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Dia de Campo apresenta Produção e Sanidade do Tambaqui em Sistema Intensivo
A Embrapa Amazônia Ocidental (Manaus-AM) realizou no sábado, 7 de novembro, o Dia de Campo Produção e Sanidade do Tambaqui em Sistema Intensivo, com a participação de pesquisadores, estudantes, produtores e técnicos que atuam em piscicultura. O objetivo foi apresentar informações sobre a criação intensiva de peixes, ocorrência de doenças e medidas para prevenção e controle.
O Dia de Campo foi uma realização da Embrapa Amazônia Ocidental, sob coordenação das pesquisadores Edsandra Chagas e Cheila Boijink, e contou apoio do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
A atividade ocorreu pela manhã na fazenda Chácara Sagrada Família, no município de Rio Preto da Eva (AM), onde está sendo colocado em prática o sistema intensivo de criação de tambaqui em tanques escavados com uso de aeração artificial diária. Esse sistema, vem sendo implementado desde 2009 e possibilitou triplicar a produtividade de peixes nos tanques da propriedade , com resultados em torno de 18 a 21 toneladas por hectare, em cada despesca após 10 meses de engorda do tambaqui.
Entre as informações apresentadas, foi ressaltado que algumas espécies de peixe apresentam excelente potencial para produção intensiva, por exemplo o tambaqui, que por sua vez é um peixe com grande aceitação pelo mercado consumidor. Porém não basta intensificar os cultivos, é preciso adotar formas de manejo adequadas à maior densidade de peixes, pois as pisciculturas podem enfrentar dificuldades e ter prejuízos se não prevenirem ou controlarem a ocorrência de doenças. É o que ressalta a pesquisadora da Embrapa, Cheila Boijink, esclarecendo que para evitar a ocorrência de doenças na criação de peixes em sistemas intensivos e , consequentemente, evitar perdas na produção, é necessário maior atenção nas condições de manejo das pisciculturas, especialmente um maior controle na qualidade da água.
Os pesquisadores da Embrapa Amazônia Ocidental, Roger Crescêncio e Antonio Claudio Izel apresentaram, em palestra, dados sobre o sistema intensivo de produção de tambaqui no Amazonas. Os pesquisadores informaram que o sistema consegue produzir de 3 a 4 vezes mais que o sistema convencional de criação desse peixe. "Isso é possível graças a utilização de equipamentos que aumentam a quantidade de oxigênio dissolvido na água do tanque. São equipamentos chamados aeradores, que vão permitir uma quantidade muito maior de peixe, que vão crescer e dar um lucro bem maior para a propriedade", afirmou Roger.
A pesquisadora da Embrapa Pesca e Aquicultura (Palmas-TO), Patrícia Maciel, apresentou também palestra com diversas recomendações de boas práticas que devem ser adotadas pelos produtores para evitar a ocorrência de doenças na criação de peixes. Esses cuidados incluem desde o monitoramento e controle da qualidade da água, a boa seleção de alevinos, as condições de higiene no armazenamento de ração até os procedimentos adequados para o manejo dos animais na propriedade. A pesquisadora da Embrapa, Edsandra Chagas, apresentou informações sobre as principais doenças parasitárias e bacterianas registradas durante levantamento epidemiológico realizado em projeto desenvolvido pela Embrapa no município de Rio Preto da Eva. O pesquisador da Embrapa Roraima, Sandro Aquino, fez demonstrações para identificação de parasitos nos peixes .
"O que preocupa é que muitos produtores não se preocupam com a qualidade da água; e a qualidade da água está diretamente relacionada à saúde dos peixes e o aparecimento de parasitos. Por isso a qualidade da água tem que ser monitorada. A quantidade de matéria orgânica acumulada no fundo do tanque propicia o aumento e a proliferação tanto de bactérias quanto de parasitos. É fundamental o cuidado com a qualidade da água", disse a pesquisadora Cheila Boijink.
A Embrapa no Amazonas realiza diversas pesquisas sobre sanidade de peixes e atua de forma preventiva esclarecendo sobre o assunto. Boijink informou que no Amazonas várias propriedades estão adensando seus cultivos. "Da mesma forma como acontece com plantas, quanto mais se adensa começam a aparecer as doenças. Por enquanto no estado do Amazonas não tem nenhuma doença alarmante, mas conforme esses sistemas de adensamento vão aumentando a quantidade de peixes na produção, provavelmente vai começar a aparecer doenças com bactérias e com parasitos e isso pode acontecer de ter perdas grandes nos cultivos de peixes, se não se adotar os cuidados necessários", explica.
Siglia Souza (MTb 66/AM)
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