A Embrapa Algodão e a Emepa-PB promovem na próxima quarta-feira (2), às 8h30, dia de campo sobre Sistema de Integração-Lavoura-Pecuária (ILP) e Plantio Direto nas Condições do Agreste do Semiárido, na Estação Experimental da Emepa, em Lagoa Seca, PB. A programação contará com apresentações sobre os Resultados do projeto ILP, Ciclagem de nutrientes e seleção de espécies, Sistema radicular e recuperação dos solos, Manejo cultural e mecanização em ILP. Pesquisa realizada pela Embrapa Algodão (Campina Grande, PB) aponta que o cultivo de milho consorciado com gramíneas forrageiras para a integração lavoura- pecuária (ILP) é uma opção viável para a recuperação de pastagens e de solos degradados e formação de palhada para o plantio direto na região do Agreste, área da região Nordeste localizada na faixa de transição entre a Zona da Mata (litoral) e o Sertão, que se estende pelos estados do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia. Diferentes formatos da estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta vêm sendo adotados em cerca de 2 milhões de hectares no Brasil, principalmente nas regiões Centro-Oeste e Sul, mas o sistema ainda é pouco utilizado pelos produtores da região Semiárida. A meta do Plano ABC (Agricultura de Baixa Emissão de Carbono), coordenado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento é ampliar o uso do sistema em 4 milhões de hectares até 2020, evitando que entre 18 e 22 milhões de toneladas de CO2 equivalente (que são todos os gases de efeito estufa produzidos na atividade medidos em comparação aos efeitos do gás carbônico) sejam liberadas. Na Paraíba, o Plano ABC tem como metas recuperar uma área de 42.000 hectares de pastagens degradadas por meio do manejo adequado e adubação; aumentar a adoção de sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF) em 1.000 hectares e de Sistemas Agroflorestais (SAFs) em 5.000 hectares e ampliar a utilização do Sistema Plantio Direto (SPD) em 6.500 hectares. A pesquisa visa mostrar que é possível adaptar as práticas conservacionistas para serem adotadas também em regiões com baixa disponibilidade de água. "No consórcio do milho com espécies de braquiárias, a forrageira pode ter dupla finalidade: serve como alimento para a exploração pecuária, a partir do final da estação chuvosa, e, posteriormente, para formação de palhada no sistema plantio direto", explica o pesquisador da Embrapa Algodão, João Henrique Zonta. Segundo o pesquisador, a maior parte das terras agricultáveis da região Semiárida permanece ociosa, com baixa cobertura vegetal e exposta à erosão durante sete meses do ano. "A integração lavoura-pecuária permite ao produtor obter duas safras por ano, melhora a fertilidade do solo, pois aumenta a quantidade de matéria orgânica e permite a ciclagem de nutrientes, aumenta a infiltração e retenção de água no solo e ainda o protege da erosão", afirma. "Também é possível utilizar a forrageira exclusivamente como planta produtora de palhada, proporcionando cobertura permanente do solo até a semeadura da safra da estação chuvosa seguinte através do plantio direto", acrescenta. Serviço: Dia de campo sobre Sistema de Integração-Lavoura-Pecuária (ILP) e Plantio Direto nas condições do Agreste do Semiárido Data: 2 de março (quarta-feira) Local: Estação Experimental da Emepa, em Lagoa Seca, PB Horário: 8h30