Resultados preliminares de um experimento que alia o cultivo da palma de óleo (dendê) à produção de alimentos na agricultura familiar vão ser apresentados nesta quarta-feira (11), em propriedade rural no município de Tailândia (PA).

Uma alternativa tecnológica para este tipo de consórcio com dendê é o cultivo da mandioca no sistema Trio da Produtividade e no Plantio Direto Agroecológico, duas tecnologias desenvolvidas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

O aumento da produtividade da mandioca é um dos principais resultados a serem demonstrados no evento. "Também serão abordados aspectos de como é possível reduzir custos e perdas, modernizar os sistemas de produção e melhorar a qualidade de vida do agricultor familiar", informa o engenheiro agrônomo Moisés Modesto, analista da Embrapa Amazônia Oriental (Belém/PA).

Os experimentos com dendê em consórcio com mandioca estão sendo realizados em propriedade do agricultor familiar Elson Lima, na comunidade Nova Paz, em parceria com a empresa Belém Bioenergia Brasil. "Isso envolve validação de tecnologias, intercâmbio de informações, desenvolvimento de pesquisas conjuntas e atuação coletiva em áreas estratégicas", diz Modesto.

A expansão do cultivo de palma de óleo vem se intensificando no Brasil nos últimos anos, em decorrência de ações governamentais e do ingresso de grandes empresas na atividade, em especial para produção de óleo para biodiesel. Para o pesquisador Otávio Lopes, responsável pela tecnologia do plantio direto agroecológico, essa expansão tem promovido uma maior integração dos agricultores familiares nessa cadeia produtiva, tornando o cultivo da palma de óleo uma alternativa de investimento e uma diversificação produtiva na Amazônia.

"No Brasil, a maior diversidade de produção de alimentos é obtida por meio da agricultura familiar. Dessa forma, é importante buscar alternativas tecnológicas que possam aliar o cultivo da palma de óleo com a produção de alimentos", comenta a analista da Embrapa Mazilene Borges de Souza, coordenadora do dia de campo.