Embrapa Amapá
Embrapa debate as cadeias de cupuaçu e açaí na Assembleia Legislativa do Pará
Foto: Ronaldo Rosa
O evento debateu as cadeias produtivas do cupuaçu e do açaí, tendo como pauta soluções tecnológicas da Embrapa.
A Assembleia Legislativa do Pará realizou sessão especial nessa quinta-feira (19), em Belém, na qual debateu as cadeias produtivas do cupuaçu e do açaí, tendo como pauta soluções tecnológicas da Embrapa Amazônia Oriental. O Cupuaçu 5.0 - Kit de cultivares de cupuaçuzeiro de alta produtividade e boa resistência à "vassoura-de-bruxa", lançado este mês maio; e a experiencia Manejaí, que foca no manejo de mínimo impacto de açaizais nativos na geração de renda e na organização e melhoria a qualidade de vida para comunidades tradicionais, estiveram no centro das discussões.
O evento foi proposto pelo deputado estadual Carlos Bordalo como resultado da articulação do Comitê Interno de Relações Institucionais e Governamentais da Embrapa Amazônia Oriental, criado recentemente para fortalecer os relacionamentos institucionais entre a Empresa com o Estado, suas instituições e parlamentares, além dos diversos setores da sociedade.
Participaram do debate membros do parlamento estadual, da Embrapa e atores de diversos setores que integram a cadeia produtiva do açaí e cupuaçu no âmbito estadual, entre organizações sociais, governamentais, empresariais, agências de fomento e instituições de pesquisa e extensão rural.
Walkymário de Paulo Lemos, chefe-geral da Embrapa no Pará, fez a apresentação institucional do centro de pesquisa, que há mais de 80 anos, desdes os tempos do antigo Instituto Agronômico do Norte (IAN), atua na transformação da agricultura tropical por meio da ciência. Após falar das linhas de pesquisa e entregas no Estado, o gestor descreveu as principais características do Cupuaçu 5.0 e do Projeto Manejaí.
De acordo com o gestor, entre os desafios mais latentes da Embrapa no Pará estão a promoção do desenvolvimento a partir da tropicalização das espécies vegetais e adaptação das animais, para fortalecer os sistemas produtivos com sustentabilidade e inovação. “A Embrapa acredita no potencial das frutas amazônicas, neste caso em específico, do cupuaçu e do açaí, temas dessa sessão, como vetor de bioeconomia resultando em desenvolvimento, com respeito às populações e conservação do meio ambiente”, enfatizou Lemos.
Na avaliação do chefe-geral a sessão especial foi mais um importante passo na articulação político-institucional entre a Embrapa e o legislativo estadual e no alicerce da construção de políticas públicas a partir das soluções tecnológicas desenvolvidas pelo centro de pesquisa.
O deputado Bordalo, propositor da Sessão, enfatizou que a ciência precisa ser fortalecida e é um dos mais fortes caminhos para transformar as riquezas da biodiversidade amazônica em resultados econômicos para todo povo do Pará, com respeito à conservação da floresta, dos povos tradicionais e seus saberes. “O trabalho da pesquisa e da ciência são essenciais para garantir que a riqueza da Amazônia seja preservada e ao mesmo tempo, se transforme em riqueza e desenvolvimento para o paraense e o estado como um todo”.
Grupo de Trabalho na Alepa avaliará o Manejai como política pública
Entre os encaminhamentos resultantes da sessão especial o destaque ficou para a proposta de criação de um Grupo de Trabalho dentro da Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor da Alepa, para aprofundar os debates sobre o projeto Manejaí na perspectiva de transformar a iniciativa da Embrapa em política pública para a execução em todo o estado do Pará.
Para Augusto César da Silveira Andrade, coordenador do Manejaí e membro da Comitê Interno de Relações Institucionais e Governamentais da Embrapa Amazônia Oriental, a sessão foi uma vitória pois inaugura as ações do comitê e dá um importante passo para a construção de uma política pública que atua não apenas no fornecimento de tecnologias para o manejo dos açaizais nativos, mas fortalece toda a cadeia, com o protagonismo e organização das comunidades envolvidas no fomento de cooperativa e negócios locais.
“A sessão permitiu aos parlamentares, instituições e da população, o acesso às informações que subsidiam a construção de políticas públicas, em benefício de sociedade, a partir de uma produção sustentável, com maior garantia de inclusão produtiva, soberania e segurança alimentar e conservação da biodiversidade” avaliou Andrade.
Cupuaçu 5.0 - A coleção de clones é composta pelas cultivares de cupuaçuzeiro BRS Careca, BRS Fartura, BRS Duquesa, BRS Curinga e BRS Golias. Plantadas simultaneamente, possuem em comum alta produtividade de frutos e boa resistência à "vassoura de bruxa", visando tornar o cultivo do cupuaçu mais rentável e sustentável. As cinco cultivares necessitam ser propagadas vegetativamente por meio de mudas enxertadas ou a troca de copa das plantas improdutivas por meio da técnica de Substituição de Copa do Cupuaçuzeiro. O conjunto de clones chega a produzir até 14 toneladas por hectare, enquanto que a média do Pará é de 2,5 t/ha. Na produção de amêndoas de cupuaçu, o uso do kit chega 1,9 t/ha, e a produtividade média do Pará é de 0,4 t/ha. O produto é valorizado pelas indústrias cosmética e alimentícia. Manejai – Com atuação no território do Marajó, visa contribuir para a conservação da biodiversidade brasileira em paisagens de múltiplos usos, por meio do manejo sustentável da biodiversidade e de sistemas agroflorestais (SAFs), assegurando os modos de vida das comunidades tradicionais e agricultores familiares, gerando renda e melhorando a qualidade de vida. As ações conduzidas a partir do Manejai envolvem a socialização de tecnologias e boas práticas de produção, fortalecimento da extensão local, organização social, acesso ao crédito, organização produtiva, rastreabilidade, certificação orgânica, inclusão digital e acesso à mercados. O conjunto destas ações contribue para a produção sustentável e oferta de bioprodutos, com valor agregado. |
Confira a Sessão Especial na íntegra
Kélem Cabral (MTb 1981/PA)
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