A palma de óleo ( Elaeis guineensis Jacq), também conhecida como dendê, é uma palmeira africana introduzida em diversas regiões do mundo, inclusive no Brasil, com finalidade comercial de produção de óleo. Seu óleo é conhecido como óleo de palma ou azeite de dendê e possui características distintas, como por exemplo, é livre de gorduras trans e é fonte de vitaminas e carotenoides. Já o caiaué ( Elaeis oleifera H.B.K.) é uma espécie nativa da região amazônica, não explorada comercialmente. Em função de uma anomalia que vem dizimando as plantações de dendê da região norte do país, chamada amarelecimento fatal (AF), foi desenvolvido pela Embrapa um híbrido interespecífico (HIE) entre as duas espécies citadas que apresenta alta resistência a esta anomalia e outras características vantajosas adquiridas do caiaué, como o crescimento mais lento e o óleo de melhor qualidade. O desenvolvimento de um híbrido interespecífico (HIE) entre o caiaué e o dendezeiro, que apresenta resistência ao AF, possibilitou a continuidade da dendeicultura em áreas afetadas por esta anomalia no estado do Pará, maior produtor de dendê do Brasil. No entanto, esses HIE necessitam de polinização assistida para expressar seu potencial produtivo e viabilizar seu cultivo. A polinização assistida eleva os custos e torna o sistema de produção mais complexo, sendo necessário produzir e/ou adquirir pólen e realizar turnos a cada dois ou três dias para polinização de inflorescências femininas em antese (abertas). Em função de o HIE apresentar baixa atratividade aos polinizadores específicos do dendê e apresentar baixa produção de pólen com baixa viabilidade polínica, faz-se necessário a realização de pesquisas nesta área, que é de extrema importância para a cadeia produtiva do dendê. Nesse contexto, objetivou-se no projeto conhecer os insetos associados ao caiaué e aos híbridos interespecíficos (HIE), insetos estes que se desenvolvem nas inflorescências masculinas e são atraídos pelas inflorescências femininas, bem como caracterizar os voláteis (substâncias químicas) emitidos pelas inflorescências e esclarecer o déficit de polinização do HIE.