e da aceroleira, e as possibilidades de diversificação de cultivos com a pera, mirtilo e morango. Outros projetos ligados ao tema envolveram a disponibilização de variedades de porta-enxertos de citrus adaptadas ao estresse hídrico e à salinidade e a retomada dos trabalhos com tamareira na região.

No workshop sobre convivência com a seca e recursos naturais, os participantes discutiram o conceito de inclusão socioprodutiva à luz do Plano Diretor Estratégico (PDE) da Embrapa, refletindo sobre como esse tema vem sendo tratado nos novos portfólios da empresa. Foram apresentados 13 projetos ligados à temática, entre eles, iniciativas de transferência de tecnologias hídricas, como o uso de barragens subterrâneas e o sisteminha; ações voltadas à bioeconomia e ao uso e conservação da biodiversidade da Caatinga; o uso de sementes e mudas de plantas nativas e de variedades crioulas para fortalecer a resiliência do bioma; agricultura biossalina; e os trabalhos com isolamento de bactérias fixadoras de nitrogênio com potencial para aplicação agrícola.

Na área de produção animal, os debates abordaram projetos de melhoramento de forrageiras e os sistemas integrados de produção agropecuária, com destaque para o sistema silvipastoril de caprinos. Foram apresentados resultados de 12 ações de pesquisa em andamento ligados aos modelos de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) com uso da gliricídia como componente arbóreo. Também foram discutidas alternativas alimentares, como o uso de óleos vegetais de licuri e palma, que demonstraram potencial para melhorar a eficiência reprodutiva e produtiva na cadeia de caprinos e ovinos. Outro projeto apresentado foi a utilização de resíduos da dessalinização da água como ingrediente em suplementos minerais para ovinos.

O workshop de viticultura refletiu a complexidade e abrangência da cadeia da uva na região, com pesquisas que englobam as áreas de entomologia, irrigação, recursos genéticos, fisiologia, qualidade pós-colheita, fitotecnia e socioeconomia. Destacou-se o acréscimo de cinco novos acessos ao banco de germoplasma, avanços no uso de porta-enxertos adequados, além do desenvolvimento de extrato de resveratrol com potencial de uso na indústria de alimentos.

Na área de olericultura, foram apresentados oito projetos. Destacam-se o desenvolvimento de híbridos de cebola para o Nordeste e o aprimoramento para plantio antecipado. Também foram ressaltados os projetos de melhoramento de abóboras e morangas com foco funcional e comercial. Outro destaque foi o desenvolvimento de sistemas de produção de hortaliças PANC, como ora-pro-nóbis e inhame, com validações em diferentes regiões do país. Iniciativas como os Hubs Virtuais visam ampliar o acesso à informação para agricultores familiares. Além disso, foram abordados temas como os efeitos das mudanças climáticas sobre oídio em cultivos e estratégias de manejo sustentável, além do ajuste do manejo hídrico e nutricional em agroecossistemas multifuncionais de manga e melão no Semiárido.

O workshop de mangicultura apresentou os avanços da Unidade em 10 projetos, que englobam diversas frentes da cadeia produtiva da manga. Foram compartilhados os novos acessos caracterizados no Banco Ativo de Germoplasma da Mangueira. No pós-colheita, o trabalho com tecnologia de atmosfera controlada mostrou-se eficiente para prolongar a conservação dos frutos. No controle biológico, destacaram-se pesquisas com RNAi, crisopídeos e micro-organismos para manejo de pragas e doenças. Estudos com a aplicação pré-colheita de inibidores de etileno mostraram potencial para reduzir perdas de frutos na pós-colheita. Também foi apresentada uma nova abordagem com aplicação de fungos via irrigação para o controle de pragas com estágio de vida no solo. As ações visam ampliar a qualidade da produção, a competitividade e a inclusão de pequenos produtores. Também foram discutidas ações para inclusão da agricultura familiar e novos projetos em fase de estruturação.

Clarice Rocha (MTb 4733/PE)
Embrapa Semiárido

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