05/04/16 |   Agricultura familiar

Bolívia busca parceria com Embrapa para desenvolver agroecologia

Informe múltiplos e-mails separados por vírgula.

Foto: Ana Maio

Ana Maio - Durante a reunião, representantes da Bolívia manifestaram interesse pela parceria

Durante a reunião, representantes da Bolívia manifestaram interesse pela parceria

Representantes de três instituições bolivianas estiveram nessa sexta (1º) na Embrapa Pantanal em busca de parcerias para desenvolver a agroecologia no Departamento de Santa Cruz de la Sierra. Eles representavam a Secretaria de Desenvolvimento Produtivo do Governo de Santa Cruz, a FTE (Fundacion Trabajo Empresa) e a Sedacruz (Serviço Departamental Agropecuário de Sanidade e Inocuidade Agroalimentar de Santa Cruz). 
 
Os cinco visitantes foram recebidos pelas chefes geral e de Pesquisa e Desenvolvimento, Emiko Resende e Aiesca Pellegrin, respectivamente; pelo pesquisador Alberto Feiden, que atua na área de agroecologia, e pelo articulador internacional da Embrapa Pantanal, Ivan Bergier. Também esteve presente o diretor do campus local da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), Edgar Aparecido da Costa, que é parceiro da Embrapa e de projetos desenvolvidos por Feiden.
 
Alberto Feiden exibiu um vídeo em que demonstra a metodologia do intercâmbio de experiências. Trata-se de um encontro presencial entre assentados para que eles descrevam os problemas que enfrentam e as soluções que encontram em seu dia-a-dia. A metodologia é uma adaptação da "Campesino a campesino" [De agricultor para agricultor], desenvolvida na América Central. 
 
A produção de alimentos na região de fronteira já foi alvo de pelo menos uma dissertação de mestrado desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Estudos Fronteiriços da UFMS. Alberto lembrou que há cerca de dez anos, grande parte das hortaliças consumidas em Corumbá vinha da Bolívia e de hortas urbanas. "Apesar de um certo conflito, essa dissertação [desenvolvida pela então assistente da Embrapa Pantanal Mirane Costa] revelou que havia um intercâmbio entre os dois países: brasileiros vendiam produtos bolivianos e vice-versa", contou o pesquisador.
 
Ivan Bergier lembrou que a eventual parceria entre essas instituições contribui para a segurança alimentar bilateral e defendeu um mapeamento de mercado para esses alimentos. "Precisamos saber como essa produção vai se sustentar", afirmou.
 
"Queremos que os agricultores da Bolívia vejam o que os brasileiros estão fazendo", comentou Luis Gonzalo Vasquez R., da secretaria de desenvolvimento produtivo. Rene Salomon Vargas, da FTE, lembrou que essa fundação já desenvolveu projetos em parceria com o Sebrae de Corumbá, de Campo Grande e mantém convênio com o Sebrae nacional. A fundação boliviana estimula negócios entre pequenos empreendedores e está envolvida no estímulo à agroecologia no país vizinho.
 
Donato Montaño Vargas, responsável técnico da Sedacruz, disse que o serviço agropecuário do departamento almeja um programa que reduza o uso de agrotóxicos e padronize a produção orgânica de alimentos, tornando-os mais saudáveis. "Para isso queremos trabalhar em conjunto", propôs. Os participantes lembraram que, de cada dez maços de alface produzidos na Bolívia, entre seis e sete são vendidos em Corumbá.
 
Essas instituições falavam em nome de cinco grupos de agricultores – cada um formado por uma média de 15 pessoas. Parte deles deve participar, no dia 31 de maio, de uma atividade no assentamento 72, em Ladário, que será organizada a partir dessa visita. A UFMS se colocou à disposição para oferecer o transporte desses agricultores da fronteira até o local do evento, onde será desenvolvida mais uma etapa do intercâmbio de experiências. 
 
 

Ana Maio (Mtb 21.928)
Embrapa Pantanal

Contatos para a imprensa

Telefone: +55 (67) 3234-5886

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/

Galeria de imagens