Estação de tratamento garante água limpa para irrigação de hortaliças
A oferta de uma estação de tratamento de esgoto (ETE) de baixo custo e de dimensões compactas pode não somente originar uma nova fonte de água para a irrigação de hortaliças em locais com escassez hídrica, como também evitar que o esgoto não tratado seja direcionado para corpos d’água e cause contaminação ambiental.
Estatísticas do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento – SNIS (2018) indicam que as regiões com maior percentual da população atendida por serviços de tratamento de esgoto são: Sudeste (79,2%), Centro-Oeste (52,9%) e Sul (45,2%). Os índices do Nordeste (28%) e do Norte (10,5%) evidenciam a carência desse serviço nessas regiões.
As populações dessas regiões poderiam ser beneficiadas com a implantação do modelo de ETE, tanto do ponto de vista da melhoria dos índices de saneamento básico quanto da produção de hortaliças para o enfrentamento da insegurança alimentar e nutricional.
O protótipo da ETE em escala real, localizado nos campos experimentais da Embrapa Hortaliças, foi desenvolvido não apenas para possibilitar o reúso do efluente tratado em irrigação de cultivos de hortaliças, mas também para entregar um sistema de tratamento eficiente e de baixo custo que pudesse ser construído com materiais de fácil acesso e adotado por comunidades rurais e povos tradicionais, como indígenas e quilombolas, que, na maioria das vezes, não são atendidos por serviços de saneamento básico.
A ETE possui uma configuração compacta e foi dimensionada para dar vazão a um fluxo de efluentes gerado por até 500 pessoas, o que equivale a um volume diário de 50 m3 (50 mil litros), tendo seu custo de implantação estimado em R$ 80 mil. O sistema apresenta um custo significativamente inferior aos modelos de tratamento de efluentes individuais, que geralmente atendem somente a uma família. Há a possibilidade de escalonar esse resultado para todas as famílias integrantes de uma comunidade, com a ETE dimensionada de acordo com o número de beneficiários.
Com o sucesso dos primeiros resultados do reúso das águas residuais nos plantios de alface, os testes de validação devem ser expandidos ao longo dos próximos anos com a instalação de ETEs em comunidades rurais do Semiárido nordestino.
Mais informações:
Reportagem: Estação de tratamento de esgoto garante água limpa para irrigação de hortaliças
Impactos das soluções tecnológicas de Hortaliças e leguminosas
Legenda: nd (não definido); (*) Impacto econômico calculado na tabela Cultivares.
Notas: (1) Participação da Embrapa; (2) Ano do último aprimoramento da tecnologia em adoção; (3) Adoção (quantidade); (4) Impacto ambiental; (5) Impacto institucional.
Metodologia: Avaliação dos impactos de tecnologias geradas pela Embrapa - metodologia de referência.
As campeãs de impacto econômico
Adoção das soluções tecnológicas de Hortaliças e leguminosas
Nota: (1) Ano do último aprimoramento da tecnologia em adoção.
Análise
Hortaliças geram R$132,7 milhões
Hortaliças e leguminosas fazem parte da alimentação do brasileiro e, dessa forma, também integram os programas de melhoramento da Embrapa. Em 2021, os agricultores de leguminosas e hortaliças que utilizaram as variedades da Embrapa obtiveram, conjuntamente, mais de R$ 132,7 milhões, para um total de quase 78 mil hectares, distribuídos entre alho, batata, cebola, feijão-guandu, feijão-caupi, grão-de-bico, mandioca, mandioquinha-salsa, pimenteira-do-reino e tomate.
Impacto econômico das soluções tecnológicas da Embrapa relacionadas a diferentes tipos de hortaliças, raízes e leguminosas.
Uma área de 369 mil ha
A adoção real de cultivos de fácil propagação é sempre um desafio, mas, estima-se que a adoção das hortaliças e leguminosas da amostra adotada em 2021 seja de quase 369 mil hectares dos seguintes produtos: alho, batata, cebola, feijão-carioca/preto, feijão-guandu, feijão-caupi, grão-de-bico, mandioca, mandioquinha-salsa, pimenteira-do-reino tomate, etc. É interessante observar que a maior parte da adoção de hortaliças e leguminosas está concentrada nas variedades de feijão (carioca/preto, caupi e guandu), num total de 79%, o que representa uma área plantada com esses diferentes tipos de feijão de mais de 292 mil hectares.