25/04/16 |   Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação

Ciência para a vida - notas da edição nº 12

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Foto: Gustavo Bijos

Gustavo Bijos -

Mel certificado

O mel produzido no Pantanal passou a integrar o time dos produtos nacionais com certificação de Identificação Geográfica (IG) emitida pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi). É a primeira certificação para mel conferida no País. O pesquisador da Embrapa Pantanal Vanderlei dos Reis lembra que a região era apontada como não propícia para produção comercial, pois algumas tentativas resultaram em méis com cores escuras e odores não satisfatórios. Recebem selo de IG produtos que apresentam qualidade única, decorrente de características naturais, como solo ou vegetação, e ainda do "saber fazer". No caso do mel do Pantanal, o destaque é a produção aliada à conservação de um bioma único, em que a apicultura é desenvolvida em harmonia com a natureza, com a manutenção ou o plantio de espécies que apresentem floradas ou outros recursos vegetais de interesse para as abelhas africanizadas (Apis mellifera).

– Por Raquel Brunelli d'Avila (Agência de Notícias Embrapa)

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Mel do Pantanal é o primeiro do Brasil a receber selo de Indicação de Origem

 


Tão perigosa quanto a dengue

Uma moléstia infecciosa pouco conhecida começa a chamar a atenção de médicos e pesquisadores de todo o mundo em razão do aumento do número de casos e mortes registradas nos últimos anos, sobretudo em países em desenvolvimento. Estudo publicado na revista Nature Microbiology dá uma dimensão do problema ao apresentar um mapa da distribuição global da bactéria Burkholderia pseudomallei, responsável pela melioidose, doença de difícil diagnóstico que pode ser tão perigosa quanto a dengue. Seus principais sintomas são febre, dores no peito e tosse, podendo comprometer os pulmões e gerar quadros de bronquite e pneumonia. Ao que tudo indica, a América Latina está entre as regiões mais vulneráveis. A estimativa é de que, por ano, 246 milhões de pessoas possam contrair a bactéria, por meio da inalação de partículas suspensas no ar, ingestão ou aspiração de água contaminada, inoculação em pele e mucosas com lesão. Ambientes chuvosos com altas temperaturas e solos modificados pela agricultura irrigada são considerados mais suscetíveis à presença da bactéria. Participou do estudo a infectologista brasileira Dionne Bezerra Rolim, da Secretaria de Saúde do Ceará e da Universidade de Fortaleza.

– Por Rodrigo de Oliveira Andrade (Revista Fapesp - editado)

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Doença infecciosa melioidose é mais difundida do que se pensava

 


Mais carne, menos efeito estufa

Ao contrário do que se poderia esperar, a redução de gases de efeito estufa (GEE) emitidos pela pecuária bovina no Cerrado brasileiro poderá vir pelo aumento da produção. E a redução da atividade é capaz de produzir efeito oposto: o aumento das emissões. Essa é a revelação do estudo feito por pesquisadores do Brasil e da Escócia publicado na Nature Climate Change.  Os autores desenvolveram um modelo matemático para avaliar os impactos ambientais da variação do consumo de carne do Cerrado. O aumento da demanda por carne e a implantação de políticas de controle do desmatamento servem como estímulo à intensificação das áreas de pastagens. Com a recuperação de pastagens degradadas, aumentam os estoques de carbono no solo, o que seria suficiente para contrabalancear a elevação das emissões dos animais. O diferencial do estudo foi o uso de método inovador, chamado de avaliação do ciclo de vida consequencial, informa o pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária Luís Gustavo Barioni. "Incluímos na contabilidade as emissões de GEE de todos os processos produtivos relativos à produção pecuária, permitindo assim o cálculo da pegada de carbono da carne bovina em cada cenário trabalhado pelo modelo", completa a pesquisadora Marília Matsuura, da Embrapa Meio Ambiente.

– Por Nadir Rodrigues e Gisele Rosso (Agência Embrapa de Notícias)

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Aumento na produção de carne pode diminuir emissão de gases de efeito estufa


Índios com males urbanos

O consumo de alimentos industrializados, principalmente refrigerantes, e o sedentarismo têm causado um aumento expressivo nos casos de Síndrome Metabólica entre os índios xavante das reservas de São Marcos e Sangradouro/Volta Grande (MT). Da população total de 4.065 indivíduos das duas reservas, foram estudados 932 índios com 20 anos ou mais. Destes, 66,1% apresentaram a síndrome, definida como condição na qual um mesmo indivíduo desenvolve fatores de risco para doenças cardiovasculares e diabetes mellitus. Os principais problemas associados são obesidade abdominal, hipertensão arterial sistêmica, dislipidemia e distúrbios do metabolismo da glicose. Esse é o resultado da pesquisa publicada no periódico Diabetology & Metabolics Syndrome. Entre as mulheres, a incidência é mais elevada – 76,2%, contra 55,6% dos homens. De acordo com a pesquisadora Luana Padua Soares, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), a elevada prevalência de excesso de peso entre as mulheres xavantes pode ser um dos fatores que justifica a maior presença da síndrome no sexo feminino, além de níveis menos intensos de atividade física.
 
– Por Peter Moon (Agência Fapesp)

 

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66% dos índios em reserva Xavante sofrem de obesidade, diabetes e doença coronariana

 


Embutidos de carne ovina

Presuntos, copas, mortadelas, hambúrgueres e até bacon podem agora ser feitos a partir da carne ovina (cordeiros, borregos, ovelhas e carneiros). A Embrapa vem desenvolvendo tecnologias para o aproveitamento integral da carne ovina com o objetivo de levar novas opções ao mercado. A coordenadora do projeto, a pesquisadora Élen Nalério, explica que os produtos são feitos com categorias animais pouco valorizadas, como ovelhas mais velhas e de descarte, mas que ainda têm bastante qualidade nutricional. Foram três anos de pesquisas sobre métodos como procedimentos de salga e de cura. Como se trata de produtos inéditos no mercado, foi preciso chegar a processos que garantissem qualidade, sabor e segurança para o consumidor. "São avaliadas, por exemplo, as diversas reações bioquímicas que ocorrem durante a conversão da carne em presunto cru para encontrar as condições de umidade e de calor", ressalta Nalério. Foi necessário também identificar as cepas de fungos, que dão o sabor e o aroma aos embutidos, e certificar-se que não apresentam caráter toxigênico para o consumo.

– Por Fernando Goss (Agência Embrapa de Notícias)

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Pesquisa desenvolve bacon, copa e presunto de carne ovina

 


Sisal contra o Aedes aegypti 

Inseticida natural à base de extrato (suco) retirado das folhas do sisal (Agave sisalana) mostrou-se eficaz contra as larvas do Aedes aegypti, mosquito transmissor de doenças como dengue, zika e chikungunya. O produto ataca o intestino das larvas, levando-as à morte em menos de 24 horas, segundo estudo realizado pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), em parceria com a Embrapa. A coordenadora do estudo, Fabíola Nunes, diz que os ensaios biológicos indicaram a morte de 100% das larvas com uma dosagem de quatro mililitros de suco de sisal para cada 100 litros de água. "Fizemos também testes nas outras fases do inseto, sem efeito. Acreditamos que isso ocorre porque na fase de larva o inseto se alimenta da solução e provavelmente morre pela ingestão do produto, pois havia necrose nas células intestinais das larvas", completa. O suco do sisal tem vários compostos orgânicos, com destaque para as saponinas, que podem causar toxidade, irritação e até morte de carrapatos, algumas lagartas e outros insetos. Conforme a pesquisadora, nas proporções recomendadas, a ingestão ou o contato do suco do sisal com a pele não causa danos a animais como camundongos e ovelhas. "Precisamos fazer mais testes de modo a determinar a toxicidade para outros animais e realizar estudos para que o produto seja disponibilizado ao mercado de forma segura."

– Por Edna Santos (Agência Embrapa de Notícias)

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Extrato do sisal é testado como inseticida contra o Aedes aegypti

Secretaria de Comunicação da Embrapa - Secom

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/

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