25/04/16 |   Comunicação

Carta ao leitor - Sobre pragas, perfumes e paradigmas

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Ondas de invasões estrangeiras representam séria ameaça ao País. Os invasores cruzam fronteiras sem chamar a atenção, estabelecem-se no novo ambiente e provocam prejuízos capazes de abalar setores produtivos importantíssimos para o Brasil. Estamos falando de pragas quarentenárias, uma longa lista de insetos e microrganismos que podem impor danos financeiros preocupantes à agricultura nacional e até colocar em risco a segurança alimentar da população.

Nem mesmo os países mais ricos do mundo estão livres desse mal. Laranjais da Flórida, maior estado citricultor dos Estados Unidos, foram tomados pelo HLB, doença causada por bactéria e conhecida também como Greening. A produção de suínos daquele mesmo país sofreu um forte abalo provocado por um vírus. A diarreia epidêmica suína (PED) impôs consideráveis perdas aos plantéis norte-americanos. Ambas as enfermidades impulsionaram as exportações brasileiras de citros e de carne suína, mas também acenderam um alerta para o Brasil.

Com uma balança comercial fortemente dependente de produtos agropecuários, o Brasil tem muito a perder caso pragas quarentenárias se estabeleçam por aqui. A ciência pode ajudar nessa batalha, especialmente em três áreas: estudo de rotas de acesso por meio de gestão territorial, melhoramento genético preventivo e ações de quarentena. É disso que trata a reportagem principal desta edição.

A indústria perfumista mundial está de olho no Brasil, não somente como mercado, mas como rico depósito natural de essências aromáticas. Um acordo entre a Embrapa e a multinacional de essências Givaudan está vasculhando o Planalto Central brasileiro em busca de matérias-primas que vão compor os mais finos perfumes e cosméticos para serem levados a todo o mundo. A descoberta de novos aromas poderá abrir oportunidades de negócios para a produção de plantas fornecedoras de óleos essenciais.

O desperdício de alimentos na ponta da cadeia produtiva, a mesa do consumidor, foi por quatro anos tema de estudos do jornalista da Embrapa Gustavo Porpino. Durante o doutorado, Porpino entrevistou famílias brasileiras e norte-americanas e percebeu que hábitos arraigados nas duas culturas provocam perdas representativas de comida dentro das residências, mesmo em classes de menor renda. Sua tese mostra que o desperdício de alimentos é também um problema de responsabilidade de cada consumidor e que  nossos hábitos na cozinha podem contribuir para aumentá-lo.

Na seção Vida de Laboratório, uma história ilustra os percalços e as curiosidades da atividade científica. Um fungo encontrado em larvas de abelhas, e inicialmente encarado como presença nociva, mostrou-se na verdade fundamental no desenvolvimento desses insetos. A descoberta revelou um tipo primitivo de agricultura e rendeu artigo em revista internacional.

Por fim, experimentos na Bahia vêm quebrando um velho paradigma: o de que a agricultura orgânica só pode ser praticada em pequena escala. A despeito de todos os desafios, o estudo com fruticultura orgânica em grandes áreas tem conquistado bons resultados com diferentes espécies de frutas. O sucesso desse trabalho abriria possibilidades de novos mercados por meio de vantagens competitivas poderosas como a redução do custo de produção em comparação a frutos orgânicos gerados em áreas menores.

Bem-vindo ao campo das mais recentes conquistas da ciência agropecuária.

—— Os editores

Secretaria de Comunicação da Embrapa - Secom

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/

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