Embrapa trabalha em conjunto com o MDA com seis unidades de referência em energia renovável no Estado e incentiva o uso de culturas agrícolas como alternativa de produção de biocombustíveis e etanol. Ministério sinaliza o RS como pólo de capacitação em agroernergia. Durante toda a última sexta-feira, 15 de abril, a equipe de trabalho da Coordenação Geral de Biocombustíveis da Secretaria de Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), realizou um encontro com a Chefia Geral da Embrapa Clima Temperado (Pelotas,RS), para acompanhar o desenvolvimento do trabalho em unidades de referência na geração de energias alternativas para as pequenas propriedades rurais ao utilizar a energia fotovoltaica e eólica. O coordenador do grupo, Marco Aurélio Pavarino, lembrou da parceria existente nesta área desde 2013 e confirmou a renovação de ações conjuntas com a instituição de pesquisa e outros parceiros. Os visitantes acompanharam o desenvolvimento dos projetos de pesquisa voltados à produção de biomassa e à geração de energias alternativas para as pequenas propriedades rurais, além de outros estudos sobre matérias-primas para produção de álcool. A reunião foi acompanhada pelo chefe-geral, Clenio Pillon, e pelo chefe-adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento, Jair Nachtigal, e grupo de pesquisadores envolvidos com o tema. Jair Nachtigal apresentou a carteira de tecnologias da Embrapa voltada à agroenergia, destacando que, ao desenvolver matérias-primas tem sido possível incentivar a diversificação nas propriedades rurais , através do cultivo de batata-doce, por exemplo. Com relação à batata-doce, a Embrapa Clima Temperado disponibilizou duas novas cultivares que possuem duplo propósito: alimentação animal e produção de energia alternativa. "Temos a BRS Cuia, que tem alta produtividade e altos teores de glicose e amido e a BRS Fepagro Viola com 10% a mais de glicose e amido, se comparada à BRS Cuia", comentou. Ele lembrou ainda das cultivares de arroz, a BRS AG, que serve para produção de etanol e também para alimentação animal, assim como as culturas da mandioca, que concentra altos teores de amido e açúcares e do sorgo, que também é outra opção de fonte de energia. O pesquisador Sérgio Delmar dos Anjos e Silva apresentou as potencialidades da cultura da cana-de-açúcar para produção de biodiesel e etanol, tendo possibilidade de ser utilizada também para alimentação animal e para uso de diversos produtos pouco explorados na atualidade pela agricultura familiar. "Fora os grãos, a cana é a quarta cultura em importância no Rio Grande do Sul para produção de agroenergia", disse o pesquisador. Sérgio Delmar mostrou expectativas positivas como alternativa de energia também com a utilização das culturas do tungue e do pinhão-manso. Outra fonte de energia apresentada durante o encontro foi a própria energia elétrica produzida de maneira renovável. No caso, o pesquisador Carlos Reisser Júnior mostrou os dados do trabalho feito em parceria com o MDA, que utiliza a energia fotovoltaica ou solar, tornando o produtor rural também um produtor de energia. O trabalho denominado Produção Renovável de Energia Elétrica a nova Fonte de Renda da Propriedade Agrícola Familiar possui seis unidades de referência na região sul. " Esse trabalho é uma indicação de potencial de geração de renda agrícola como auxílio na indicação de políticas públicas", confirmou Reisser. "Além de gerar energia e diminuir os custos, o produtor rural vai agregar valor ao serviço prestado, já que estará contribuindo com a riqueza ambiental", falou Marco Aurélio Pavarino. Segundo ele, o Ministério tem a intenção de manter a parceria com a Embrapa, ampliando a instalação de unidades de referência em nível nacional. "A energia renovável é um tema importante para o agricultor, para a agroindustrialização, e o Rio Grande do Sul pode servir de polo de difusão de tecnologias nesta área, inclusive, tornando-se um centro de capacitação para os demais estados brasileiros", avaliou Pavarino. ++ Culturas agrícolas como fonte de biocombustíveis e etanol *batata-doce - BRS Cuia - 26% de teor de amido 29% de teor de glicose 60 ton/ha BRS Fepagro Viola - 36% de teor de amido 39% de teor de glicose 75 ton/ha *arroz - BRS AG - 15 ton/ha Pode ser utilizado na indústria de farmácos *Mandioca - 33% de teor de amido 2% de teor de açúcares Pode ser utilizada para destilação de álcools frios para perfumaria e bebidas etílicas 1 tonelada de mandioca - 211 litros de álcool (combustível) 1 tonelada de cana - 85 litros de álcool (combustível)