20/04/16 |   Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação

Sustentabilidade da agricultura marca centenário da Academia Brasileira de Ciências

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Foto: Divulgação Fapeg

Divulgação Fapeg - A tônica das discussões apresentadas na solenidade aos 100 anos da ABC foi marcada por palestras e debates sobre a pesquisa na agricultura: implicações para a sustentabilidade e a segurança alimentar global

A tônica das discussões apresentadas na solenidade aos 100 anos da ABC foi marcada por palestras e debates sobre a pesquisa na agricultura: implicações para a sustentabilidade e a segurança alimentar global",

Com o tema "A Pesquisa na Agricultura: implicações para a sustentabilidade alimentar global", a Academia Brasileira de Ciências (ABC) realizou, nos dias 18 e 19 de abril, no Castros Park Hotel, na capital de Goiás, uma Reunião Especial, em comemoração ao centenário da ABC, que completa 100 anos no próximo dia 3 de maio.

O acontecimento dedicou especialmente aos avanços da pesquisa brasileira no campo da agropecuária, frente aos desafios da produção de alimentos, atendendo ao Acordo de Paris - COP 21. O tema debatido em Goiânia antecipa a celebração do centenário da ABC, que culminará na Reunião Magna, a ser realizada em maio, no Rio de Janeiro, onde será debatido em uma de suas sessões sobre a ‘Segurança Alimentar Sustentável'.

A iniciativa em realizar um evento em Goiás para debater o papel da pesquisa na agricultura, sobretudo a contribuição do Centro-Oeste brasileiro na produção de alimentos e no desenvolvimento de tecnologias sustentáveis foi da vice-presidência Minas e Centro-Oeste da ABC em conjunto com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg), Fundações de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig), Distrito Federal (FAPDF), Mato Grosso (Fapemat) e Mato Grosso do Sul (Fundect), além do apoio do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (CONFAP) e do Governo do Goiás.

A programação contou com palestras e debates que abordaram temas distintos sobre sistemas agroflorestais, produção de carne e de leite, grãos e hortaliças, até a formação de profissionais vocacionados para a agricultura sustentável, informações científicas, comunicação e democracia na sociedade em rede e a necessidade de pesquisa e desenvolvimento na agroindústria, entre outras abordagens.

Como anfitriã e representando o Governador de Goiás, a presidente da FAPEG, Maira Zaira Turchi transmitiu as boas vindas aos pesquisadores e participantes da solenidade especial e ressaltou sobre a importância de Goiás sediar um evento como esse, que tem um significado muito relevante para a pesquisa agropecuária da região, principalmente, por chamar a atenção da população para as questões do alimento sustentável no mundo e como a ciência busca respostas a esses desafios. "Compartilhamos com a sociedade a exata dimensão do desfio que o mundo nos propõe, onde a população crescerá de sete para 9,7 bilhões em 2050, aumentando a necessidade de imprimir mais sustentabilidade ao processo produtivo e de torná-lo mais resiliente no combate ao aquecimento global e o Centro-Oeste, neste contexto de produtor de alimentos em que está inserido pode chamar o Brasil inteiro para este debate que tem papel fundamental para a superação desses desafios, que são globais".

Diversas organizações em todo o País que realizaram eventos sobre agropecuária apresentaram as conquistas alcançadas pelo setor, bem como os gargalos que ainda precisam ser superados para melhoria da produtividade e sustentabilidade da agricultura brasileira. E a cadeia de valor e de alimento sustentável que pode alavancar decisivamente no desenvolvimento está inserida no Centro-Oeste que trouxe nesta solenidade este testemunho para mostrar que isto é possível realizar.

Para o presidente da FAPEMIG e membro titular da ABC, nossos pesquisadores têm uma qualidade impressionante de produção científica e de conhecimento e isto significa um ativo muito valioso que foi criado no país: "no entanto, não dá mais para continuarmos simplesmente só nos conceitos de produção de papers, de artigos em revistas científicas e informação midiática; isto é importante e necessário, mas isto não traduz um caminho diretamente para a sociedade. Não se trata de combater uma coisa; se trata de achar um caminho e um entendimento. O mundo mudou, o mundo é outro, os mecanismos são outros e não existe solução antiga para se aplicar no mundo de hoje, isto não dá certo", destacou.

Em sua apresentação, o pesquisador e ex-presidente da Embrapa, Eliseu Alves, ressaltou alguns indicativos em que caminha a agricultura no Brasil, que nas últimas décadas se modernizou e se tornou uma agricultura poderosa, capaz de abastecer muito bem não só o brasileiro e outros países, mas que caminha para uma agricultura sem agricultor, ou com muito pouco agricultor; caminha para uma concentração da produção por um número muito pequeno de estabelecimentos conduzindo a maior parte da produção e um número muito grande de agricultores que ficam à margem da modernização tecnológica. "se deixarmos estas coisas somente para o mercado resolver nós vamos terminar com a concentração cada vez maior nas mãos de um pequeno número de produtores". Elizeu Alves destacou ainda a importância dos centros de pesquisas trabalharem mais o conhecimento não cristalizado que não está materializado em nenhum tipo de insumo ou produto, mas que estão inseridos nas conversas, nas interações e articulações que são estabelecidas. "Esses conhecimentos cristalizados em insumos e produtos contribuem apenas com 30% do incremento da produção, mas os não cristalizados somam os outros 70% que podem fazer parte do dia a dia do produtor", concluiu.

 Ao final da reunião foi apresentada a "Carta de Goiânia: ciência, produção de alimentos e cidadania", uma contribuição dos participantes, das fundações, universidades e das instituições de pesquisa que promoveram o encontro. Nela, foram delineados os principais avanços e desafios do setor, que nortearão os próximos passos no desenvolvimento da pesquisa científica, tecnológica e de inovação para a produção de alimentos sustentáveis e acesso à cidadania para os próximos anos.

Hélio Magalhães (4911 MTb/MG)
Embrapa Arroz e Feijão

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