15/03/16 |   Gestão ambiental e territorial

Congresso Brasileiro de Entomologia aborda controle biológico

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Foto: Cristiane Sartori

Cristiane Sartori - Arena fechada com as mudas equidistantes entre si, após a liberação das fêmeas.

Arena fechada com as mudas equidistantes entre si, após a liberação das fêmeas.

Pesquisadores da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP) participam do XXVI Congresso Brasileiro de Entomologia e IX Congresso Latino-Americano de Entomologia, de 13 a 17 de março de 2016, em Maceió, AL, com apresentação de trabalhos sobre defesa fitossanitária e controle biológico.

Um dos trabalhos, de Luiz Alexandre de Sá,  que fala sobre o controle biológico clássico da vespa-da-galha, mostrou ser possível a criação do parasitóide exótico Selitrichodes neseri importado sobre populações estabelecidas da praga Leptocybe invasa em laboratório para posteriores liberações em hortos florestais e para o efetivo controle biológico desta praga no país.

As áreas brasileiras com produção de Eucalyptus spp. mais propícias à maior ocorrência de Thaumastocoris peregrinus (Hemiptera: Thaumastocoridae), praga exótica de origem Australiana presente no Brasil desde 2008, é o trabalho apresentado no evento por Maria Conceição Pessoa da Embrapa Meio Ambiente; Rafael Mingoti e Wilson Holler da Embrapa Gestão Territorial; Cristiane Sartori bolsista Embrapa Meio Ambiente; Alex Medeiros do Depla-D/Celulose Nipo-Brasileira S.A. - empresa participante do Projeto de Cooperação Técnica do Programa de Proteção Florestal do Instituto de Pesquisa e Estudos Florestais- Protef/Ipef, em que a Embrapa Meio Ambiente também participa); Luiz Alexandre de Sá,  André Farias, Cláudio Spadotto e Elio Lovisi Filho da Embrapa Gestão Territorial. O resultado do trabalho prioriza 1365 municípios, de 12 estados e Distrito Federal, para intensificação de monitoramentos regulares do percevejo bronzeado.

A caracterização dos limites territoriais brasileiros para prevenção de entrada de Prodiplosis longifila (Gagne)(Diptera: Cecidomyiidae) foi realizada por Wilson Holler, Rafael Mingoti, Maria Conceição Pessoa, Mayra Brasco bolsista Embrapa Gestão Territorial, Luiz Alexandre de Sá, André Farias, Claudio Spadotto, Elio Lovisi Filho e Jeanne Marinho-Prado da Embrapa Meio Ambiente. O trabalho concluiu que ações de vigilância devem ser intensificadas em seis municípios do estado do Acre e dois municípios do Amazonas para a prevenção de entrada do inseto no país e priorizadas em áreas ao sul do Amazonas e sul/sudeste de Rondônia, como em estados brasileiros com regiões de fronteiras secas e sem florestas próximos à Bolívia, Paraguai e Uruguai.

Outro trabalho intitulado "Deterrência alimentar e redução no ganho de peso de lagartas provocadas por extrato de Vernonanthura montevidensis (Spreng.)" de Bruna Dias, Lídia Venâncio, Daniela da Silva (bolsistas),  Sônia de Queiroz, Marta de Assis, Simone Prado e Jeanne Marinho-Prado, pesquisadoras da Embrapa Meio Ambiente, avaliou a redução no ganho de peso de lagartas de Anticarsia gemmatalis e a área foliar consumida (cm2) por elas após ingerir alimento contendo o extrato da planta. As lagartas consumiram menor área de folhas com o extrato de Vernonanthura em água e em diclorometano. Entretanto, foi o extrato em hexano que causou a maior redução da porcentagem do ganho de peso.

O trabalho "Inibidor de proteases afetando comportamento do psilídeo-dos-citros" de Valdânia de Souza, Yandra Palomo, Fábio Rodrigues (bolsistas) e Jeanne Marinho-Prado da Embrapa Meio Ambiente, mostrou que as as fêmeas de D. citri  preferiram as plantas com menores concentrações de berenil, indicando efeito deterrente desse composto ao psilídeo-dos-citros quando aplicado sobre plantas de murta-de-cheiro.

Além disso, Luiz Alexandre Nogueira de Sá coordena a mesa redonda "Defesa Fitossanitária e Estações Quarentenárias de Bioagentes Exóticos para o Controle Biológico Clássico de Pragas", em 16 de março, apresentando trabalho sobre controle biológico clássico de pragas e a experiência da Embrapa na quarentena de bioagentes exóticos.

Conforme o pesquisador, "o número de espécies importadas de organismos benéficos e outros fins no período de 1991-2015 pelo Laboratório de Quarentena 'Costa Lima'  (credenciado pelo Mapa desde 1991) da Embrapa Meio Ambiente foram de 773 espécies, provenientes de 27 países (Alemanha, África do Sul, Austrália, Argentina, Benin, Canadá, Costa Rica, Chile Cuba, Colômbia, Espanha, Estados Unidos, França, Israel, Inglaterra, Japão, Holanda, Peru, Paraguai, Malásia, México, Nova Zelândia, Quênia, Suíça, Uruguai, Tailândia e Trinidad). As porcentagens de cada grupo de organismos benéficos importados foram de 38% de insetos (parasitóides, predadores), ácaros predadores e nematóides entomopatogênicos e de 62% de micro-organismos (fungos, virus e bactérias). Foram 18 estados benificiados com essas introduções para fins de controle biológico de pragas".

Também serão abordados nessa mesa redonda o sistema quarentenário brasileiro e orientações do Cosave para bioagentes; o controle biológico de pragas florestais em programas desenvolvidos pelo Servicio Agrícola y Ganadero do Chile e a prospecção de novos agentes biológicos em controle de insetos-pragas com risco de entrada na América Central e Brasil.

Mais informações do XXVI CBE 2016 http://www.cbe2016.com.br/
 

Cristina Tordin (MTb 28499/SP)
Embrapa Meio Ambiente

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Mais informações sobre o tema
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