Tecnologias simples e acessíveis são os destaques da Embrapa Instrumentação na Agrishow 2016
Tecnologias simples e acessíveis são os destaques da Embrapa Instrumentação na Agrishow 2016
A Embrapa Instrumentação (São Carlos - SP) vai apresentar na 23ª Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação (Agrishow) uma série soluções tecnológicas simples e acessíveis, como sistemas de baixo custo para irrigação, saneamento básico rural e aparelho de ultrassom para detecção precoce em bovinos e equinos.
Para irrigação, a novidade é um irrigador solar automático que não usa eletricidade e ainda pode ser feito com materiais reutilizados. Desenvolvido pelo físico Washington Luiz de Barros Melo, o equipamento poderá ajudar de pequenos produtores a jardineiros amadores a manter seus canteiros irrigados automaticamente pelo método de gotejamento. Para isso, utiliza um princípio simples da termodinâmica, a de que o ar se expande quando aquecido.
As vantagens do irrigador caseiro são várias, conforme enumera Melo. Trata-se de um sistema automático sem fotocélulas e que não demanda eletricidade, pois depende somente da luz solar, o que torna sua operação extremamente econômica. Ele promove também economia de água, pois utiliza o método de gotejamento para irrigar evitando desperdício do recurso.
"Além disso, é possível construí-lo com objetos que seriam jogados no lixo, como garrafas e recipientes de plástico, metal ou vidro, o custo gira em torno de R$ 20,00", lembra o especialista.
As instruções para a montagem podem ser acessadas no portal da Embrapa Instrumentação:
Ainda para irrigação serão apresentados um regador de vasos e um indicador de irrigação inteligente, que funcionam acoplados ao sensor IG para determinar a umidade do solo em campo ou em jardins e, assim, garantir o momento certo de irrigar, evitando o desperdício de água.
As garrafas rígidas de plástico reciclável para a rega de vasos de plantas, flores e estufas de pequeno porte estão sendo desenvolvidas em duas versões, com capacidade para 500 ml e 1 litro de água.
O sensor IG utilizado no regador doméstico automático é formado por um bloco de cerâmica poroso contendo, em seu interior, partículas de dimensões adequadas, que podem ser esferas de vidro, por exemplo.
O diâmetro das esferas de vidro determina a faixa de umidade do solo medida em uma escala de tensão ou força com que a água está retida. O sensor em solo seco se torna permeável ao ar e libera automaticamente o gotejamento, a partir de um reservatório, que é a garrafa rígida de plástico transparente. É mais indicado para uso em vasos e mini-hortas.
A Tecnicer Tecnologia Cerâmica Ltda, com sede em São Carlos, é a empresa licenciada para produção em escala industrial e comercialização.
Detector de prenhez
Para a pecuária, a Embrapa Instrumentação apresenta uma nova geração do detector de prenhez, um aparelho de ultrassom capaz de detectar a prenhez em equinos e bovinos com segurança, rapidez e custo acessível aos produtores da agricultura familiar que, no Brasil, respondem pela produção de mais de 50% do leite e por 30% dos bovinos do país, de acordo com dados do IBGE de 2006.
O método tradicional, realizado pelo toque retal é impreciso porque não permite saber se o feto está vivo ou não, exige peritos altamente treinados, só é confiável após 60 dias da cobertura em bovinos, é oneroso para o produtor, levando até uma falsa prenhez, o que aumenta gastos. Já o método que utiliza ultrassom por imagem tem custo elevado para o pequeno produtor.
O aparelho funciona baseado no efeito doppler das ondas contínuas, que é a alteração da frequência sonora percebida pelo observador em virtude do movimento relativo de aproximação ou afastamento entre a fonte e o observador. As ondas mecânicas de frequência ultrassônica e de baixa potência são enviadas para dentro do corpo do animal por meio de um transdutor – sensor que recebe um sinal e o retransmite.
O equipamento detecta a prenhez em equinos e bovinos respectivamente com 22 e 35 dias após a cobertura com 100% de acerto. Com o método tradicional, a detecção é realizada pelo toque retal, ou seja, pela apalpação manual, e só 60 dias após a cobertura.
O detector de prenhez está disponível no mercado e teve vendas registradas em todos os estados brasileiros e em 12 países da América Latina. Atualmente, o aparelho é produzido e comercializado pela Medmega, localizada em Franca (SP).
Tecnologias sociais
Fossa Biodigestora Biodigestora
A montagem de um conjunto básico da tecnologia, projetado para uma residência com cinco moradores, é feita com três caixas d´água de 1000 litros (fibrocimento, fibra de vidro, alvenaria, ou outro material que não deforme), tubos, conexões, válvulas e registros. A tubulação do vaso sanitário é desviada para a Fossa Séptica Biodigestora, onde o esgoto doméstico, com o auxílio de um pouco de esterco bovino fresco, é tratado e transformado em adubo orgânico pelo processo de biodigestão anaeróbia.
As caixas devem ficar semienterradas no solo para que o sistema tenha um isolamento térmico e, assim, não ocorram grandes variações de temperatura. A quantidade de caixas deve aumentar proporcionalmente ao número de pessoas na família.
Clorador Embrapa
Desenvolvido com criatividade e economia por pesquisadores da Embrapa Instrumentação e Embrapa Pecuária Sudeste, o equipamento pode ser montado pelo próprio usuário a um custo muito baixo. Basta adquirir registros, torneira, tubulação e cloro granulado, preferencialmente estabilizado, que normalmente contém 60% de cloro ativo. O Clorador é instalado entre a tubulação que recolhe a captação da água e o reservatório. Em uma hora, toda água da residência estará isenta de germes e pronta para ser consumida.
Jardim Filtrante
A tecnologia complementa o sistema de saneamento básico na área rural. O Jardim Filtrante (conhecido como área alagada artificial ou wetland) é para tratamento da água cinza, aquela da pia, cozinha, chuveiro e tanques, não tratada pela Fossa Séptica Biodigestora.
É similar a um pequeno lago impermeabilizado com geomembrana de polietileno de alta densidade ou equivalente, protegida por manta de bidim, coberta de brita e areia grossa. Plantas macrófitas aquáticas, como copo de leite, lírio do brejo retiram os nutrientes da água cinza para depurá-la, promovendo simultaneamente o tratamento do esgoto e o reuso da água.
Joana Silva (Mtb 19554)
Embrapa Instrumentação
Contatos para a imprensa
instrumentacao.imprensa@embrapa.br
Telefone: (16) 2107 2901
Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/