21/12/22 |   Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação

Ações do Inova Amazônia vão fortalecer estratégias para produção sustentável

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Foto: Ronaldo Rosa

Ronaldo Rosa - Comunidade Santo Antônio

Comunidade Santo Antônio

Conciliar a melhoria da renda de produtores familiares e populações tradicionais com a conservação e o uso sustentável dos recursos florestais na Amazônia é o foco principal do projeto “Inovações para o Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Brasileira - Inova Amazônia", aprovado em outubro deste ano. As ações serão executadas pela equipe da Embrapa em sete estados da Amazônia: Acre, Amapá, Rondônia, Roraima, Maranhão, Pará e Amazonas. 

As atividades envolvem estudos para intensificar sistemas de produção sustentáveis em áreas degradadas, fomentar a bioeconomia e agregar valor a partir da sociobiodiversidade, produtividade e rentabilidade nos sistemas de manejo florestal sustentáveis, além de promover o fortalecimento da cooperação regional. A iniciativa conta com apoio financeiro do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

Judson Valentim,  presidente do comitê gestor do portfólio Amazônia (conjunto de projetos da Embrapa) ressalta que o Inova Amazônia inaugura uma nova linha de ação do BID e é um dos primeiros projetos aprovados e executados no âmbito desse programa de apoio à bioeconomia na região. “Essa parceria vai possibilitar o desenvolvimento de tecnologias que agregam valor aos produtos da biodiversidade amazônica e ajudam o produtor a fazer a transição da agricultura de derruba e queima para sistemas mais produtivos e sustentáveis, além de gerar renda e promover melhoria da qualidade de vida sem que eles precisem desmatar”, comenta. 

Segundo Eufran Amaral, pesquisador da Embrapa Acre e  líder do projeto, dentre outras ações, o Inova Amazônia vai incentivar a aplicação de modelos de desenvolvimento sustentável e inclusivo adequados às condições socioambientais do bioma, que  contribuam com políticas públicas e programas de desenvolvimento local e regional. “Serão implantadas Unidades de Referência Tecnológica, áreas com alternativas de produção sustentáveis e melhor rentabilidade que proporcionarão aos produtores  uma visão ampliada sobre as estratégias de recuperação de áreas degradadas e a forma de cuidar de manejar os recursos da propriedade rural”, acrescenta. 

Adriano Venturieri, pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental,  ressalta que a bioeconomia envolve também uma agricultura regenerativa. “O projeto veio em um momento oportuno, uma vez que com as tecnologias de restauração, produtores podem ampliar, por exemplo, a oferta de semente de açaí, que hoje é um dos grandes pilares da bioeconomia, além contribuir com a melhoria de renda e geração de emprego”. 

 

Produtos da bioeconomia

Outro componente do projeto é a rastreabilidade, produtividade e rentabilidade de sistemas de manejo florestal sustentável. Neste contexto serão realizadas ações com foco nas cadeias produtivas do açaí, castanha-da-amazônia, bacuri, andiroba e pracaxi. “Esse projeto tem como ponto forte a promoção da bioeconomia inclusiva que protege a floresta, distribui riquezas e promove meios de vida das populações locais. Isso gera oportunidades para as cadeias de valor da sociobiodiversidade e fortalece as redes de troca de conhecimento e  comércio. Valorizamos, desde a concepção da proposta, os conhecimentos locais e tradicionais para promover a diversidade, além dos sistemas alimentares sustentáveis”, afirma a pesquisadora da Embrapa Amapá, Ana Euler. 

Os sistemas de manejo de açaí nativo de mínimo impacto será uma das ações. “Queremos que os produtores locais sejam os multiplicadores da tecnologia e troquem esse conhecimento com comunidades vizinhas. Com um manejo sustentável do fruto, o impacto da atividade nos ambientes de várzea e de grota diminui e aumenta a produtividade. Fator importante para garantir o abastecimento do mercado e consumo local”, explica.

Com relação à cadeia de valor da castanha, o projeto vai fortalecer as pesquisas em rede nos estados do Amapá,  Acre e Rondônia.  “A manutenção dessas ações de interação com produtores (as) e acompanhamento anual das safras, com a validação de novas tecnologias e inovações, como, por exemplo, as ligadas à secagem da castanha,  são fundamentais para a agregação de valor à cadeia. Além disso, é importante para garantir a  qualidade fitossanitária  da castanha por meio de um processo de secagem eficiente”, ressalta Euler.

O Inova Amazônia também implantará Unidades de Referência Tecnológicas de manejo de andiroba e pracaxi, com foco nas boas práticas na produção de óleo e apoio a organizações de mulheres ligadas ao extrativismo. O trabalho contará com a parceria de universidades estaduais e federais e institutos federais de educação.   “A ideia é promover o empreendedorismo e monitorar a qualidade dos óleos para promover capacitação em boas práticas e implementar inovações associadas às tecnologias de extração, secagem e envasamento. Além de discutir questões sobre custo de produção e comércio a um  justo”, explica a pesquisadora.

 

Priscila Viudes (Mtb 030/MS)
Embrapa Acre

Mauricília Silva (MTb 429/AC)
Embrapa Acre

Contatos para a imprensa

Telefone: (68) 3212-3250

Colaboração: Bruna Rosa
Embrapa Acre

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
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