Nos dias 23 e 24 de fevereiro foi realizada em Jaguariuna (SP) a "I Oficina de nivelamento conceitual e metodológico de sistematização de experiências em Sistemas Agroflorestais", coordenada por Joel Leandro de Queiroga e Luiz Octávio Ramos Filho, pesquisadores da Embrapa Meio Ambiente.

Este evento faz parte do projeto denominado SEISAF - Sistematização participativa de experiências e intercâmbio de conhecimentos em sistemas agroflorestais voltados à agricultura familiar em regiões da Mata Atlântica no sul e sudeste do Brasil, recentemente aprovado pela Embrapa, dentro do Macroprograma 6.

De acordo com os coordenadores do projeto, existem diversas experiências práticas de uso de SAFs (Sistemas Agroflorestais) em propriedades de agricultura familiar no bioma Mata Atlântica, porém não há informações recentes suficientemente sistematizadas sobre elas. Segundo o pesquisador Luiz Octávio Ramos Filho, por meio  de uma perspectiva participativa e mediante o "diálogo de saberes"entre técnicos e agricultores, as instituições de P&D podem contribuir de forma mais efetiva para melhorias técnicas e econômicas, bem como na legislação, políticas públicas e construção e socialização do conhecimento nestes sistemas complexos. Mas para isso é necessário conhecer melhor as estratégias e trajetórias dos produtores que já têm adotado esta alternativa.

O projeto MP6 SEISAF sistematizará as experiências de SAFs mais significativas em quatro estados da região Sul e Sudeste do Brasil (SP, RJ, PR, RS), buscando identificar os principais gargalos tecnológicos e não tecnológicos bem como estratégias ou soluções adotadas por agricultores familiares para contorná-los. Além disso, objetiva promover a articulação e o intercâmbio destas experiências nas Redes de SAFs existentes nesta região.

Segundo o pesquisador Joel Queiroga, o objetivo desta primeira oficina foi promover a integração da equipe e o nivelamento conceitual e metodológico que será adotado na execução do projeto, bem como definições das ações e cronograma de atividades  para 2016.

Na programação foram apresentados conceitos e metodologias para sistematização de experiências, um primeiro quadro sobre o estado da arte de SAFs e de Redes de SAFs nos quatro estados objeto da pesquisa e alguns exemplos de sistematização de experiências em SAF, como a do Rio Grande do Sul, apresentada pelo pesquisador Fabio Dal Soglio, da UFRGS.

Além da Embrapa Meio Ambiente, o projeto conta com a  parceria de pesquisadores de diversas instituições das regiões Sul e Sudeste, como a Embrapa Agrobiologia (Seropédica, RJ), Embrapa Florestas (Colombo, PR), Embrapa Clima Temperado (Pelotas, RS), Embrapa Monitoramento por Satélite (Campinas, SP), Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Universidade Federal do Paraná (UFPR), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Assessoria e Serviços a Projetos em Agricultura Alternativa (AS-PTA) do Rio de Janeiro, Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz - Universidade de São Paulo (Esalq-USP), Universidade Federal de Viçosa (UFV), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Instituto National de la Recherche Agronomique (INRA, França), Agência Paulista de Tecnologias dos Agronegócios - Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo (Apta-SAA), Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo "José Gomes da Silva" (Itesp), Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), Coordenadoria de Assistência Técnica Integrada (Cati); Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Governo do Estado de São Paulo) e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade(ICMBio) e Instituto Estadual do Ambiente (RJ).