03/05/16 |   Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação  Gestão ambiental e territorial  Manejo de Recursos Hídricos

Seminário discute potencial agronômico de lodos de estações de tratamento de água e esgoto

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Foto: Sergio Tuninho

Sergio Tuninho - O pesquisador Adilson Bamberg apresentou os resultados do primeiro ano de experimentos dos lodos no uso agrícola, que funcionam como condicionantes do solo e substrato.

O pesquisador Adilson Bamberg apresentou os resultados do primeiro ano de experimentos dos lodos no uso agrícola, que funcionam como condicionantes do solo e substrato.

 
Primeiros resultados do projeto desenvolvido em parceria com a Corsan foram apresentados em Porto Alegre/RS
 
A Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) realizou, em Porto Alegre/RS, no dia 26 de abril, o II Seminário Lodos – problema ou oportunidade? O evento reuniu instituições, como a Embrapa, que têm trabalhado em parceria com a Companhia na busca de alternativas para tratamento, disposição final e reutilização de lodos de estações de tratamento de água (LETAs) e esgoto (LETEs). 
 
O trabalho desenvolvido pela UD busca avaliar o potencial uso agrícola dos lodos das estações de tratamento de água e esgoto, elaborar um zoneamento para utilização destes lodos, e desenvolver subsídios técnicos para garantir a eficiência no cortinamento vegetal das Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs). 
 
Durante o evento, o pesquisador Adilson Bamberg apresentou os resultados preliminares do primeiro ano de pesquisas do projeto. Os LETAs apresentaram baixos teores de metais pesados, compostos orgânicos, agentes patogênicos e pesticidas. Como não há legislação específica para o seu uso agrícola, foram utilizadas como referência legislações vigentes de produtos similares. 
 
Na ocasião, também foi apresentado o potencial de fornecimento de nutrientes do material na condição de condicionadores de solo e substratos, já que os teores de macro nutrientes não foram considerados altos. Os experimentos mostraram ainda que a aplicação de LETAs no solo (incubação) beneficiou atributos químicos, especialmente de solos mais pobres.
 
Já para o uso dos LETEs, há regulamentação vigente desde 2006. As análises mostraram que os lodos atendem aos parâmetros da legislação. Em função da concentração de nutrientes, teor de carbono, entre outras características de interesse, o LETE tem potencial de utilização como matéria-prima para produção de substratos para plantas, de condicionadores de solo e de fertilizantes orgânicos (Classe D). 
 
O bolsista do projeto, Ivan dos Santos Pereira, relatou resultados de experimentos da aplicação direta dos LETEs no cultivo de alface e de possíveis formulações com outros produtos. Para os pesquisadores, não restam dúvidas em relação aos benefícios do uso do produto, principalmente na composição de substratos para plantas. Mas, a pesquisa ainda precisa avançar para definir os melhores métodos. 
 
O projeto de cortinamento vegetal das ETEs, igualmente realizado em parceria, também foi abordado. O pesquisador Adalberto Miura detalhou os eixos do trabalho, que compreende a avaliação dos cortinamentos existentes, os experimentos em ETEs, a elaboração de guias de espécies recomendadas para cada regional e o uso do efluente tratado para irrigação das plantas. Miura também apresentou o guia de espécies recomendadas para a regional Sul – o primeiro a ser entregue para a Companhia.
 
Outros trabalhos da própria Corsan e da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) também foram apresentados. Participaram do evento representantes, técnicos e pesquisadores da Corsan, Embrapa, Fundação Estadual de Proteção ao Meio Ambiente (Fepam), Emater/RS-Ascar e UFSM.
 
Visão das instituições parceiras
 
Durante o evento, o diretor-presidente da Corsan, Flávio Presser, comentou sobre as possibilidades para uso dos lodos que a Companhia tem buscado, inclusive pelo contato com experiências no exterior. Também destacou a busca de parcerias para resolver este problema, que não é só da Corsan, mas do Estado do Rio Grande do Sul. "Estou certo de que fizemos excelentes escolhas em relação aos nossos parceiros."
 
Para o chefe-geral da UD, Clenio Pillon, a parceria é estratégica porque dialoga com o tema dos fertilizantes, área em que o Brasil é bastante dependente da importação de matérias-primas. Além disso, une instituições de alta relevância em um momento em que a sociedade espera um grande comprometimento social e ambiental dos órgãos públicos. "Estamos tratando de coprodutos dos processos de tratamento de água e esgoto, transformando aquilo que, em algumas situações é um grande problema ambiental, em soluções, em alternativas para o desenvolvimento regional, para o empoderamento dos agricultores e para a produção de alimentos. Algo em que o Brasil é uma referência mundial."
 
Para a coordenadora do projeto por parte da Corsan, Karla Cypriano, o desafio é grande, já que a Companhia atende a 320 municípios no Estado. "Vamos continuar caminhando porque estamos andando na direção e sentido correto. Sem dúvida, nosso maior desafio é encontrar e dar uma destinação nobre a estes subprodutos do tratamento da água e do esgoto", finalizou.
 

Cintia Franco (CONRERP 3040/RS)
Embrapa Clima Temperado

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