10/04/15 |   Agroenergia

Espectrometria de massas, ferramenta multidisciplinar

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Foto: Stephane Paula

Stephane Paula -

A cada dia novas ferramentas surgem como meio de aprimorar as pesquisas no Brasil e no restante do mundo. A espectrometria de massas é uma delas, a tecnologia fornece resultados específicos para a caracterização fisiológica de organismos.

Nos últimos anos a Embrapa Agroenergia investiu em um parque tecnológico com equipamentos de ponta nessa área, e apostou na capacitação dos profissionais da empresa - que hoje desenvolvem pesquisas para obtenção de novos métodos para aplicação da técnica, principalmente para área agroindustrial. No Laboratório de Química de Biomassa e Biocombustíveis - LQB da Embrapa Agroenergia, os pesquisadores conseguem por meio do espectrômetro de massas, identificar, caracterizar e quantificar grandes variedades de compostos químicos presentes em diferentes materiais.

A principal vantagem da espectrometria é o fato dela ser mais sensível e seletiva em comparação a outros métodos, além de não exigir grandes quantidades de amostras, podendo trabalhar com concentrações menores do que as nanomolares. Dessa forma, ela é contribui de forma positiva com o meio ambiente, já que utiliza menos solventes e reagentes, gerando menos resíduos.

Apesar da ferramenta abranger diferentes setores, a área de estudo é bem especifica. Na graduação o tema é abordado de forma superficial na disciplina de Química instrumental junto com técnicas de RMN, cromatografia, entre outras. Por isso a pós-graduação se torna indispensável para quem deseja se especializar na área, conta a pesquisadora da Embrapa Agroenergia, Patrícia Abdelnur – que atualmente, além de trabalhar com pesquisas na Unidade, também capacita alunos de pós-doutorado, ministrando a disciplina espectrometria de massas: fundamentos e aplicações na Universidade Federal de Goiânia-UFG.

Na UFG, Abdelnur em parceria com o professor Boniek Gontijo Vaz, está capacitando cerca de trinta alunos de doutorado inscritos no programa de Pós Graduação em Química, nas mais diversas áreas, como química forense, medicinal, produtos naturais, petroleômica, proteômica, metabolômica, dentre outras não tão convencionais como educação e química teórica. "A adesão à disciplina me deixou entusiasmada, principalmente por ser uma área tão específica", diz Patrícia. "O que estou tentando mostrar é que a espectrometria de massas é muito ampla e pode ser usada em diversos campos", completa.

Abdelnur destaca que é fundamental a parceria com alunos, pois é uma via de mão dupla, pois o bolsista aprende e contribui para as pesquisas desenvolvidas na Empresa.  A pesquisadora também está cadastrada no Programa de Pós Graduação Stricto Sensu em Engenharia de Energia na Agricultura na Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE em Cascavel. "Desde que começamos a atuar junto às universidades, já temos duas alunas que defenderam recentemente o mestrado que foi desenvolvido nos laboratórios da Unidade sob a orientação dos pesquisadores", conta.  "Para a Unidade isso é muito bom, pois a UFG é próxima, e aumenta a oportunidade dos alunos cursarem as disciplinas em Goiânia e a realizarem a parte experimental nos laboratórios da Embrapa Agroenergia sob nossa orientação". Atualmente, estamos orientando e coorientando 3 alunos do PPGQ da UFG, além de alunos de Iniciação Científica da UnB.

O Mercado de trabalho

O mercado hoje em dia cresceu muito, pois existe uma sociedade brasileira de espectrometria de massas (BRMASS) que realiza congresso a cada dois anos,  onde os profissionais mostram os avanços e os trabalhos que estão sendo desenvolvidos. Entretanto, mesmo tendo um aumento significativo no número de pessoas especializadas no assunto, a área para atuação ainda é bem restrita, o que leva esses profissionais a trabalharem principalmente nas universidades, como professores ou técnicos, em indústrias farmacêuticas ou alimentícias e nas empresas multinacionais com filiais no Brasil, as quais comercializam espectrômetros de massas, e em empresas de consultoria.

A utilização da técnica é em sua maioria voltada para análise em proteômica, sendo que na Embrapa Agroenergia o direcionamento para a maioria das aplicações é destinada a  metabolômica, uma área recente. De acordo com Abdelnur, a Unidade visa desenvolver novos métodos e novas aplicações nas diversas áreas de pesquisas. "Os espectrômetros de massas que nós temos podem ser utilizados em quase que todas as áreas, e por isso colaboramos com os outros laboratórios da unidade e parceiros externos. Isto torna o nosso laboratório multidisciplinar". Outras unidades da Embrapa também possuem espectrômetros de massas para diferentes análises.

Neste mês, Patrícia Abdelnur irá apresentar palestra sobre metabolômica de leveduras fermentadoras de xilose utilizando abordagens em espectrometria de massas no evento 4th International Conference and Exhibition on
Metabolomics & Systems, na Philadelphia, EUA.

Colaboração: Stephane Paula

Daniela Collares (MTb 114-01/RR)
Embrapa Agroenergia

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