Mudas terão normas de produção e padrões de qualidade
14/04/16
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Mudas terão normas de produção e padrões de qualidade
Foto: Paulo Lanzetta
Grupo de trabalho de viveiristas cadastrados no Pró-Oliva fazem parte da Câmara Setorial de Oliveiras. Eles irão definir normas de produção e comercialização de mudas em olivais no RS. Possivelmente, modelo servirá para todo o país.
Mapa vai receber sugestões de especialistas em oliveiras do Estado e define evento técnico. A falta de regulamentação na produção de mudas coloca em risco todo o produto.
Um grupo de trabalho, através da Câmara Setorial das Oliveiras, vinculada a Comissão Estadual de Sementes e Mudas, se reuniu para tratar das normas de produção de mudas de oliveiras, envolvendo viveiristas, universidades, instituições governamentais, de pesquisa e de extensão do estado do Rio Grande do Sul, nesta quinta-feira (14/04) para encaminhamentos junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) afim de garantir qualidade ao processo de produção das oliveiras no país.
O professor da UFRGS Edson Bertolini apresentou uma proposta de Análises Fitossanitárias em Viveiros como Subsídios para um Programa de Certificação de Mudas de Oliveiras. Ele elucidou experiências trazidas por modelos de sistemas de produção realizados na Itália, Espanha e Argentina. "Uma das questões que se precisa considerar são os métodos de detecção de vírus e doenças que não são eficientes", lembrou o professor.
O coordenador da Câmara Setorial de Olivicultura da Secretaria de Agricultura e Pecuária (Seapi), Paulo Lipp João, explicou que pela expansão da cultura de oliveiras no Rio Grande do Sul, há uma necessidade de regulamentar as normas de produção e os padrões das mudas para que tenham a mínima qualidade e viabilizem olivais comerciais. "No momento não se tem certificação dos materiais utilizados", disse.
Para o pesquisador da Embrapa Clima Temperado Enilton Coutinho, da área de olivicultura, um dos grandes desafios é essa inexistência de normas e padrões para produção e comercialização de mudas. "A introdução de materiais contaminados coloca em risco todo o material de produção de oliveiras", afirmou. Quanto as questões legais, ele destacou também que não tendo normas estabelecidas, no caso de ocorrência de fraudes, não há a quem recorrer.
"Até junho deste ano será finalizada a proposta ao Mapa, mas já definimos neste encontro a identificação de quais são os fungos e bactérias que precisam ser detectados nas plantas matrizes", adiantou Paulo Lipp João.
Dentro dessa proposta, a Embrapa vai participar ao contribuir com dados de produção técnica da cultura das oliveiras, infraestrutura de laboratórios e matrizeiros protegidos. "Possuímos 55 cultivares em casa de vegetação e 11 germoplasmas com possibilidade de lançamento como novas cultivares", contou Enilton Coutinho. Segundo ele, há poucos produtores que se dedicam a produção de mudas, cerca de 10 em todo o país. "Conforme vai aumentado a cadeia da olivicultura, mais irão aumentando o número de viveiristas", avaliou.
Encontro Estadual da Olivicultura
Durante a agenda de trabalho foi definida as temáticas da programação e a logística para realização do II Encontro de Olivicultura do RS, que será realizado em Pelotas/RS, em 29 e 30 de novembro e 1° de dezembro.
Participaram do dia de trabalho da Comissão o chefe geral e o chefe de P&D da unidade de pesquisas, Clenio Pillon e Jair Nachtigal, o pesquisador Enilton Coutinho, os professores Edson Bertolini e Sergio Schwarz (UFRGS) e Vagner Costa (Unimpampa); Antonio Conte (Emater/RS), Paulo Lipp João (Seapi), e os viveiristas Cleiton Brugnera (Tecnoplanta), Fabricio Ribeiro (Olivas do Sul) e Jorge Alfredo Cabrera (RT/ Sibele M. Ratondo). A agenda aconteceu nas dependências da Embrapa Clima Temperado, em Pelotas/RS.
Cristiane Betemps (MTb 7418-RS)
Embrapa Clima Temperado
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