Manejo na pecuária regenera butiazais sem perda de peso dos animais
Um método adaptado do Uruguai para manejar o gado em butiazais sem perder área de pastagem está permitindo preservar e repovoar essas áreas no Pampa, bioma que engloba Uruguai, parte da Argentina, Sul do Brasil e o extremo sul do Paraguai. O butiá é um fruto amarelo que se tornou parte da identidade local. A planta e seu fruto são usados, por exemplo, como símbolos em brasões e hinos de cidades uruguaias e gaúchas. Já se obteve o repovoamento de butiazais centenários sem prejudicar o ganho de peso dos animais.
Os animais pastejam entre as palmeiras. O método propõe a retirada dos animais da área a ser regenerada entre os meses de abril e setembro. Quando volta à área na primavera, o gado encontra butiazeiros de maior porte com folhas que não apetecem seu paladar. Assim, as pequenas palmeiras que nascem e se desenvolvem no outono/inverno podem desenvolver-se o suficiente para repovoar o butiazal. Além disso, as mudas que já foram pastejadas têm capacidade de rebrote e continuam a crescer. Quando mais tenras, além de mais vulneráveis ao pisoteio do gado, também são mais tentadoras ao paladar dos bovinos, que as comem em meio às forrageiras.
Vídeo de animação mostra como é feito o manejo do rebanho para a regeneração de butiazais em campo nativo
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Além de alternativa sustentável para a regeneração dessas áreas típicas do bioma e a conservação do campo nativo, o método permite que produtores tenham nos butiazeiros centenários uma fonte de renda extra. A crina vegetal dessas palmeiras – feita a partir das folhas – foi usada por muito tempo como matéria-prima na fabricação de colchões e móveis. Também é importante o artesanato e a produção de sucos e licores com a folha, a fibra e o coquinho do butiazeiro.
O objetivo é conjugar a restauração do butiazal com a produção pecuária, de forma que o produtor siga colocando o gado nos campos com butiazeiros. Os piquetes de 54 hectares nos butiazais sustentam até 90 cabeças e somam 15 mil quilogramas. Ao voltarem para o piquete preservado, os bovinos encontram bastante pastagem, uma vez que aquela parte da propriedade é poupada do pastejo durante os meses de frio, permitindo a preservação e o crescimento do pasto nativo.
Confira nas tabelas abaixo a relação de tecnologias de Produção animal que geraram impactos sociais, ambientais, institucionais e econômicos.
Impactos das soluções tecnológicas de Produção animal
Legenda: nd (não definido).
Notas: (1) Participação da Embrapa; (2) Ano do último aprimoramento da tecnologia em adoção; (3) Adoção (quantidade); (4) Impacto ambiental; (5) Impacto institucional.
Metodologia: Avaliação dos impactos de tecnologias geradas pela Embrapa - metodologia de referência.
As campeãs de impacto econômico
Adoção das soluções tecnológicas de Produção animal
Nota: (1) Ano do último aprimoramento da tecnologia em adoção.
Análise
Em 2020, os impactos econômicos gerados pelas soluções tecnológicas relacionadas à produção animal somaram mais de 10,6 bilhões de reais. Esse montante equivale à soma do que o setor ganhou com a adoção de uma amostra de tecnologias da Embrapa. Nesse tipo de solução tecnológica, encontramos as raças melhoradas de suínos, aves, caprinos, ovinos, gado de leite e de corte. Encontramos também tecnologias que promovem a sanidade animal e, finalmente, temos uma amostra da adoção e dos benefícios gerados pelos diversos tipos de manejo que a Embrapa desenvolve.
Vale lembrar que aproximadamente 90% da área plantada com forrageiras no Brasil utiliza variedades da Embrapa.
Em linhas gerais, as tecnologias deste grupo são utilizadas em quase 59 milhões de hectares e aplicadas em mais de 38 milhões de cabeças.